sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Rondônia: Bispo manda tirar imagens de Santos de praça para não ofender outros credos


Rondônia: Bispo manda tirar imagens de  Santos de praça para não ofender outros credos
28.11.2012 -
Igreja e praça pública de Cacoal (RO)
O bispo dom Bruno Pedro, de Ji-Paraná, em Rondônia, mandou que a Igreja Sagrada Família, em Cacoal, tire seis estátuas de santos da praça pública que lhe circunda, para que as pessoas de outros credos não se sintam ofendidas.
Fernando da Silva Azevedo, coordenador da igreja, disse que não acatará a determinação. “Se eles [pessoal do bispo] quiserem mesmo retirar [as imagens], vão fazer sem minha ajuda”, disse. “Pedi para sair já da coordenação da igreja, porque prefiro morrer a ter que retirar as estátuas.”
Azevedo disse ter ficado decepcionado com a ordem do bispo. “Acredito que quando a casa é sua, você faz o que quiser no quintal dela”, disse. O “quintal”, no caso, é a praça pública.
O padre Valdemir Galdino, responsável pela Igreja, disse que, se dependesse dele, as estátuas ficavam onde se encontram. Ele lamentou o gasto que a igreja teve com a confecção dos santos.
Se não fosse a ordem do bispo, outras 16 estátuas seriam expostas na praça, dando o total de 22, que é a quantidade de comunidades católicas de Cacoal.
Para o bispo, bastava ter colocado na praça o símbolo da Igreja, porque, para ele, expor todos os santos, sem avisar a comunidade, “não foi prudente”. Além disso, afirmou, as estátuas perdem o seu significado quando são postas em praça pública, em vez de um local adequado, como a igreja.
“Lá é uma praça pública”, disse. "Tem que se respeitar as pessoas de outras religiões.”
Com informação do G1.  e  Blog Paulo Lopes
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Nota de  www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo". (Gálatas 1,10)
Sobre algumas atitudes apóstatas de muitos Sacerdotes e Bispos, veja abaixo:

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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

COMENTARIO DE CARLOS CHAGAS EXTRAIDO DO BLOG DE MAGNO MARTINS


AS AGENCIAS COMEÇAM A SER QUESTIONADAS

Por Carlos Chagas


                                                        Nem tudo está perdido. O Senado decidiu investigar as Agencias Reguladoras. Menos do que possíveis escândalos verificados no âmbito de cada uma, os senadores pretendem questionar sua transformação de super-poderes criados para pairar acima dos ministérios e empresas estatais em cabides de emprego para acomodar companheiros e penduricalhos. A mutação aconteceu quando o governo federal passou dos tucanos para o PT.
                                                        Essa investigação poderá constituir-se no embrião para um projeto que mude  a legislação referente à Agências, quem sabe até considerando-as supérfluas e desnecessárias,  dada a redundância de suas atribuições teóricas com a máquina administrativa do Poder Executivo.   Vai ser difícil a extinção das Agências, pois poucos serão os senadores, e também os deputados, sem algum interesse altruístico,  pessoal ou subterrâneo em alguma delas. De qualquer forma, fica o registro de que deixaram, ou vão deixando de ser,  poderes desvinculados do poder maior, no caso, o governo federal. Trata-se de mais um véu desnudado no fantasma do  neoliberalismo que nos assolou por obra e graça de Fernando Henrique Cardoso.

EM BUSCA DO TEMO PERDIDO

                                                        O Senado também parte do geral para o particular. Estão convidados para falar sobre as acusações de corrupção desvendadas pela Operação Porto Seguro o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e o chefe da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adans. Os depoimentos foram combinados pela oposição e a situação num acordo que deixou para as calendas a convocação de Rosemary Noronha e sua quadrilha, como também ficou para mais tarde o comparecimento de José Weber Holanda, segunda autoridade da AGU, já afastada. Mesmo assim, é um bom começo.









O PRIMEIRO ESCORREGÃO

                                                        Toma posse hoje o novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki. Cercado do reconhecimento geral sobre seu vasto saber jurídico e sua reputação ilibada, nem por isso de deixou de escorregar, no começo da semana, ao comentar que o Supremo ficou  muito exposto ao transmitir ao vivo as sessões de julgamento do mensalão. Queria o quê? Sessões secretas ou abertas apenas aos advogados dos réus? Que o país deixasse de tomar conhecimento das acusações, da defesa e dos debates às vezes acalorados entre seus novos colegas?
                                                        A transparência nos trabalhos da mais alta corte nacional de Justiça exprimiu não apenas uma conquista da opinião pública e da mídia, mas, acima de tudo, uma demonstração de maturidade democrática, aliás, muito bem executada pela TV-Justiça. Bem que o novo ministro poderia nunca mais voltar ao assunto...
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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Reféns da seca XX EXTRATOS DO BLOG DE MAGNO MARTINS

Reféns da seca XX ( final )


Deus deu aos homens a terra firme, as lagoas e os mares mansos. Mas o Sertão de vidas secas, esse ele deu ao perigo, o perigo da morte severina, que quando não se dá pela fome, se dá pela sede ou por uma emboscada. O homem manso do mar quando entra na caatinga fica feito olho de boi, parado, e quando vê fica assustado.
Sertão é perigo. É olhar no seu infinito um céu cinza e só enxergar reses magras, com grandes ossos agudos furando o couro das ancas. O sol, que maltrata homens, mulheres, crianças e os animais, é terrível. Não sei como não cega a sua gente, que tem olhos tristes, de desesperança. Não cega porque o sertanejo é antes de tudo um forte na visão euclidiana.
Na visão de Raquel de Queiroz, o sol do Sertão descasca só do mormaço. Ali, branco fica corado; preto, cinzento. Verde, na monotonia cinzenta da paisagem, só algum juazeiro quando escapa da devastação imposta por um sol que reflete uma luz que é quase como fogo. Pé de jurema serve de encosto. Quem come carne tem que roer até os ossos.
Ao mergulhar fundo nos sertões não há quem não se lembre da narrativa dolorosa de Raquel de Queiroz no livro 'O Quinze', desfilando seus personagens, como a Mãe Nácia, o João Marreca, Conceição, Vicente ou o vaqueiro Chico Bento fugindo da seca no sertão cearense do seu Quixadá.
Foi esta, igualmente, a sensação que tive ao rasgar 5,4 mil km de estradas em 15 dias nas áreas atingidas pela mais longa seca dos últimos 50 anos no Nordeste, que deixou 148 dos 185 municípios pernambucanos em estado de emergência, a maioria em profundo colapso no sistema de abastecimento de água.
'Seu' Antônio Piancó do Nascimento, da emblemática Serrita do vaqueiro Raimundo Jacó, o Chico Bento reencarnado e decantado na voz de Luiz Gonzaga, é o primeiro personagem deste último capítulo de Reféns da seca, que fui copilando ao longo dos últimos 20 dias, um a um, como Raquel em seu romance.
De forma desesperadora, ele tenta, com a força que Deus lhe deu, salvar mais uma novilha que não resiste e cai no pátio da sua fazenda tremendo de fome. Perder o gado virou uma rotina angustiante no chão euclidiano. Piancó teve que se desfazer de quase todo o seu plantel. E teve notícias de que em Dormentes, na semana passada, um criador, desesperado, cometeu suicídio.
Em Custódia, também correu a versão de que um pequeno criador levou dez animais para vender na feira e, mesmo oferecendo a preço de banana, não conseguiu arranjar um só freguês. Abatido, estressado e deprimido, teria igualmente tirado a sua própria vida com um tiro no coração.

Enquanto os pecuaristas entram na fase mais cruel do desespero, José Apolinário dos Santos Silva, de 17 anos, usa um jumento, que parece menor do que ele, para tanger a última novilha que resta do patrão que já foi próspero criador de gado no Sertão do Araripe, na bacia leiteira de Bodocó, que teve sua produção reduzida em 80%.
'Tenho andado por essa caatinga afora a procura de mandacaru', diz Apolinário, referindo-se ao único pasto que restou para o gado na sua região. É no lombo do jumento que ele carrega o que encontra pela frente nos pés do arbusto que ainda resistem ao sol forte e ao calor de mais de 40 graus. No entardecer do dia, quando a noite vai chegando mansinha, ele acende o fogo e queima os espinhos do mandacaru para dar como ração ao gado faminto.

No Brasil de terra em que se plantando tudo dá, nem o juazeiro vai escapando no Sertão. E gente de alma e espírito mansos, como dona Josefina de Assunção Pereira, 39 anos, vai levando a vida de caridade. 'Hoje, estou esmolando, porque não encontro mais nenhum bico, meu senhor', revela.
Josefina vive da caridade dos outros numa invasão do MST nas vizinhanças no Bebedouro, em Santa Maria da Boa Vista, de onde 2,5 mil famílias tiram o seu sustento com frutas irrigadas num projeto público compartilhado. No barro, ela e a família – oito filhos nas costas – sobrevivem famintamente.
No seu barraco, quando alguém se dispõe a fazer uma caridade com comida, ela e a ninhada de filhos devoram tudo e limpam os beiços nos molambos do braço. Josefina é como um boi: vive num curral de fome. 'Ainda não botei um bocado na boca hoje', diz, sem esconder a sua triste realidade.

Distante dali, no torrão de Rajadas, já nas encostas do Piauí, José Amaro Gonçalves, 41 anos, mata as horas que Deus lhe dá no dia sonhando com a volta das chuvas, porque já não aguenta mais tanto sofrimento. Perdeu tudo, do plantio de milho e feijão a duas vaquinhas leiteiras, que morreram de fome.
Como a esperança continua sendo uma chama acesa no Sertão, mesmo dia após dia o sol despontar mais agoniante do que antes, Amaro prepara a terra queimando as últimas ramas do juazeiro com fogo ardente. 'A gente aqui tem rezado muito, feito novena e até promessa, mas a chuva não vem não, moço', diz ele.
Se as previsões meteorológicas estiverem certas, como profetizam técnicos que espalham o terror pelo Sertão, chuva boa mesmo, para valer, de encher os açudes e despertar o canto do sabiá, só em março. 'Tenho fé em São José que ainda chove. Tem-se visto inverno começar em abril. Se isso ocorrer, a gente ainda escapa, mas o gado não. Morre tudinho', desabafa.
O sol em Conceição das Creoulas, um quilombo dos palmares implantado em Salgueiro, a 540 km do Recife, já elevou a temperatura a 49 graus. Lá, até os urubus desapareceram mesmo com um prato irresistível dando mole: os animais mortos jogados na beira da estrada. Ali, a água do cacimbão é compartilhada por homens e animais.

Gorete e Francisca, adolescentes quilombolas, já andaram do sítio até a escola em Conceição, percurso de 2 km, sem nenhuma proteção do sol escaldante. Mas depois que o sol virou fogo ardente elas se protegem com sombrinhas coloridas compradas pelos pais, beneficiários dos programas de distribuição de renda do Governo Federal.
Aliás, em Conceição das Creoulas, quase o distrito inteiro – 1,5 mil famílias – está sob o manto protetor do Bolsa Família. 'A gente vive da aposentadoria do meu pai e da bolsa que minha mãe recebe', diz Francisca, que se apegou aos estudos com planos para o futuro. 'Quero sair daqui e tentar a vida em outro canto sem muita desgraça', diz.

Presidente da Associação dos Quilombolas em Conceição das Creoulas, Andrelino Mendes, 60 anos, tentou um mandato na Câmara de Vereadores de Salgueiro nas últimas eleições para representar a raça negra no parlamento, mas não conseguiu. Teve apenas 325 votos e voltou à labuta na oficina de soldagem.
É lá que, entre um conserto e outro de equipamentos quebrados deixados pela vizinhança, vai arrumando uns trocados para complementar a renda da família. Como toda comunidade, é, também, beneficiário do programa Bolsa Família e não esconde de ninguém. 'O benefício está em nome da minha mulher', afirma.
Segundo Andrelino, não fosse a Bolsa Família ou a Bolsa Estiagem, esta criada pelo Governo estadual, ninguém estaria salvo no distrito. 'Aqui, a gente tira o sustento da terra, mas a seca levou tudo. Não temos mais nem a matéria-prima para o artesanato típico daqui, a base de sisal e fios de corda', desabafa.
O líder dos quilombolas é um homem sofrido, que administra um conflito social que parece eterno na sua comunidade, entre negros e índios da tribo Atikum. Quilombolas não se misturam com índios, que vivem a resmungar. Acham que são discriminados até na hora da solidariedade, quando aparece um coração bom por ali, levando cestas básicas.
'índio aqui não tem direito a nada, nem a cesta que o Governo manda', reclama Avanir, da tribo Atikum. Mas Andrelino tem lá seus argumentos. Segundo ele, as cestas básicas enviadas pelo Governo ou instituições de caridade só chegam até Salgueiro. 'De lá para cá, há uma despesa e só tem direito a cesta quem rateia esses custos', explicou.

EXTRATOS DO BLOG DE MAGNO MARTINS

Agricultores abandonam suas casas para escapar da seca


Casas fechadas, abandonadas, sítios e fazendas desertas. O cenário se repetiu ao longo dos 5,4 mil km que este blogueiro percorreu em 15 dias no Sertão pernambucano para retratar a maior seca dos últimos 50 anos no Nordeste. Nos últimos anos, o semiárido nordestino vive um fenômeno diferente: o êxodo rural do campo para as periferias das cidades sertanejas e não mais São Paulo, como nas décadas de 70 e 80.
A saída da população da zona rural para as cidades se dá em busca de água. Somente em Pernambuco, mais de 150 municípios estão em situação de emergência.  Em todo o Nordeste, mais de quatro milhões de pessoas estão em áreas diretamente afetadas pela estiagem.


O Censo 2010 do IBGE mostrou que o número de pessoas que moram em áreas rurais continua diminuindo no País, porém num ritmo menor do que na década anterior. De acordo com a pesquisa, a população rural no País foi reduzida em dois milhões, entre 2000 e 2010, o que representa metade dos quatro milhões que foram para as cidades na década anterior.
Doutor em economia popular e professor da Universidade Federal de Alagoas, Cícero Péricles disse que 80% da população nordestina já vive em áreas urbanas, com povoados e cidades cada vez mais habitados. Para ele, isso é reflexo da maior quantidade de serviços ofertados, o que fica ainda mais evidente durante as secas.


“No semiárido, esse índice [de urbanização] ainda não foi alcançado, mas caminha nessa direção. Nas zonas urbanas, as adutoras ou os carros-pipa levam a água, e os programas sociais são mais presentes. Portanto, as possibilidades econômicas são mais efetivas que na área rural. Daí o movimento campo-cidade ter um aumento de fluxo”, afirma.
A seca traz enormes danos sociais e econômicos à população e à economia do semiárido. O prejuízo é imediato pela impossibilidade do plantio decorrente da falta de água ou mesmo a perda total da colheita. Essas perdas familiares repercutem na vida comercial dessas cidades, reduzindo o vigor das feiras e das atividades na prestação de serviços.


Como são localidades pobres, sem um tecido econômico dinâmico, as consequências imediatas desse fenômeno são vistas de maneira mais dramática, com relatos de perda de patrimônio e endividamento das famílias de agricultores e moradores da área rural e urbana.
 A diferença do atual êxodo rural em relação ao ocorrido com mais intensidade nas décadas de 70 e 80, é que em vez de Rio de Janeiro e São Paulo, o destino dos nordestinos está mais próximo: muitas vezes é o próprio Nordeste e a região Norte.


Em Serra Talhada, é muito fácil encontrar moradores que estão desistindo da vida no campo e abandonando as casas em busca de uma “vida com água”. Na comunidade do sitio Pereiro, o último a fugir da seca e abandonar a sua casa foi José Francisco Silva, 44 anos, um dos moradores mais antigos da comunidade e que deixou o casebre onde vivia para ir morar na própria periferia da cidade.
 “Só passar sede e fome sem assistência de ninguém? Aqui, não temos nem energia, nem água. É um sofrimento muito grande”, contou um vizinho dele, que ainda resiste por lá, mas que também faz planos de tentar uma vida mais digna na parte urbana da cidade ou até mesmo em outro Estado.

sábado, 24 de novembro de 2012

EXTRATOS DO BLOG DE MAGNO MARTINS....Reféns da seca XVII

Reféns da seca XVII


“O Nordeste está sofrendo/ Seco sem água e sem planta/ O campina já nem canta/ O gado não está comendo/ As plantas estão morrendo/ Dá vontade de chorar”. Os versos são de Patativa do Assaré, que fez também a Triste Partida, o Boi Fubá e tantas melodias que se imortalizaram. Patativa se inspirava na dor do sertão, olhando o seu chão esturricado, vendo a sua gente perder a batalha contra a natureza.
E como ele, milhares de sertanejos de alma poética vão tirando do chão a sua poesia. A seca, aliás, pode tirar tudo do sertanejo, menos a sua veia poética. Nas terras de São José do Egito, reino encantado da poesia, a maior seca dos últimos 50 anos já arrasou tudo e levou poetas a implorar por uma gota de água com uma cuia no meio da rua.
Em Conceição das Creoulas, Ana Paula e Maria Filha, descendentes de quilombolas, sabem de cor e salteado versos de Patativa, que já se foi, do Louro do Pajeú, esfinge da viola de São José do Egito. E é neles que elas se inspiram, ganham coragem e buscam energia para resistir ao último pau de arara.
Para isso, saíram do mato e ajudadas pela Associação dos Quilombolas, que fez uma parceria com o Governo do Estado, através do programa Inclusão Produtiva, fazem cursos práticos para aprender alguma atividade, como manicure, e buscar uma renda a mais para continuarem seus estudos.
“Queremos estudar, se preparar para um dia sair daqui, ter oportunidade em outro lugar que a gente tenha emprego e veja o muito diferente, de outra forma”, diz Ana, que vive todos os anos a agonia de ouvir os lamentos do pai, de que o sol abrasador devastou tudo, até a última palha do que plantou para dar de sustento à família.


Conceição das Creoulas, onde vivem Ana e Maria, é um pedaço conflituoso do sertão. Ali, quilombola convive, mas não se mistura com índio atikum. Josilane, de uma negritude bela, vive ali a rotina de carregar água de um cacimbão fétido, para dar aos animais e usar nas necessidades domésticas.
Diferente de Ana e Maria, ela não buscou ainda um curso para aprender algo diferente e sair dali para ganhar o mundo, mas também sonha. “Sonho com a terra. A nossa luta aqui é para ter o nosso direito reconhecido, o direito à propriedade da terra, para dela tirar o sustento quanto tiver tempo bom de chuva”, diz.
O pior é que esse tempo bom nunca chega ou tarda a chegar não apenas em Conceição das Creoulas, mas em todos os rincões do semiárido, onde o gado morre, os pássaros já não cantam mais e gente sofre na pele a humilhação por uma esmola que chega num cartão magnético dos programas sociais.

Passada a segunda quinzena do mês, é tempo de agonia para Josefina de Assunção, Arnaldo Pedro e Maria de Lourdes. Agonia que tem hora para começar, mas não tem hora para acabar nas intermináveis filas do recebimento do auxílio social em São José do Egito. Ontem, eles estavam entre as centenas de famílias que chegaram ali as cinco da matina.
E só viram a cor do dinheiro do Bolsa Família, a nova roupagem das frentes de emergência, seis horas depois. O batido para quem depende de qualquer programa social do Governo é assim: penar em longas filas, que dobram o quarteirão, debaixo do sol ardente, sendo tratado feito bicho.

Para não passar por humilhação tão desgraçada, Genário Francisco da Silva, 58 anos, vive do ofício de fazer de forma bem artesanal redes de pesca no Sertão do Pajeú. Em Lagoa Funda, onde mora em terras do município de Iguaracy, vai tecendo, pacientemente, com agulha e nalho o produto do seu trabalho.
Mas a seca também atrapalhou o ganha-pão de Genário. “Com os açudes secos, os peixes morreram e não aparece ninguém mais para comprar minhas redes. Aqui mesmo, havia um açude com muito peixe, mas a gente não encontra mais nem um corró”, lamenta o talhador da pesca.

Num outro sertão conflagrado, o Moxotó, que se confunde com o do Pajeú, pela irmandade em tudo, principalmente no sofrimento, Pedro de Assis, 25 anos, carrega sacas de farelo de soja na cabeça para ganhar R$ 25. Ele mora em Sertânia, terra de caprinos e ovinos, animais mais resistentes às intempéries do sol.
“Dou um duro desgraçado. Nesse sol quente, a sensação é de que a cabeça vai partir ao meio quando chego em casa”, diz, referindo-se as mais de 50 sacas que carregou ontem num descarregamento de farelo para abastecer uma fazenda de gado de corte em Sertânia. Mas Pedro não tem saída.
Diz que, antigamente, os bicos que apareciam eram menos brutais. “A seca escraviza. Quando chove, a gente também sofre na roça, mas é um sofrimento menos sofrido”, desabafa, rangendo os dentes pelo peso do saco de farelo sobre a cabeça.

José Rodrigues Sobrinho, o Zezinho, 58 anos, foi vaqueiro afamado no Sertão do Moxotó. Aprendeu cedo a derrubar o boi na caatinga fechada, a amansar cavalo cismado. Ganhou prêmios em todas as pelejas de gado que disputou não só em Pernambuco, mas em outros Estados, como a Bahia, Ceará, Maranhão e até Minas Gerais.
Zezinho nunca rejeitou desafios em vaquejadas e por isso ganhou fama e respeito durante o seu reinado de maior vaqueiro do Moxotó. Mas como o tempo passa para todo mundo, para o experiente derrubador de gado brabo também passou e hoje vive apenas de recordações daquele tempo bom.
“Eu vivia pelo mundo participando de competições como todo vaqueiro que se preza”, diz. Hoje, Zezinho monta num cavalo diferente, que não tem quatro patas, mas duas rodas e que virou em terras euclidianas a versão moderna do “jumento do sertão”. São as motos. “Troquei o gibão pelo capacete”, brinca.
Zezinho é servidor público, funcionário da Adagro numa fazenda de criação do Governo do Estado em Sertânia, cujo reservatório, que num passado distante era um mar de água, está, hoje, com o agravamento da seca, com apenas 30% das suas reservas.
“Quem, como eu, viu esse açude nos velhos tempos botar água de canto a canto e hoje estar nessa situação dá uma dor profunda no coração, uma amargura. Mas o que se pode fazer? É a seca, a maior, aliás, que já vi em toda minha vida”, diz o ex-vaqueiro e agora motoqueiro dos sertões.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

EXTRATOS DO BLOG DE MAGNO MARTINS...Reféns da seca XV

Reféns da seca XV

Na maior seca dos últimos 50 anos no Nordeste, destacada ontem na telinha mágica do Jornal Nacional da TV-Globo, que foi no rastro de imagens já mostradas por este blogueiro da matança do gado de Cidrim, um velho criador em Serrita, o bicho homem também não está tombando morto no chão de vidas secas por causa grande abrangência dos programas sociais.
A Bolsa Família, o Seguro Safra, a Bolsa Estiagem e, enfim, a aposentadoria, retirados num cartão magnético nas agências oficiais, como a Caixa Econômica, deram lugar a humilhante esmola das famigeradas frentes de emergência dos anos 80 e 90. Mudou só a forma, o conteúdo é o mesmo, a exploração é a mesma.
 As legiões de beneficiários são os mesmos. Têm a mesma cara, sofrem da mesma dor, são dependentes de uma indústria. A indústria é a da seca, cujo maior símbolo na caatinga é o caminhão pipa e o mais novo as cisternas de plástico doadas aos que têm sede.
Descendente de raça indígena em Cabrobó, acostumada a dar duro na vida, “dona” Amercinda Joaquina Nascimento, 74 anos, sete filhos, 25 netos e cinco bisnetos, não sente mais tão forte os efeitos da seca porque filhos, noras e agregados sacam, todo mês, o dinheirinho da Bolsa Família.
Encontrada, ontem, já ao entardecer, sentada no acostamento da estrada que liga Santa Maria da Boa Vista a Cabrobó, onde mora, a velhinha abriu o coração diante da filharada que estava esperando uma carona para chegar em casa depois de mais um dia de sol causticante na fazenda do patrão.
 “Já vi muitas secas em que a gente era chamada para invadir as feiras e mercados. Era o nosso grito de fome, o nosso protesto contra o governo. Hoje, a gente não precisa gritar. Basta ter um cartão magnético da Caixa”, disse, referindo-se ao programa Bolsa Família.

Como ela, a família do criador de cabras José Ferreira Lima, 68 anos, da fazenda Badejo, em Santa Maria da Boa Vista, escapa da morte no chão euclidiano por causa da Bolsa Estiagem, esta criada e mantida pelo Governo do Estado.
“Meu filho, eu vou me virando aqui como Deus quer, vendo uma cabrinha aqui e acolá, mas minha mulher está recebendo uma ajuda do Governo”, confessa Ferreira.

Pai de oito filhos, Ferreira mora numa casa decente, que não é de taipa, tem um aprisco com um bom lote de cabras e bodes, duas éguas e dois jumentos e um dos seus filhos, este residente na zona urbana de Santa Maria da Boa Vista, o visitou ontem num carro, recentemente comprado.
“Não somos miseráveis, tem gente mais sofrida por aí”, diz ele, que, mesmo assim, não abre mão do direito da mulher de ser beneficiária da Bolsa Estiagem. Como nas frentes de emergência, onde os critérios eram diferentes, os programas sociais criados por Fernando Henrique, ampliados por Lula e mantidos por Dilma, também tem as suas falhas.

João Luis do Nascimento, 31 anos, deixou a roça, onde arrancava mato e preparava a terra para receber a invernada num tempo que ainda chovia no Sertão, para engrossar a turma dos peões que vivem do comércio das frutas que brotam nos campos irrigados de Santa Maria da Boa Vista.
Sua rotina é viver em cima de um caminhão apinhado de goiaba para entregar na freguesia espalhada no comércio da cidade. Mesmo com renda assegurada – ganha uma diária de R$ 30 – Luis também vive, indiretamente, do Bolsa Família. A mulher, desempregada, ganha R$ 140 do Governo para completar a renda familiar.
Esta é uma seca com características diferentes. O homem está maltratado, mas na verdade vai escapando. Quem de fato não está conseguindo escapar é o rebanho bovino, que pode ser dizimado se não chegar às chuvas das trovoadas de dezembro.
Como Petrolina, banhada pelo rio São Francisco, Santa Maria também tem dois sertões: o de sequeiro, pobre, e o da irrigação, rico.
Na beira do rio da unidade nacional, o gado também morre, como testemunhamos, ontem, ao lado da adutora Garças, abandonada, em Santa Maria da Boa Vista, a menos de 500 metros da beira do São Francisco.
Fulgêncio, em terras de Santa Maria da Boa Vista, é a Canaã dos milhares de camponeses banidos de suas terras há 25 anos pelo lago de Itaparica, que inundou cidades, fazendas e distritos. Na terra prometida e dada pela Chesf, de onde se retira, hoje, a maior produção de banana da região, também existem os dependentes da nova “emergência”.

Colono oficial e não invasor do projeto, plantador de banana e melancia em seu lote, José Francisco da Silva, 30 anos, diz que só consegue manter a prole de sete filhos porque a mulher também é beneficiária do Bolsa Estiagem.
“Aqui, está ruim de produzir porque a água é fraca”, diz, referindo-se a baixa oferta do líquido que chega até ao seu plantio. “Minha sorte é que minha mulher conseguiu entrar no programa das bolsas”, acrescenta Silva.
Segundo ele, com a renda do programa social, está garantido o leite das crianças. “Antigamente, a gente produzia muito aqui, mas agora a água que chega só dá mesmo para manter a banana viva. A bolsa chegou em boa hora”, revela.

Bem distante do Fulgêncio, hoje região de conflito entre colonos legalizados e invasores, “seu” José Correia dos Santos, 87 anos, nove filhos, já viveu bem, sem nunca entrar nas estatísticas dos manipulados pela indústria da seca, quando, em 1985, chegou ali a água da adutora do Garça, aberta pelo ex-governador Roberto Magalhães, mas desativada 10 anos depois.
Do quintal da sua, ele avistava a água da barragem de Lagoa da Pedra jorrando e irrigando a plantação. “Tudo que a gente plantava aqui dava bem, hoje virou esse deserto que você está vendo aqui, meu filho”, observa Correia, que vive, hoje, da sua aposentadoria e da aposentadoria “da minha velha”.
Mas os filhos, que não aguentaram o sofrimento e o abandono do deserto da Lagoa, foram morar na cidade e lá três deles também estão aumentando o exército dos dependentes da Bolsa Família. Lá no seu cantinho, onde improvisou uma queda de água no telhado para encher dois potes de barro quando chover, “seu” Correia vive de amargas recordações.
Não só de ter perdido o direito a água em abundância no quintal de casa, mas de sofrimento das secas que se sucedem. “A gente vive pelejando. Vi secas brabas, como a de 32, mas esta, que a gente liga a televisão e vê que não foi só por essas bandas de cá, nunca tive notícia de tragédia maior. O gadinho, coitado, tá morrendo todo”.

Em Salgueiro, santuário da seca, onde nasceu a Sudene de Celso Furtado, tem sido difícil a vida da jovem Josilane Pereira. Emprego, com o fim das obras da ferrovia Transnordestina e a paralisação da Transposição, não se encontra mais. Água? Na torneira, rareia e ainda chega por uma adutora entregue na gestão de Roberto Magalhães, que está precisando ser duplicada.
A dor maior dos últimos dias é não conseguir ser atendida na rede pública de saúde do município, como acontece com milhares de pessoas na cidade sem planos de saúde, dependentes do SUS. Ela conta que, há quatro meses, tenta levar a filha de cinco anos para um otorrino e não consegue.
“Minha filha está sofrendo muito, mas a gente chega ao posto de saúde e não encontra atendimento, porque o otorrino só atende dois casos por mês”, desabafa.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

EXTRATOS DO BLOG DE MEU AMIGO MAGNO MARTINS;;;;Tribuna do leitor: Desabafo de um sonhador

Tribuna do leitor: Desabafo de um sonhador
Gildo Tavares de Melo Júnior
Sou advogado militante. Minha única profissão é a advocacia, da qual sobrevivo desde 1991.
Adoro a advocacia. Gosto de praticar o foródromo, atividade de estar no Fórum, trabalhando, acompanhando processos, despachando com juízes, consultando colegas, apenas conversando com os mesmos, conhecendo novas ideias e porque não dizer, visões de mundo.
Entrei na UNICAP em 1985 e sai em 1991, período em que consolidei o sonho de mudar a vida dos mais necessitados e especificamente as dos moradores do meu bairro (Tejipió).
Mas como poderia fazer isso?
Resposta: POLÍTICA.
A primeira vez em que a humanidade ouviu falar de um documento de intenções sobre DIREITOS HUMANOS, foi segundo os historiadores, em 1776 com a DECLARAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA AMERICANA e posteriormente em 1789 com DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO – Revolução Francesa – quando, mesmo que tais documentos não declarassem a igualdade, a universalidade e o caráter natural dos direitos humanos, o caráter POLÍTICO foi adicionado e deu início a discussões que pairam até hoje em nossa civilização.
Mas, e a POLÍTICA? Vale tudo para se alcançar o poder e trazer a baila os direitos humanos?
A meu ver a resposta passa inevitavelmente pela ética.
Voltando aos anos 80 e 90, lembro que inebriado com o clima político das eleições diretas para presidente, filiei-me ao PT – Partido dos Trabalhadores em 1988 - e participei diretamente da política partidária no diretório municipal e estadual, chegando em 2002 ser eleito presidente da comissão de ética do diretório municipal.
Um dos melhores momentos que vivenciei, foi a criação e atuação no Núcleo do PT de Tejipió, na Rua Adolfo Correia, em frente à minha casa, o Núcleo, era um espaço cedido por Roseli, vizinha e companheira de lutas, um espaço democrático onde nos reuníamos para falar de política partidária, ou não, mas sempre com o intuito de modificarmos as condições adversas do bairro.
Com a eleição de João Paulo para prefeito do Recife em 2000, levamos um antigo projeto do núcleo para o então secretário de assuntos jurídicos da prefeitura do Recife, Maurício Rands, esse projeto tomou corpo na forma dos Núcleos de Descentralização da Assistência Judiciária da Prefeitura do Recife, porém, com a saída do Secretário o projeto, por questões políticas, perdeu força e foi retirado do programa do governo municipal em 2006. Neste projeto, atuei de 2001 até 2005, quando fui afastado, também, por questões políticas.
Quero dizer, que reconheço todo o trabalho e empenho de grandes companheiros do PT, bem como os feitos e benefícios que o governo Lula trouxe, sendo o mais notável, o fortalecimento da economia.
Mas será, que o Partido dos Trabalhadores está no rumo certo?
O que teria acontecido com seus membros em relação à ética?
Será que Lula realmente sabia do esquema do mensalão?

Estas perguntas, por mais óbvias que sejam, só o tempo vai responder de maneira inequívoca.
Porém, um fato me chamou a atenção no último dia 14
Li no jornal do Commercio a matéria na página 4 – Política –
“ PT FAZ COTA PARA PAGAR MULTA DOS CONDENADOS”
Dando conta, que está em andamento dentro do PT um movimento para fazer uma cota para pagamento de mais de R$ 1,46 milhões referente às multas que José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares foram condenados pelo STF por participação no caso do Mensalão.
Dói nos nervos, a informação de que nenhum deles será expulso do partido, mas causa náuseas ver o alto escalão do PT envolvido na mobilização, dando inclusive entrevistas na imprensa nacional e internacional no sentido de que vai criar inclusive um fundo solidário para arrecadação de valores.
Segundo a matéria no JC, Paulo Frateschi, dirigente da executiva nacional, pasmem, disse: “quero ser o primeiro” a participar da vaquinha e o Presidente do PT, Rui Falcão, criticou abertamente o STF, dizendo ser injusta a decisão contra os três petistas, como se vivêssemos ainda em um Estado autoritário e como se o STF não fosse uma instituição fortalecida.
Vejo como imenso desprezo e tristeza, a intenção dos membros da cúpula do PT não mais se importarem com a ÉTICA e a POLÍTICA, enveredando pelo caminho da imoralidade e da politicagem e desta forma desonrando todos os brasileiros que um dia acreditaram na MORAL POLÍTICA do Partido dos Trabalhadores.
Finalmente, termino com a frase do Ministro Carlos Ayres Britto - “Parodiando Einstein, o universo e a esperteza humana não têm limites. Sobre o primeiro eu tenho dúvidas”.
Gildo Tavares de Melo Júnior é advogado
 Escrito por Magno Martins, às 12h38

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

CRISMANDOS DE SAO LOURENÇO REALIZAM RETIRO

CATEQUISTA RAFAEL E LEONARDO LEITAO ACESSOR DO RETIRO DOS JEVENS CRISMANDOS.
























O CATEQUISTA RAFAEL E SUA TURMA DE CRISMANDOS NA COMUNIDADE DE SAO MIGUEL ARCANJO EM VILA DA SAUDADE. SAO LOURENÇO DA MATA PE.


boletim da cnbb..Secretário Geral comenta pedido de retirada da expressão “Deus seja louvado” das cédulas de reais


Secretário Geral comenta pedido de retirada da expressão “Deus seja louvado” das cédulas de reais

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dom_leonardo_steinerokA expressão “Deus seja louvado” pode ser retirada das cédulas da moeda brasileira. Isto é o que pede uma ação da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), em São Paulo. O principal argumento utilizado é o de que o Brasil é um país laico e, portanto, não deve estar vinculado a qualquer manifestação religiosa. Os comentários do secretário foram feitos ao Jornal Folha de São Paulo.
De acordo com a assessoria de comunicação da PRDC, no ano passado, houve uma representação questionando a permanência da frase nas cédulas de reais. Durante a fase de inquérito, a Casa da Moeda informou que cabe privativamente ao Banco Central (Bacen) “não apenas a emissão propriamente dita, como também a definição das características técnicas e artísticas” das cédulas. Já o Bacen afirmou que o fundamento legal para a existência da expressão “Deus seja louvado” nas cédulas é o preâmbulo da Constituição, que afirma que ela foi promulgada “sob a proteção de Deus”.
“Deveríamos nos preocupar com coisas muito mais essenciais. Muitas pessoas dar-se-ão conta da frase somente depois desta ação. Não é novidade esse tipo de ação! A frase, agora, recordará a presença de Deus na vida do povo brasileiro”, afirma o secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner.
A ação também pede que seja concedido à União o prazo de 120 dias para que as cédulas comecem a ser impressas sem a frase, sob pena de multa diária de R$ 1,00 caso a União não cumpra a decisão de retirar a expressão religiosa das cédulas. A multa teria caráter simbólico.
O pedido da PDCR ainda alega que a expressão “constrange a liberdade de religião de todos os cidadãos que não cultuam Deus, como os ateus e os que professam a religião budista, muçulmana, hindu e as diversas religiões de origem africana”.
Para dom Leonardo, a expressão “não constrange, mas pode incomodar aos que afirmam não crer”. “As pessoas que vivem a sua fé, em suas diversas expressões, certamente não se sentem constrangidas, pois vivem da grandeza da transcendência. É que fé não é em primeiro lugar culto a um deus, mas relação. Se a frase lembra uma relação, poderia lembrar que o próprio dinheiro deve estar a serviço das pessoas, especialmente dos pobres, na partilha e na solidariedade. Se assim for, Deus seja louvado!”, afirma o bispo.

domingo, 18 de novembro de 2012