quinta-feira, 5 de junho de 2014

Deus proíbe a confecção de imagens?

Deus proíbe a confecção de imagens?

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"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório." (Ex 25,18)
 Arca da AliançaMuitas vezes andando nas ruas encontramos pessoas vestidas com ternos e com uma Bíblia na mão, ensinando que usar imagens em igrejas é idolatria.
Por este motivo costumam chamar os católicos de idólatras, isto é, adoradores de ídolos, que quer dizer adoradores de falsos deuses. E ainda acusam a Igreja Católica de ensinar a adoração destas imagens.

Os protestantes encaram o uso das imagens sacras como um insulto ao mandamento divino que consta em Ex 20,4 que proíbe a confecção delas.
A Igreja Católica sempre defendeu o uso das imagens. Estaria a Igreja Católica desobedecendo a ordem divina em Ex 20,4?
A Igreja Católica é a única Igreja que tem ligação direta com os apóstolos de Cristo, sendo ela a guardiã da doutrina ensinada por eles e por Cristo, sem lhe inculcar qualquer mudança. Se ela quisesse mesmo agir contra a ordem divina, teria adulterado a Bíblia nas passagens em que há a condenação das imagens.
Na Bíblia católica - pois a Bíblia protestante não contém sete livros relativos ao Velho Testamento- o Livro da Sabedoria condena como nenhum outro a idolatria (Sb 13-15). Não poderia a Igreja repudiar o livro como fizeram os protestantes?
Na Sagrada Escritura há outras passagens que condenam a confecção de imagens como por exemplo: Lv 26,1; Dt 7,25; Sl 97,7 e etc. Mas também há outras passagens que defendem sua confecção como: Ex 25,17-22; 37,7-9; 41,18; Nm 21,8-9; 1Rs 6,23-29.32; 7,26-29.36; 8,7; 1Cr 28,18-19; 2Cr 3,7,10-14; 5,8; 1Sm 4,4 e etc.
Pode Deus infinitamente perfeito entrar em contradição consigo mesmo? É claro que não. E como podemos explicar esta aparente contradição na Bíblia?
Isto é muito simples de ser explicado. Deus condena a idolatria e não a confecção de imagens. Quando o objetivo da imagem é representar, ou ser um ídolo que vai roubar a adoração devida a somente a Deus, ela é abominável. Porém quando é utilizada ao serviço de Deus, no auxílio à adoração a Deus, ela é uma benção. Vejamos os textos abaixo:
"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo da terra, nem nas àguas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, o Senhor teu Deus, sou zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira geração daqueles que me aborrecem."(Ex 20,4-5)
Note que nesta passagem a função da imagem é roubar a adoração devida somente a Deus. O texto bíblico condena a confecção da imagem porque ela está roubando o culto de adoração ao Senhor. A existência deste mandamento se deve pelo fato do povo judeu ser inclinado à idolatria, por ter vivido no Egito que era uma nação idólatra e por estar cercado de nações pagãs, que não adoravam a Deus, e que construíam seus próprios deuses. Deus quer dizer aqui "não construam deuses para vocês, pois Eu Sou o Deus Único e Verdadeiro".
"Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubin na extremidade de uma parte, e outro querubin na extremidade de outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele."(Ex 25,18-19)
Neste versículo, Deus ordena a Moisés que construa duas imagens de querubins que serão colocadas em cima da arca-da-aliança, onde estavam as tábuas da lei, dos dez mandamentos. Veja que os querubins aqui não são objetos de adoração, mas de ornamentação da arca. Salomão também manda construir dois querubins de madeira, que serão colocados no altar para enfeitar o templo (1Rs 6,23-29).
Para deixar mais claro ainda a proibição e a permissão do uso das imagens sacras, vejamos os próximos versículos:
"E disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo." (Nm 21,8-9)
"Este [Ezequias] tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera, porquanto até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã."(2Rs 18,4)
Note que no primeiro texto de Nm 21,8-9, Deus não só permitiu o uso da imagem, como também a utiliza para o seu serviço; e a transforma em objeto de benção para seu povo, sinal de Seu amor por Israel.
E no segundo texto de 2Rs 18,4 a mesma serpente de metal que outrora foi construída por Moisés, é repudiada por Deus. Tornou-se objeto de adoração pois "os filhos de Israel lhe queimavam insenso". Deram a ela o culto devido somente a Deus. A Serpente de metal perdeu como nos mostra o texto, o seu sentido original, porque os filhos de Israel "não obedeceram à voz do Senhor, seu Deus; antes, tranpassaram seu concerto; e tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado, nem o ouviram nem o fizeram."(2Rs 18,12)
Aí fica mais que claro que Deus não condena o uso das imagens sacras e sim a idolatria. É importante lembrarmos que há muitas outras formas de idolatria, como o amor ao dinheiro, aos bens materias, etc; que substituem o amor que devemos ter somente por Deus.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

ciencia confirma a igreja porque tantas imagens de nossa sra escaparam de destruiçao

Como explicar que tantas imagens de Nossa Senhora e de Nosso Senhor tenham sido salvas nas Filipinas?


Com menos de um mês de intervalo, duas enormes calamidades caíram sobre as Filipinas, país muito populoso de maioria católica.

O país é um grande arquipélago exposto a fenômenos sísmicos e furacões de rara intensidade.

No dia 16 de outubro um terremoto de magnitude 7.2 atingiu especialmente a ilha de Bohol danificando severamente grandes e sólidas igrejas coloniais, de até 400 anos de antiguidade.

A segunda grande calamidade foi provocada pelo tufão Haiyan (lá denominado Yolanda) em 8 de novembro que causou por volta de 2.500 mortes.

Nas duas imensas tragédias registrou-se o mesmo fenômeno: imagens de Nossa Senhora e do Sagrado Coração de Jesus ficaram admiravelmente indenes.


Por exemplo, a imagem pintada Ver foto ao lado.
numa igreja de Bohol: todo o muro da igreja caiu, mas a parte dele onde estava a imagem ficou surpreendentemente em pé.

No mesmo terremoto, informa a televisão filipina, diversas imagens, sobretudo de Nossa Senhora de Lourdes, também foram inexplicavelmente salvas.

“É um milagre” dizia Carol Ann Balansag ao jornal Inquirer News, apontando a imagem, intata no meio das ruínas, da padroeira da igreja da Santa Cruz, do século XVIII, em Barangay, província de Bohol.

Entre as ruínas da igreja de Nossa Senhora da Luz, na cidade de Loon, província de Bohol, os fiéis podiam invocar a misericórdia divina e o auxílio e o perdão diante da imagem da padroeira também assombrosamente salva.

Os fiéis fitavam com lágrimas nos olhos a gruta de Nossa Senhora da Luz arruinada, mas a imagem salva.

“O terremoto destruiu a igreja, mas não atingiu nossa padroeira”, dizia o Pe. Tom Balatayo.

Amélia Sevilla agradecia a Nossa Senhora por tê-la salvo a ela, o marido e os quatro filhos. Durante o terremoto, ela correu com eles para a igreja, temendo o tsunami que acostuma vir após a terra tremer.


Veja o vídeo: ele não tem som, pois segundo quem o postou na Internet, está em tagalo, língua incompreensível para nós ocidentais. Mas as imagens são suficientemente eloquentes.

Durante o tufão Haiyan a imagem do Sagrado Coração de Jesus cuja foto vemos ao lado, ficou em pé vencendo a fúria dos elementos.

Não haverá em todas estas proteções um ensinamento, e quiçá um aviso, para todos nós também?

Para quem se interessa pelas relações da ciência e da religião eis uma pergunta que merece reflexão e uma resposta: Como explicar que tantas imagens de Nossa Senhora e de Nosso Senhor tenham sido salvas nas Filipinas?


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Por que nascem pessoas deficientes?


Por que nascem pessoas deficientes?


stevie_wonder


STEVIE WONDER ficou cego ainda bebê. Você acha que ele é mais "sofrido" ou tem menos possibilidade de ser feliz do que uma pessoa que enxerga?

Ao ver uma pessoa deficiente de nascença, muitos se perguntam: porque alguns nascem deficientes e outros nascem “perfeitos”? Ainda que a maioria não tenha coragem de declarar isso, no fundo desta pergunta está a crença de que uma pessoa deficiente tem menor potencial para se realizar, para ser feliz, do que uma pessoa “normal”. Será?
Para compreendermos essa questão, é necessário, primeiramente, que nos demos conta de um problema anterior: por causa do pecado original, nem a nossa alma nem o nosso corpo estão de acordo com o plano de Deus ao criar os homens. Tudo tende a se corromper, tudo está fora do lugar, tudo decai. Feridos por esta mancha, todos nós nascemos com deficiências e limitações, sejam elas de ordem física, psicológica, emocional ou econômica, entre outras.
Se entendermos isso, veremos que o leque de perguntas deve ser ampliado:
  • Por que alguns são gerados por pais se amam e se respeitam, e outros são recebidos neste mundo por um casal em crise e amargurado?
  • Por que alguns nascem em um lar onde há fartura, e outros nascem em uma família miserável?
  • Por que alguns nascem sendo amados pelo pai e pela mãe, e outros já nascem rejeitados por um deles, ou por ambos?
A deficiência física ou intelectual de um recém-nascido nos abala de modo especial porque torna evidente aos nossos olhos algumas das dificuldades que aquela criança terá na vida; entretanto, uma criança “normal” também nasce com uma série de deficiências, que não chamam tanto a nossa atenção por não serem explícitas visualmente. São limitações internas ou relativas ao ambiente social e familar, porém não menos dramáticas.
Marilyn_MonroePara a coisa ficar mais clara, vamos partir de um exemplo concreto. Olhe para a foto aí ao lado: o que você vê? A maioria das pessoas vê beleza, sensualidade, talento, glamour, sucesso… Sim, Marilyn Monroe, ícone pop e uma das maiores estrelas do cinema de todos os tempos, tinha tudo isso de sobra. Mas o que pouca gente percebe é que ela sofria pelas consequências de suas graves deficiências familiares de nascença. Jamais conheceu o pai, e sua mãe foi internada em um hospício quando ela era ainda muito pequena. Apesar de ter os pais vivos, a menina era, na prática, uma órfã.
Marilyn passou boa parte da infância em casas de parentes e orfanatos. Sendo uma criança desprotegida, foi abusada sexualmente na infância por vários anos. É bem possível que ela tenha sido um lindo bebê, aparentemente “perfeito”. Entretanto, nasceu emocionalmente mutilada, sem o amor e a presença do pai e, logo depois, sem os cuidados da mãe. Quem poderá dizer que o “fardo” do seu desamparo de nascença – que a expôs a sabe-se lá quantas dores e humilhações ao longo de toda a sua vida – é menor do que o de uma criança que nasce com alguma deficiência física ou intelectual? Quem poderá vislumbrar e medir a grandeza dos obstáculos que se apresentam diante de cada pessoa, assim que ela nasce?
deficiente_prioridadeOs deficientes físicos ou intelectuais precisam que a sociedade olhe para as suas limitações de forma objetiva e sem pieguice: eles têm necessidade de atendimento médico especializado, cultura, educação e lazer; de acessibilidade nas ruas, nos meios de transporte, no comércio etc. Mas… ter pena? Como diziam meus sábios amiguinhos do Jardim de Infância, quem tem pena é galinha!
Assim, não é realista quem vê o deficiente físico ou intelectual como um coitado que sofre mais do que os outros. Filhos de Adão e Eva, coitados somos todos nós, que já nascemos destinados a morrer (ô dó!). Cada indivíduo carrega as suas mazelas, as suas frustrações, os seus traumas… e cada um sabe onde o seu calo aperta.
A ideia de que os deficientes físicos ou intelectuais de nascença são pessoas potencialmente infelizes resulta, muitas vezes, no preconceito e na segregação dessas pessoas na sociedade. Em um nível mais crítico de rejeição, muitos chegam até mesmo a pensar que seria melhor que as pessoas deficientes nem chegassem a nascer. E isso explica porque mais de 90% das crianças com Síndrome de Down são abortadas na Europa e nos EUA.
Assim como todos nós somos “coitados”, do ponto de vista das nossas chagas de naturezas diversas, também todos todos nós somos imensamente abençoados. Temos motivos de sobra para ter esperanças e sorrir! Há 2 mil anos, Deus se encarnou no ventre de uma Virgem, se fez Menino; Ele se dignou a descer de Sua glória nos Céus e vir até nós, a nos olhar nos olhos e a nos ensinar o caminho para a verdadeira vida. Ele nos amou, a ponto de se entregar na cruz por nós.
Então, como cadeirantes ou “andantes”, sendo pobres ou ricos, tendo sido crianças amadas ou negligenciadas, podemos caminhar com Jesus, nos tornar pessoas melhores com o tempo, amar como Ele amou, gozar do “cêntuplo” ainda nesta vida e, no fim, partilhar de sua Eterna Vitória.
Graças a Deus, somos muito mais do que infelizes filhos de Eva: somos filhos da doce e poderosa Virgem Maria!
Andy_Reigstad_sindrome_de_down
Nascido em um país onde 90% dos bebês com Síndrome de Down são abortados, o menino americano ANDY REIGSTAD (de camiseta amarela) sempre foi desejado e é amado pelos pais. Você acha que ele tem menos possibilidade de ser feliz do que você?
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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

BLACK BLOCS: Senador Pedro Simon compara-os aos terroristas da Al Qaeda, chama-os de “bandoleiros” e diz que reprimir os vândalos é defender a democracia e a sociedade

01/11/2013
 às 16:32 \ Política & Cia

BLACK BLOCS: Senador Pedro Simon compara-os aos terroristas da Al Qaeda, chama-os de “bandoleiros” e diz que reprimir os vândalos é defender a democracia e a sociedade

Simon: baderneiros mascarados são terroristas e "celerados" e devem ser reprimidos com firmeza (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)
Simon: baderneiros mascarados são terroristas e “bandoleiros” e devem ser reprimidos com firmeza (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)


O venerando senador Pedro Simon (PMDB-RS), já perto de seus 84 anos de idade e uma das referências morais do Congresso — tão necessitado de políticos assim — pronunciou hoje um duríssimo ataque aos vândalos que se autodenominam “black blocs”, comparando-os aos terroristas da Al Qaeda, chamando-os de “celerados”, de “mascarados da estupidez” e dizendo que “reprimir a violência absurda e sem sentido do grupo bandoleiro dos Black Blocs é um ato claro do Estado para a proteção e segurança da sociedade”.
Vale a pena conferir o discurso de Simon:
Senhor Presidente, senhoras e senhores senadores,
Imaginem a seguinte cena, por mais absurda que seja:
Uma dúzia de mascarados dos Black Blocs invade dois aviões Boeing, decolam, sobrevoam Brasília e jogam deliberadamente os aviões sobre dois alvos preferenciais:
Um, sobre o Congresso Nacional, símbolo do poder do povo;
Outro, sobre o Palácio do Planalto, sede executiva do principal governante do país.
Já imaginaram esta cena?
Pois algo parecido acaba de acontecer aqui mesmo no Brasil, dias atrás, em São Paulo.
Na tarde de segunda-feira (28), manifestantes, muitos deles mascarados, todos eles exaltados, decidiram protestar contra a morte de um estudante pela polícia.
Bloquearam na capital paulista a saída norte da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais.
Interromperam o trânsito, invadiram os veículos paralisados no trânsito, evacuaram os ônibus, retiraram os motoristas dos caminhões retidos pelo movimento.
Fizeram mais. Fizeram pior.
Queimaram cinco ônibus e três caminhões.
A cena mais terrível, contudo, ficou por conta de um caminhão-tanque capturado pelos manifestantes.
Retiraram o motorista da cabine, tomaram o controle do veículo, manobraram, deram marcha à ré e começaram a rodar em alta velocidade pela rodovia paralisada.
Parecia uma travessura de criança.
Três manifestantes se penduraram no para-choque traseiro, outros dois se agarraram à carroceria, enquanto um terceiro se equilibrava perigosamente sobre o vagão de carga.
Outro viajava na boleia do lado direito, enquanto o oitavo manifestante dirigia o veículo sem destino.
Era muito mais do que uma travessura.
Era uma perigosa, letal imprudência cometida a bordo de um veículo com tanque para transporte de 30 mil litros de combustível.

Simon: "O que mais assusta, tanto quanto a violência ativa de um bando de celerados, é a presença passiva das autoridades diante dos atos e fatos de ostensiva agressão à ordem pública e à paz das comunidades" (Foto: Gabriela Batista)
Black blocks: segundo o senador,  “o que mais assusta, tanto quanto a violência ativa de um bando de celerados, é a presença passiva das autoridades diante dos atos e fatos de ostensiva agressão à ordem pública e à paz das comunidades” (Foto: Gabriela Batista)


Se não tivesse sido parado por policiais, mais adiante, e apeado de lá, o grupo do caminhão-tanque poderia ter continuado sua rota ameaçadora em direção ao imponderável, ao impensável.
Poderia ter jogado o caminhão e sua carga inflamável sobre uma barreira policial, sobre um grupo de residências, sobre o prédio do MASP, sobre o Palácio dos Bandeirantes, sobre a Catedral da Sé, sobre qualquer coisa que pudesse imaginar a cabeça insensata daqueles insanos.
Isso poderia ter acontecido no Rio de Janeiro, em Brasília, em qualquer lugar.
Pois isso, senhores senadores, já aconteceu em Nova York, em 2001.
Em 11 de setembro, 19 Black Blocs sem máscara da Al-Qaeda tomaram quatro Boeing e cometeram o mais devastador ataque terrorista da História.
Um Boeing 767, o voo 175 da United Airlines, com 56 passageiros e nove tripulantes, decolou de Boston às 7h59m.
O Boeing decolou naquela manhã ensolarada com destino a Los Angeles, a 4.190 km de distância.
Cheios de combustível, seus tanques com capacidade para 70 mil litros têm autonomia para um voo de até 10.600 km.
Como Los Angeles está a menos da metade disso, o Boeing voava com meia carga nos seus tanques, pouco mais de 35 mil litros.
O voo 175 deveria durar 6 horas e 35 minutos, mas acabou apenas uma hora e quatro minutos depois.
Tomado pelos Black Blocs da Al Qaeda, o Boeing foi desviado para Nova York até se chocar com a Torre Sul do World Trade Center, às 9h3m.
Isso aconteceu 17 minutos após a Torre Norte ser atingida por outro Boeing sequestrado.
O voo 175 caiu a 545 km por hora, atingindo o prédio entre os andares 77 e 85 e produzindo, com seus milhares de litros de combustível, um furor de fogo e calor intenso que chegou próximo aos 1.000 graus Celsius.
Apenas 56 minutos e 10 segundos após o impacto, a enorme torre de 110 andares desmoronou.
Senhoras e senhores senadores, repito e lembro aqui uma perturbadora semelhança entre a tragédia de Nova York e a quase tragédia de São Paulo.
O Boeing das Torres Gêmeas caiu sobre o prédio como uma bomba incendiária carregada com pouco mais de 30 mil litros de combustível.
Repito: 30 mil litros de combustível.
Os mesmos 30 mil litros do caminhão-tanque de São Paulo que rodava, desatinado, sob o controle ou o descontrole dos terroristas que corriam, sem destino, por uma rodovia federal cercada por civis e inocentes.
Devemos festejar que os nossos terroristas de São Paulo não estivessem tripulando um Boeing?
É menos grave que tivessem tomado apenas um caminhão-tanque com o mesmo potencial de morte inflamável que matou mais de três mil pessoas em Nova York no alvorecer do século 21?
Quantas mortes, quantos incêndios, quanto vandalismo e quanta destruição ainda precisamos aguardar para que se adotem as medidas necessárias para conter a onda de violência crescente que domina nossas rodovias, nossas avenidas, nossas praças, nossos noticiários de TV?
Qual a tragédia anunciada que estamos esperando, sem fazer nada?
O que mais assusta, tanto quanto a violência ativa de um bando de celerados, é a presença passiva das autoridades diante dos atos e fatos de ostensiva agressão à ordem pública e à paz das comunidades.
O que dá medo, o que intriga, o que não se explica, é a imagem de policiais e batalhões em forma, alinhados, enfileirados, apenas assistindo aos atos de violência, depredação e destruição do patrimônio privado e público, como se fossem meros transeuntes casualmente passando por perto.
As forças de segurança passivas disseminam a insegurança, estimulando ainda mais violência com sua inexplicável inação.
Um país traumatizado por 21 anos de violência de um regime autoritário parece, de repente, incapaz de discernir o que é um ato de mera e inaceitável repressão e o que é uma atitude de justa e inatacável defesa da ordem democrática.
Reprimir a violência absurda e sem sentido do grupo bandoleiro dos Black Blocs é um ato claro do Estado para a proteção e segurança da sociedade, acuada por quem só tem a violência como argumento.
A presidente Dilma Rousseff, com a autoridade de ex-guerrilheira que pegou em armas para lutar contra a repressão e o arbítrio da ditadura, e que por ela foi presa e torturada, também não suporta mais a estupidez política dos Black Blocs.
Disse a presidente Dilma nesta quarta-feira, no Paraná:
— Antes de tudo, quero dizer que defendo manifestações democráticas. Mas acredito que a violência dos mascarados não é democrática.
Disse mais a presidente Dilma:
— A violência é antidemocrática e tem que ser coibida. É necessário que os órgãos responsáveis coíbam essa violência para que não haja risco às pessoas, nem ataques ao patrimônio público e privado.
Senhoras e senhores senadores, o Brasil tomou as ruas de forma emocionante, em junho passado, com multidões conscientes de seus direitos.
Clamavam pacificamente por mudanças e por avanços nas condições de vida dos brasileiros, exigindo reformas, cobrando atitudes.
Milhões foram às ruas, de cara limpa, coração leve e consciência pura.
Quatro meses depois, as multidões sumiram, afugentadas pelos bandoleiros mascarados dos Black Blocs.
Em junho, 90% do povo brasileiro apoiavam as manifestações.
Hoje, esse apoio caiu para cerca de 30%.
Um brutal descrédito às manifestações de rua que é obra, graça e desgraça da estupidez militante e da boçalidade irracional dos Black Blocs e suas bandeiras sem causa e sem consequência.
É um movimento sem sentido sustentado pela manifestação em si, que se propõe a atacar o capitalismo como suposto braço avançado de uma esquerda mais participativa.
Trata-se de um bando insensato que imaginar derrubar o sistema capitalista apenas espatifando vidraças, quebrando terminais de agências bancárias, rompendo catracas de metrôs, incendiando ônibus.
Usam máscaras e vestem preto, achando que assim se misturam à multidão.
Esquecem que, ao contrário dos Black Blocs, as multidões têm cara própria e as cores vivas e múltiplas que simbolizam a diversidade, não o comportamento militarizado e o padrão idiotizado das milícias da violência indiscriminada.
Nesta equivocada, nesta medíocre visão política, os mascarados da estupidez correm o risco dar um tiro no próprio pé.
A sequência de violência, cada vez mais presente nas telas de TV e nas praças e avenidas cada vez mais esvaziadas pelas multidões assustadas, faz aumentar o clamor por mais repressão.
Os Black Blocs, supostamente de esquerda, estão infantilmente armando o braço da direita mais repressiva, estão reforçando os argumentos pela volta da repressão.
Traduzindo: os Black Blocs, que dizem combater o sistema e a polícia, acabam provocando um efeito reflexo e inverso, fortalecendo o sistema que criticam e reforçando o apoio popular à repressão daqueles que não representam o povo.
Os mascarados dizem pregar a desobediência civil.
Alegam que, ao protestar violentamente, querem apenas mostrar que a polícia e o Estado não têm tanto poder quanto apregoam.
Pois o excesso de violência que exalam pode provocar o efeito contrário: levar o povo a pedir mais força da polícia e do Estado para preservar o espaço que a democracia lhes garante e que os Black Blocs, de forma desastrada, impensada, lhes roubaram.
As multidões que agora se ausentam das ruas e se protegem em suas casas da violência sem sentido dos mascarados não merecem isso.
Na verdade, o povo merece e exige o resgate da paz perdida e do espaço roubado à livre manifestação do povo, que é crítico mas pacífico.
Cabe ao Estado, ao Governo Federal, às autoridades estaduais e aos serviços de segurança, garantir ao cidadão o respeito e o espaço que merecem numa sociedade democrática.
Sem temer o combustível de irracionalidade que ameaça jogar jatos e caminhões-tanques sobre inocentes.
Não devemos temer a máscara dos que usam e abusam da covardia e da violência para impor o argumento da força bruta.
Não podemos mascarar nossa inércia pelo temor de reagir, com a força da lei e o suporte do direito, em defesa dos legítimos interesses do povo brasileiro.
Este é o meu alerta.
Esta é minha esperança.
Muito obrigado.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Os Papas do Século XIII – Tempos de Espiritualidade Renovada

Os Papas do Século XIII – Tempos de Espiritualidade Renovada

Estamos de volta meu povo,
Traçaremos agora o perfil, através da história dos santo padres, de um século importantíssimo para a Santa Igreja. Foi durante o século XIII que surgiram duas das maiores ordens religiosas: os mendicantes de São Francisco e os pregadores de São Domingos. Sou muito suspeito para falar, pois são dois dos santos que mais amo – com perdão a outros grandes homens que viveram o amor a Cristo, como São José Moscatti, São Pio e São Martinho (esse último então, só em mencionar seu nome meus olhos enchem d’água).
Bom, mas o assunto aqui são os ocupantes do trono do pescador, vamos a eles.
papa_inocencio_IIIInocêncio III – Não é exagero dizer que Inocêncio III foi um dos papas mais marcantes e importantes da história. Basta dizer que o mais importante Concílio da Idade Média – o IV Concílio de Latrão – foi convocado por ele.
O nobre Lotário di Segni (nome de batismo de Inocêncio III) era de uma família abastada e teve uma educação requintada. Culto e politicamente consciente da realidade que o cercava, Inocêncio III destacou-se na defesa dos interesses da Igreja e na continuação da Reforma iniciada pelo Papa Gregório no século XI (ver posts anteriores). Reafirmou o controle papal sobre os Estados Pontifícios e ampliou-os, tendo para isso prometido apoio à coroção como Imperador de Otto de Brunswick; este, por sua vez, vacilou feio ao invadir a Sicília, o que levou o papa a transferir seu apoio a Frederico da Sicília.
Enquanto isso, Robin Hood e seus homens alegres (ui!) estavam às voltas com o Rei João Sem-Terra, irmão do falecido e afrancesado Ricardo I Lionheart (é mais bonito que “Coração de Leão”), um cara que – sempre esquecem de falar nos filmes de Roliúdi – apesar de Rei, detestava a Inglaterra. Bom, Little John não ficava muito atrás, e era um Rei muito burro; tão burro que, por causa dele, promulgou-se a primeira constituição. De presente, o Papa deu a João uma excomunhão, porque este recusou-se a reconhecer o arcebispo de Canterbury, Estevão Langton. João do MST então voltou atrás para ter revogada sua punição e, consequentemente, enredou o Papa em seu conflito interno (lembrem-se que não havia internet para acesso rápido a informações) que acabou por julgar improcedente a Magna Carta da Inglaterra. Temos aqui mais uma página da já conhecida revolta dos ingleses com a Santa Igreja. Nunca confie em ninguém do MST.
Inocêncio III foi um lutador tenaz contra as heresias e um dos papas mais odiados pelos historiadores de esquerda, ou seja, 99% dos historiadores (eita profissão escrota). Isso porque ele convocou a única cruzada direcionada a combater dentro do próprio Ocidente: A Cruzada contra os hereges Albigenses ou Cátaros; eternos queridinhos e “pobres inocentes de Cristo” para protestantes e esquerdões em geral. O que somente qualifica-o como um verdadeiro homem de Deus.
papa_inocencio_iii_aprovacao_regra_franciscanos_1
Inocêncio III aprovando a regra dos Franciscanos
Um dos mais dramáticos eventos desde período diz respeito à convocação da Quarta Cruzada. O Papa convocou a cambada de sempre, com a diretriz anteriormente dada pelo Papa Urbano II quando da Primeira Cruzada: LIBERTEM A TERRA SANTA!!!!! Acontece que alguns engraçados resolveram fazer um pequeno desvio para Veneza, e de lá para Constantinopla, a qual caiu pela primeira vez… Derrubada por cristãos. Mas que fique bem claro: NUNCA, EM MOMENTO ALGUM DA HISTÓRIA, O PAPA QUIS DESTRUIR O IMPÉRIO ORIENTAL. Isso fica evidenciado no horror de Inocêncio pelo rumo que as coisas estavam tomando.
Horror era pouco: a barbárie comeu solta na Europa Oriental. O Papa convocou a cruzada, tuuuuuuudo bem. Mas que culpa ele teve de um bando de principinhos malucos tomar conta da situação e resolver fazer o que lhe desse na telha? Esperamos suas cartas.
Em 1215, o papado de Inocêncio encontrou seu auge ao iniciar-se o IV Concílio de Latrão, que apresentou ao mundo a Ordem dos Frades Menores, chefiada espiritualmente por um certo Santo de Assis. Mas seu principal legado, em minha opinião, foi estabelecer um sistema jurídico, que, mais do que tão somente aplicável à Santa Igreja, dirige toda nossa vida até os dias de hoje. As noções de certo e errado que norteiam a sociedade ocidental – independente de crença religiosa, quer goste ou não ateus, chatos, crentes e árabes – são aquelas legadas pelo Concílio de Latrão, e vêm dos tempos de Inocêncio III.
Esse grande Papa faleceu antes de ver seu novo projeto concretizado, a Quinta Cruzada, em 1216. Papa de 1198 a 1216.
Honório III - Continuou a obra de seu antecessor no plano espiritual, livre que estava, até certo ponto, em virtude da estrutura temporal que Inocêncio III havia propiciado à Santa Igreja. Coube a Honório confirmar dominicanos, franciscanos e carmelitas. No campo político, viu o naufrágio da Quinta Cruzada, idealizada pelo seu antecessor. Já deu pra ver que essas cruzadas eram a maior furada. Coroou o Imperador Frederico II e regularizou mais claramente a eleição papal.
Vamos continuar a montar um pouco mais o quebra-cabeça que é a Santa Inquisição. Sempre se ensina que o Papa Inocêncio e os dominicanos são os iniciadores do processo inquisitorial. Verdade, em parte. A direção espiritual da Inquisição realmente pertencia aos filhos de São Domingos, e isso deveu-se muito às normas estabelecidas por Honório III. Por outro lado, vejam que este papa homologou as ordens de Frederico e Luiz VIII (que nunca são citados como co-criadores – fica feio o Imperador de um futuro país protestante e um Rei da pátria amada, salve, salve da esquerdalha participarem desse “crime contra os sábios hereges que combatiam a Igreja malvada”). Nosso embotamento pós-iluminismo que transforma nossa massa encefálica em massa criogênica impede-nos muitas vezes de fazer uma análise com base na realidade.
Em 18 de março de 1227, partiu desse mundo Honório III. Papa de 1216 a 1227.
Gregório IX - Ugolino di Anagni publicou a bula “Licet ad Capiendos”, que instituiu a Santa Inquisição. Era o dia 20 de abril de 1233. Eis o texto da dita:
“Onde quer que os ocorra pregar estais facultados, se os pecadores persistem em defender a heresia apesar das advertências, a privar-los para sempre de seus benefícios espirituais e proceder contra eles e todos os outros, sem apelação, solicitando em caso necessário a ajuda das autoridades seculares e vencendo sua oposição, se isto for necessário, por meio de censuras eclesiásticas inapeláveis.”





Cadê a foguerinha? Li isso no texto não. Valha-me Deus!!!! E olha que apesar do nome, esse portal aí não é católico e nem pró-Igreja, basta continuar a ler o resto do texto. Fiz de propósito para vocês verem como essa gente é capaz de ludibriar se utilizando até do próprio texto da Igreja. Tem certeza que você, caro leitor, é capaz de interpretar um texto?
Fora Isso, Gregório IX reabriu a Universidade de Paris e modificou o interdito a respeito dos textos de Aristóteles. É isso aí, filosofia grega na veia gente. Aliás, filosofia é filosofia grega, o resto é invenção de desocupado. Enquanto isso, o imperador Frederico II largou as cruzadas e voltou para casa porque, ao que parece, o sol mediterrâneo do Oriente Próximo (não fujam da aula de geografia crianças – Oriente Médio é só Irã e Afeganistão, todo o resto que a reportalhada burra classifica como “Oriente Médio” é na realidade “Oriente Próximo”) fazia mal a sua cútis germânica delicadérrima (na verdade, ele correu da chibata) .
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O Papa Gregório IX excomungando o imperador Frederico II. Afresco de Giorgio Vasari, Vaticano
De presente, o imperador fujão ganhou uma excomunhão (eita, que rima horrível!). Para fugir do fogo do inferno e obter o perdão do Papa, Frederico II partiu para Jerusalém. Só que o papa não gostou da gracinha do Fredericão e muito menos de ter um excomungado como líder de um exército cristão de libertação. Isso desencadeou uma guerra de consequências trágicas.  Vencendo as forças do Papa, Frederico acordou uma paz em 1230, que perdurou por algum tempo. Mas, como todo bom imperador, o poder subiu à cabeça do Fredericão e ele achou de fazer do Papa seu títere: queria que o pontífice excomunga-se todos aqueles que se opusessem ao poder imperial. O Papa excomungou… excomungou o imperador pela segunda vez.
Frederico então botou seu bloco na rua e sitiou Roma. Foi mais do que o velho Papa pôde suportar. Debaixo de um calor escaldante e com a cidade tomada, veio a falecer. É bom dizer também que foi Gregório IX que canonizou São Domingos, São Francisco e Santo Antônio de Pádua. Papa de 1227 a 1241.
Celestino IV – O fato mais relevante da eleição de Celestino IV diz respeito ao fato dele ter sido o primeiro Papa a ser eleito por um conclave. Durante 60 dias, oito bispos ficaram reunidos para deliberar a respeito do próximo ocupante do trono de Pedro. Levou Celestino IV, mas só ficou no pontificado por exato 17 dias, nem chegando a ser consagrado e sem desempenhar nenhum ato oficial.
Credita-se a esse ex-monge cisterciense a autoria de uma magnânima “História da Escócia”. Papa em 1241.
Inocêncio IV – Sinibaldo Fieschi foi um lutador. Por conta do imperador Fredericão II, o trono do Papa ficou vacante por dois anos. Inocêncio IV peitou o Imperador e teve que fugir de Roma em 1244, só retornando quando o Imperador faleceu, em 1250.
No exílio, em Lyon, o Papa convocou um Concílio, no qual Frederico II foi considerado perjuro, sacrílego e herege. O imperador apresentou uma defesa que foi aceita, dois anos antes de sua morte. Bom, em 1251 o Papa volta a Roma, mas, como quem sai aos seus não degenera, o herdeiro de Frederico II, Conrado IV, continuou o trabalho do pai de infernizar o vida do Papa, negando a este a supremacia sobre a Sicília. Conrado IV morre subitamente e o Papa se aboleta na Sicília para garantir sua pose contra as pretensões imperiais. Ali veio a falecer, em 1254.
Papa de 1243 a 1254.
Alexandre IV - Por conta das lutas comezinhas desses tempos, o Papa pouco parava em Roma. O filho bastardo de Frederico II, Manfredo, apoderou-se de muitas terras pontifícias. A verdade é que, com os cofres vazios e sem uma força força militar para fazer frente ao bastardo, o Papa acabou quase sempre perdendo os conflitos.
A residência oficial do Papa passou a ser Viterbo e ali ele veio a falecer, em 1261. Papa de 1254 a 1261.
papa_urbano_ivUrbano IV – É engraçado o caso da eleição de Urbano IV (Jacques Panteleão): ele apenas estava passando por Viterbo – dando uma força para a rapaziada envolvida nas lutas pelos Estados Pontifícios – e acabou no trono de Pedro sem nem perceber direito como.
Jacques Panteleão foi eleito patriarca latino de Jerusalém por Alexandre IV. Quanto este morreu, Jacques foi eleito Papa, após uma sede vacante de três meses, e adotou o nome de Urbano. Iniciou o processo de “Chute no rabo” dos Hohenstaufen (a família do imperador Frederico II) pra fora dos Estados Pontifícios e prometeu a Carlos D’Anjou torná-lo rei de Sicília e Nápoles em troca de uma grana (a coisa tava feia), liberdade para a atuação do padres e ajuda militar.
Manfredo, o bastardo, tocou o horror na Toscana e nos Estados Pontifícios. Em Orviedo, por conta da pressão, foi preciso mudar o tratado firmado com Carlos e engolir a eleição de Manfredo como senador romano. Mas Orviedo também foi sitiada e o Papa fugiu para Perugia, onde faleceu em outubro de 1264.
Foi Urbano IV que instituiu o Corpus Christi. Papa de 1261 a 1264.
Clemente IV - Mais um Papa sem casa. Foi eleito, segundo algumas fontes, graças à influência de São Luiz. Foi advogado e soldado. Cumpriu o acordo de seu antecessor, empossando Carlos D´Anjou como Rei da Sicília e Nápoles.
Em Benevento, Manfredo foi assassinado pelo exército francês a mando de Carlos. Aproximou-se da Igreja Oriental. Veio a falecer em Viterbo e foi sepultado no mosteiro dominicano de Santa Maria in Grandi. Em 1885, seus restos foram transladados para Basílica de São Francesco, na mesma Viterbo. Papa de 1265 a 1268.
Gregório X - Sempre que se tem um conclave, ficamos na maior apreensão para saber quem será nosso novo Papa. Agora imagine um conclave que fica reunido por, nada mais, nada menos que… TRÊS anos? Foi isso que aconteceu quando da escolha de Gregório X.
A coisa ficou tão feia que o povo de Roma, depois de três anos, perdeu a paciência e arrancou o teto do palácio (eles estão em Viterbo) onde estavam reunidos os cardeias e ameaçou deixá-los morrer de fome caso não elegessem um Papa JÁ!
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Os irmãos Polo diante de Gregório X
Tedaldo Visconti foi considerado um candidato de consenso. Italiano, não vivera sua vida metido nas picuinhas da terra da pizza. Sua maior ocupação quando eleito não era ser Papa, mas sim os preparativos para Nona Cruzada na Palestina. Ajudou os irmãos Polo, Nicolau e Mateus – tio e pai de Marco Polo, respectivamente – quando eles voltavam da China, governada pelo neto de Genghis Khan, Kublai.
Em Roma, Gregório X convocou um novo concílio, a ser realizado em Lyon, em 1274. Foi no regresso de uma das sessões do concílio que faleceu, em Arezzo (não confundir com marca de sandália).
Por conta da bagunça que acabou virando sua eleição, Gregório X escreveu a bula Ubi Periculum, subsequentemente incorporada no Código de Direito Canônico, que regulava os conclaves que só poderiam durar, no máximo, dez dias.
Foi beatificado em 1713. Papa de 1271 a 1276.
Inocêncio V – Foi chamado de Doctor Formosissimus, tal a beleza de suas pregações. Foi o primeiro Papa dominicano e teve como professores o maravilhoso São Alberto Magno e a maior mente que já viveu neste mundo – São Tomás de Aquino – é pouco ou quer mais? E a gente  aqui “gambando-se” de ser aluno da Tia Teteca.
Destacou-se no II Concílio de Lyon e pronunciou a oração fúnebre de São Boaventura (tanta gente inteligente junta, e aqui “pessoas” acham o Caetano Veloso “ginial”). Uma pena seu pontificado ter sido breve.  Papa em 1276, por apenas cinco meses.
Adriano V - Mal teve tempo de dizer oi. Adriano V foi apenas um nome com algumas realizações e, como Papa, nada pôde fazer. Saiu de Roma durante uma onda de calor (pra quem não sabe, durante a Idade Média, a temperatura variou 10 ºC para cima. As tais desgraças do dito “aquecimento global” segundo a canalha informa nos “telijurnais” dariam-se com uma variante de 2 ºC. Isso é que eu chamo de chamar o povo de idiota – mas claro, o mundo é lindo) e faleceu em Viterbo.
Seu grande legado acabou por ser seu túmulo, considerado uma obra-prima de Arnolfo di Cambio. Papa em 1276.
*****
Temos ainda muita coisa para falar dos Papas do Século XIII, na segunda parte veremos mais desse tempo instigante.
Um abraço e fiquem com Deus.
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Os Papas do Século XII (Parte II) – Tempos de Cruzadas e de um Certo Barbarossa

Os Papas do Século XII (Parte II) – Tempos de Cruzadas e de um Certo Barbarossa


Voltamos meu povo,
Nesse tempo, os hereges cátaros, hoje tidos como tão bonzinhos, espalhavam-se pelo sul da França, pela Itália e, se contarmos os bogomilos, pela Europa Oriental.  Atualmente, seu pseudo-heroísmo é propalado aos quatro ventos; esconde-se descaradamente o seu dualismo herético doentio, e não consta no mapa da fé o quanto de almas esses seres andaram prejudicando. Mas tratamos isso quando falarmos de heresias. Vamos continuar então com a história de nossos papas. Começando com:
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Mosaico da igreja de Santa Maria in Trastevere (Roma)
Inocêncio II - Seu papado começou de forma turbulenta (ai, ai). Tendo sido eleito por uma facção composta de jovens cardeais, uma outra, composta por cardeais de mais idade, resolveu eleger o antipapa Anacleto II como sucessor de Honório II (é muito “II”, não acham?”).  Enquanto Inocêncio era consagrado em Santa Maria Nuova in Campo Vincino, o outro grupo consagrou Anacleto em Latrão. E assim permaneceu durante oito anos.
A curiosidade desse período foi o surgimento das famosas profecias de São Malaquias da Irlanda, em que todos os papas da nossa era são apresentados. Por São Malaquias, Bento XVI é o penúltimo. O próximo Papa, Pedro Romano, liderará a Igreja durante o período conhecido como “última grande perseguição”, no qual a Igreja e seus fiéis verão a destruição de Roma e a sede mundial da Igreja passará a ser Jerusalém (medo!). Bom, rezemos então.
Os fatos de maior relevância do trabalho de Inocêncio II foi o apoio dispensado aos Templários, dando-lhes completa autonomia. Além disso, na esfera política, o senado de Roma resolveu que transformaria a cidade numa república, aos moldes do que já ocorria em outras localidades do Norte da Itália. Para tanto retirou o poder temporal do Papa, o que viria a provocar distúrbios por mais de 40 anos. Papa de 1130 a 1143.
Celestino II – Ao contrário de seu antecessor, foi eleito por unanimidade. Durante seu reinado, houve uma celeuma com o Rei Luis VII da França, que acabou por fazer com que o papa levantasse um interdito a todos que dessem abrigo ao Rei dos franceses. Celestino II também  recusou-se a ratificar o tratado que concedia a soberania da Sicília e do sul da Itália a Rogério II. Essa situação com o Rei Rogério só foi atenuada em virtude dos distúrbios internos em Roma e das pressões que sofriam os Estados Pontifícios em suas fronteiras. Seu papado durou cerca de seis meses somente, de 3 de outubro de 1143 a 8 de março de 1144.
indiana_jonesLúcio II – Não estranha não gente, que tem mais Papas “II”.  A vida e morte de Lúcio II foi uma aventura, e no seu curto papado aconteceram coisas de deixar Indiana Jones morrendo de inveja. Eleito em 12 de março de 1144, foi imediatamente consagrado para não abrir brechas para antipapas engraçadinhos.
Foi o Papa Lúcio II que estabeleceu a suserania papal sobre o Condado Portucalense o que, na prática, criou o Estado português, retirando, daquele momento para sempre, qualquer pretensão da coroa espanhola sobre nossa pátria-mãe. Enquanto isso, em Roma, o Senado proto-marxista (tá, tá, é anacronismo, eu sei) botava suas manguinhas de fora e fazia com que os sacerdotes se restringissem às suas atividades espirituais.
O Papa em pessoa organizou uma força militar para botar ordem no galinheiro (é isso aí, Papa tinha que andar sempre com a faca nos dentes e preparado para enfiar a mesma na caveira). Durante um assalto das forças papais ao Capitólio, Lúcio II foi mortalmente ferido a pedradas e veio a falecer no mosteiro de São Gregório, em 15 de fevereiro de 1145. Papa de 1144 a 1145.
Eugênio III - Terminou a sequência de “II”, meu povo! Eugênio III era um Papa austero e honesto. Eleito Papa, manteve o hábito e o estilo de vida dos monges. Foi o responsável pela convocação da 2ª Cruzada, motivada pela tomada de Edessa pelos turcos. Estabeleceu uma reforma clerical e presidiu três sínodos importantes: Paris, Triers e Reims.
Eugênio III prometeu ao Rei Frederico Barbarossa que lhe daria a Coroa Imperial que um dia fora de Carlos Magno. Por sua vez, o Rei garantiu que não faria acordos com o Senado Romano e com os normandos sem o consentimento do Papa, que buscava retomar o poder temporal.
Esse período foi conturbado, muito graças ao senador Arnaldo de Breschia, que buscava colocar no trono de Pedro um Papa que coadunasse suas ambições políticas.
Eugênio III morreu de febre em Tívoli, antes de poder consagrar Frederico. Seu restos mortais jazem ao lado de Gregório VII na Basílica de São Pedro. Foi beatificado em 1872. Papa de 1145 a 1153.
papa_anastacio_ivAnastácio IV – Conrado di Suburra já era avançado em anos quando foi consagrado bispo de Roma. Era um homem de origem humilde e pouco se sabe de seu passado. Foi feroz opositor de Anacleto II, o antipapa que infernizou o papado de Inocêncio II, e graças a isto foi nomeado cardeal-bispo de Sabina.
De espírito conciliador, aproximou-se de Barbarossa, impedindo assim as pretensões dos partidários do senador Arnaldo di Brechia (chamados arnaldistas) ao poder em Roma. Anastácio estendeu os benefícios dados aos Templários a também à famosa Ordem dos Cavaleiros do Hospital (hospitalários).
Quando a fome instalou-se na cidade eterna, o bom Anastácio alimentou o povo com o tesouro papal – é… papas realmente são, invariavelmente, seres humanos terríveis. Onde já se viu, dar comida a quem tem fome?  Partiu desse mundo em dezembro de 1154 e foi sepultado na Basílica de Latrão. Papa de 1153 a 1154.
Adriano IV – Papa “english” men! Aliás, o único até hoje. Coube a Adriano travar a batalha final contra Sauron, ops!, o senador Arnaldo di Breschia, que queria tomar o poder em Roma: com o auxílio de Barbarossa, prendeu e arrebentou, desculpe, executou Arnaldo em 1155. Não era à toa que o nome de batismo do Papa era “breakspear” (quebra lança).  Defendeu com unhas e dentes a primazia papal sobre o poder temporal até o fim de seus dias. Papa de 1154 a 1159.
Alexandre III - E começou outra confusão. Uma minoria resolveu eleger um certo Octaviano como novo Papa (lembranças de João XII) e, com o auxílio do Imperador Barbarossa, excomungar o legítimo ocupante do trono, Alexandre III. Graças ao apoio dos reis da França e da Inglaterra, Alexandre foi confirmado como Papa.
Só que as coisas não se resolveram assim de forma tão simples. Com as tropas do Imperador Barbarossa ocupando Roma, o Papa não pôde retornar à cidade, tendo que viver na França. Foi por meio de um convite do próprio povo romano que Alexandre III pôde voltar.  Mesmo assim, teve que engolir o despotismo de Barbarossa, que fez subir ao poder mais dois antipapas em sequência: Pascoal III e Calisto III. Só depois de um quebra-pau violento, em 1178, Alexandre teve um pouco de sossego. Mesmo assim, no ano seguinte, arrumaram outro antipapa: Inocêncio III.
Um grande marco histórico para nós que vivemos em Pindorama foi o reconhecimento formal da Igreja da Independência portuguesa e do seu primeiro Rei, pai da nação, Dom Alfonso Henriques em 1179. Alexandre III não teve sossego nem depois de morto, pois os revoltados da comuna romana profanaram seu corpo que jazia na Basílica de Latrão. Papa de 1155 a 1181.
Lúcio III – A inquisição gera o maior dos blá-blá-blás anticatólicos. Bom, já falei um pouco dela aqui no blog e ainda falaremos muito ao logo da história dO Catequista, pela glória de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mencionei isto porque foi o Papa Lúcio III que lançou as bases da Inquisição medieval e do tribunal do Santo Ofício. Só mais um dado para enriquecer a luta contra as inúmeras mentiras divulgadas sobre essa história: em Toulosse, centro principal dos hereges Cátaros, num período de 100 anos, 42 pessoas foram executadas.  Isso é lá um número de execuções que justfique a fama de um tribunal impiedoso e sangrento? Detalhe: havia uma guerra ali! Toulosse foi o local em que mais pessoas “inocentinhas” foram condenadas. Outra coisa, a Inquisição foi a primeira instituição de cunho jurídico a desconsiderar a confissão sob tortura como válida.
Lutando contra os rebeldes romanos e contra as reivindicações da condessa Matilde de Toscana, Lúcio III pediu o auxílio de Barbarossa. O Imperador, avançado em anos, queria coroar seu filho Henrique IV. Não houve acordo e, antes que o imperador se jogasse contra o papado de vez, Lúcio III faleceu em novembro de 1185. Papa de 1181 a 1185.
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O temido Imperador Barbarossa (barba ruiva)
Urbano III – Foi pé na porta e soco na cara. Recusou-se a coroar como co-imperador o filho de Henrique VI, suspendeu o patriarca da Aquiléia por coroar o filho do rei da Itália, recusou o candidato do imperador à sucessão e apoiou uma revolta contra o imperador, entre outras coisas. Mas, no final, teve que se render à força maior do Barbarossa. Exilado em Verona, Urbano III foi expulso de lá pelas autoridades da cidade que apoiavam Barbarossa. Enquanto se dirigia a Ferrara, adoeceu e morreu. Papa de 1185 a 1187.
Gregório VIII - Ao contrário do seu antecessor, buscou uma política mais “paz e amor” com o Imperador Barbarossa. Foi um reformista, que buscou coibir a participação do clero em lutas armadas (o Frei Tuck, de Robin Hood, não ia se criar com esse papa). Iniciou os preparativos para uma nova cruzada e tentou convencer o Barbarossa a embarcar nessa, empreitada na qual não obteve sucesso. Durante uma viagem de Ferrara para Roma, adoeceu e morreu (tinha algum “problema” essa estrada de Ferrara, não?). Papa de em 1187.
Clemente III – Foi durante o seu papado que o Barbarossa partiu desse mundo, tendo morrido afogado com o peso da própria armadura após cair de seu cavalo ao atravessar uma ponte (convenhamos, uma morte meio idiota). Seu papado foi marcado pelos preparativos para a terceira cruzada.
Clemente III foi o primeiro papa romano eleito desde a revolta dos arnaldistas. Seu nome foi bem aceito pelo povo; seu caráter bondoso e conciliador facilitou a assinatura de um tratado entre os defensores da Roma secular e os defensores da Roma mais espiritualizada. Isso, de certa forma, foi o lançamento das ideias que levam ao nosso “estado laico”, da mesma forma que os arnaldistas são os tetravôs do movimento revolucionário. Os Estados pontifícios, tomados pelo Barbarossa, foram restituídos à Santa Igreja. Teria sido Clemente III a coroar o novo imperador, mas faleceu subitamente antes que esse chegasse a Roma. Papa de 1187 a 1191.
Celestino III – Esse papa teve problemas sérios com a irresponsabilidade do novo Imperador: Henrique VI, ao voltar para a Alemanha, começou a nomear bispos a torto e a direito (com ordem de quem, bwana?).
Além disso, Henrique encarcerou o Rei da Inglaterra Ricardo Coração de Leão, vitorioso da terceira cruzada e sob proteção do Papa. O papa demorou a se manifestar contras as arbitrariedades de Henrique, bem como contra seu plano de promover a união entre o Sacro Império e a Sicília como reino hereditário e permanente.
Henrique faleceu em 1197.  Velho e doente, o papa pretendeu renunciar em favor do cardeal Giovanni de Santa Prisca, mas sua proposta foi recusada pelo colégio cardinalício. Papa de 1191 a 1198.
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Terminado o século XII, iniciaremos agora um período onde veremos a atuação das ordens mendicantes – A Ordem dos Frades Menores, de São Francisco de Assis e a Ordem dos Irmãos Pregadores, de São Domingos. Os próximos posts serão dedicados a melhor conhecer e entender os motivadores dessas duas grandes ordens, tão importantes para nossa amada Igreja.
Aguardem.
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