terça-feira, 24 de abril de 2012

DEPUTADA TEREZINHA NUNES FALA SOBRE POLITICA


coluna três por quatro

Eduardo e Maquiavel. Dividir para governar

POSTADO ÀS 10:57 EM 20 DE ABRIL DE 2012
Por Terezinha Nunes, especial para o Blog de Jamildo
Entre as máximas criadas por Maquiavel e que até hoje são citadas nos meios políticos, uma é exemplar. Ensinava o pensador italiano, que viveu entre 1469 e 1527, que o príncipe audaz deve tentar “dividir para governar”. Na época, ele teria usado mesmo o termo “dividir para reinar”, já que viveu na era de príncipes e não de presidentes ou governadores.

Não há dúvida de que o governador Eduardo Campos, pela desenvoltura com que se desloca na cena local e nacional, é hoje considerado um ás na arte da política, sendo capaz de transitar entre o PT e o PSDB, por exemplo, sem causar maiores frissons.

O que não está claro ainda é se, propositadamente ou não, o governador está praticando no meio do seu próprio grupo o ensinamento de Maquiavel. Mas é isso o que faz supor o momento vivido pelas maiores lideranças e maiores partidos integrantes da chamada Frente Popular.

Quando todos esperavam que, pelo poder que conseguiu concentrar, o governador transformasse a eleição municipal no melhor dos mundos, trabalhando para unir ainda mais as siglas que lhe dão sustentação, está acontecendo exatamente o inverso.

E o Recife, cidade mais importante do estado é o maior exemplo disso. A divisão fraticida do PT na capital que o governador, na verdade, não criou mas também não usou um só minuto do seu tempo para amainar, é um claro sinal de que se trabalha para “deixar como está para ver como é que fica”.

Se na capital, entregue ao maior aliado, o PT, a situação se encontra sob fratura exposta, em outros municípios importantes do estado não está diferente.

Em Caruaru, o vice-governador João Lyra expôs de forma clara na semana passada as desavenças com o prefeito José Queiroz, candidato à reeleição e filiado ao seu próprio partido, o PDT.

Em Petrolina, engalfinham-se de um lado o PSB, que lançou candidato a prefeito o deputado federal Fernando Filho e o PT que lançou o deputado estadual Odacy Amorim.

Em Garanhuns a base aliada inteira, inclusive o PSB, bate cabeça contra a candidatura a prefeito do ex-prefeito de Lajedo, Antonio João Dourado, que teria sido imposto pelo Palácio.

Como bom estrategista, o governador não tem aparecido claramente como articulador de toda esta confusão. Quando instado a se pronunciar deixa a entender que é cedo para se pronunciar ou devolve a bola para os partidos, afirmando que cabe a eles tentar se entender.

Sai do foco e deixa que batam cabeça de um lado o senador Armando Neto (PTB) e do outro o senador Humberto Costa (PT), dois pretensos candidatos a governador . E, nos arredores, as demais siglas ficam tentando adivinhar o que vão poder fazer para não se queimar. De certo mesmo só a força do PSB que deve sair do pleito com mais de 80 ou até 100 prefeitos.

Na verdade, com a oposição diminuta e o governismo cada vez maior não tem Maquiavel que consiga resolver esta equação e talvez por isso mesmo a confusão seja tamanha.

Já se comenta na Assembléia que talvez Eduardo tenha ampliado tanto seu palanque que nem ele mesmo tem idéia de como administrar. É possível , mas improvável. De qualquer forma o gigantismo do Governo e a excessiva auto-confiança podem não ser bons conselheiros.

O mais célebre exemplo da história foi o rei Luis XIV, da França, que de tão poderoso, declarou certa vez “O estado sou eu” ( L`étá c`est moi). Absolutista por excelência, o chamado Rei Sol, acabou criando revoltas na França por conta do excesso de poder que concentrou. Teve seguidores mas foi no seu reinado como começaram a surgir as bases da Revolução Francesa que pôs fim à monarquia em nome da Igualdade, Fraternidade e Liberdade ( Egalité, Fraternité et Liberté), reverenciadas até hoje.

CURTAS

Rochinha
Uma incógnita cerca esta prévia do PT no Recife. Esta é a primeira vez que o partido em Pernambuco deixa de obedecer ao comando de Rochinha, figura petista histórica, amigo de Lula e convocado para intervir sempre que o PT tem problemas. Rocinha chegou a declarar que João da Costa era o candidato do PT e acabou surpreendido pelas prévias. Está dando o troco em João Paulo perguntando, irônicamente, porque ele mesmo não se apresentou como candidato ao partido.

Razão de JP
Rochinha sabe, mas não quer explicitar, que João Paulo não se apresentou como candidato, conforme relatou a amigos, porque temia perder. O ex-prefeito disse a várias pessoas que quem tem o controle do partido é João da Costa e por isso não iria se arriscar. E aí fica a questão: se JP nâo tem votos na prévia para derrotar João da Costa, como vai conseguir dar a vitoria a Maurício Rands?

Dianteira
Embora ainda não tenha conseguido o apoio de nenhuma legenda de peso – está filiado ao PMN – o ex-deputado estadual André Luiz Farias (Alf), de Olinda, pode assumir a dianteira nas próximas pesquisas de intenção de voto, podendo até chegar bem perto do prefeito Renildo Calheiros. Alf, nas últimas sondagens, era o segundo colocado mas com a desistência do terceiro colocado nas pesquisas, o ex-vice-prefeito Arlindo Siqueira, pode dar um avanço considerável na pesquisa.
 

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