segunda-feira, 4 de março de 2013

Catemusic – Canto Gregoriano. Isso é música para seus ouvidos!


Catemusic – Canto Gregoriano. Isso é música para seus ouvidos!

 8
 
 16
boa_musica
Tararáááááá, é isso aí meu povo, é a quarta estréia das nossas sessões fixas aqui nO Catequista! Chegando junto o Catemusic para se acomodar ao Catecast, ao Catecine e ao Catelivros.
O papo aqui agora é música, música boa, não somente para louvar o Senhor mas, principalmente, inspirada pelo Senhor.  No Catemusic vamos ver de tudo: do clássico ao rock. Só não vai ter música ruim, portanto, esqueçam axé, sertanojo, pagode mela-cueca, eletrônico e outras bizarrices.
Vamos começar então com a música que o Santo Padre Gregório I, Magno, nos legou. Mas antes, senta que lá vem a história!
Todas as grandes religiões tinham um corpo preparado para a música litúrgica.  Uma das particularidades do cristianismo em seus primórdios é que, em virtude das perseguições, as comunidades nascentes tinham que se virar com que  possuíam; não dava para preparar um corpo musical. Nesses primeiros tempos, os cristãos apenas buscaram imitar a musicalidade das sinagogas.  No Ocidente, a liturgia foi traduzida para o grego. O “Aleluia ” e o “Kyrie” são vestígios dessa época. Só no Concílio de Nicéia a zona que se estabeleceu começou a ser organizada.
sao_gregorio_margno_canto_gregoriano
Papa, gênio e santo: São Gregório Magno
À medida que foi crescendo a Igreja e aumentando a complexidade de seu ritual, a música foi também se tornado mais rica e difícil de executar. Surgem então os coros especializados. Antes de São Gregório, a liturgia foi dividida em duas categorias: o “Ordinarium Missae” e o “Proprium Missae”. São Gregório então organizou e reuniu os cantochões mais atemporais. Antes dele, Santo Ambrósio, mentor de Santo Agostinho, foi responsável por uma reforma do cantochão que uniformizou a música litúrgica utilizada em Milão.
Graças a São Gregório, começou a se desenvolver a teoria musical que nasceu graças e dentro da Igreja (aí, vai de novo aquela frase: MALDITOS CRISTÃOS, INVENTARAM OUTRA CIÊNCIA!!!). Nos tempos de Carlos Magno, criou-se o sistema de oito modos, baseado na velha escala diatônica grega de cerca de duas oitavas, com a substituição do si bemol pelo si natural na oitava superior. Foram criados quatro modos autênticos nas tônicas, em ré, mi, fá e sol e quatro modos ditos plagais baseados nessas tônicas. Os modos tônicos eram chamados de “dórico”, “frígio”, “lídio” e “mixolídio” os modos plagais tem o mesmo nome acrescidos do prefixo “hipo”.
O cantochão permaneceu pouco inalterado até o advento da polifonia (aguardem em breve no catemusic).  No século XIV, em virtude da rigidez teórica, o cantochão esteve à beira de desaparecer.  O Concílio de Trento, reunido para responder às palhaçadas de um certo ex-monge agostiniano (Lutero), interviu na liturgia e levou o canto gregoriano à beira do desastre completo. O Grande Palestrina recebeu do Papa Gregório XIII a incumbência de reformar o canto gregoriano; só esqueceu o Santo Padre de perguntar ao Palestrina se ele estava a fim.  Só no século XVII a tipografia Medicéa publicou um novo livro oficial do canto a ser adotado pela Igreja, que foi o livro oficial até 1904.
A salvação do cantochão veio da literatura: com os romances românticos da primeira metade do século XIX, redescobriu-se a arte gótica. Os sinos voltaram a badalar e os coros voltaram a ser ouvidos com atenção e respeito. O cantochão de São Gregório voltou à moda com toda força.  É dessa época que estudou-se e recuperou-se o “liber gradualis” , que contém toda a glória dos cantochões de São Gregório, a partir de manuscritos do século XIII. Após novas pesquisas, surgiu em 1903 o “liber Usualis”.
Neste mencionado ano, Pio X mandou publicar seu “Motu Proprio”, que ordenava o restabelecimento do canto tradicional da Igreja. Depois, em janeiro de 1904, estabeleceu-se outro regulamento revogando os que instituíram a tradicional edição Medicéa e o retorno ao cantochão original segundo o “Liber Gradualis”. Foi graças a essa sábia decisão de Pio X que hoje podemos sentir o prazer de ouvir, en toda sua glória, o verdadeiro cantochão.
E, para o deleite de seus sofridos ouvidos, vai aí nossa primeira dica de CD/Disco de canto gregoriano.
LITURGIA DE PÁSCOA/CICLO DE NATAL  - MAESTRO LUCIEN DEISS
cd_canto_gregorianoEu tenho a versão em vinil desse álbum (raro), mas não impossível de encontrar.
Para quem não conhece, o padre Lucien Deiss foi um grande liturgista, autor, conferencista, estudioso das Sagradas Escrituras e compositor (sabia pouco o homem não?). Era membro da Congregação do Espírito Santo e estava envolvido na reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Especialista em exegese bíblica, anteriormente ocupou a presidência do Conselho da Sagrada Escritura e Teologia Dogmática no Scholasticat Grande des Peres du Saint-Esprit, em Paris.
Pe. Deiss serviu como membro do Comitê para a Bíblia francesa e foi editor da revista Assemblee Novelle. Como um sacerdote missionário, ele trabalhou com os pobres em vários países do mundo, incluindo África, Haiti e Taiwan, por muitos anos. Faleceu em 09 de outubro de 2007, aos 86 anos.
Relaxem e aproveitem, em breve falaremos mais sobre bons álbuns de canto gregoriano. Lembrando que o Catemusic não está restrito a isso, falaremos de muitas outras coisas aqui. Esperando ter levado alguma informação enriquecedora a respeito da nobre arte de São Gregório.
- See more at: http://ocatequista.com.br/?p=4051#sthash.45ES3fco.dpuf

Nenhum comentário:

Postar um comentário