segunda-feira, 25 de março de 2013

Bíblia desabafa: “Sou autêntica. Não admito falsidade.”


Bíblia desabafa: “Sou autêntica. Não admito falsidade.”

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Recebemos esta mensagem de um leitor:
“Vez ou outra discuto religião com alguém, e vez ou outra sempre me jogam o velho argumento babado: ‘mas cara, a bíblia foi adulterada durante o tempo, como a gente pode acreditar nela se ela já não é como era?’.
“Bom, sei que isso é balela (…), mas não tenho argumentos sólidos pra contrapor esse argumento. Gostaria que se fosse possível, que vocês me ajudassem nesse tema. Obrigado.”
Brayan
Brayan, à primeira vista, diante de nós se apresenta um cenário altamente desfavorável à confiabilidade dos textos bíblicos. Os manuscritos originais já foram perdidos, e é provável que nem existam mais. Os livros do Antigo Testamento começaram a ser escritos há cerca de 3400 anos; os livros do Novo Testamento foram escritos há quase 2 mil anos. Ao longo de todos esses séculos, os livros da Bíblia foram repetidamente copiados, e nem sempre os copistas fizeram um bom trabalho.
Diante dessas coisas, pedir que um cristão confie na Bíblia não seria o mesmo que pedir pra um eleitor dar um voto de confiança pro Zé Dirceu? Não, amigos, não sejamos apressados em nosso julgamento! O texto bíblico é altamente confiável.
Saindo um pouco do campo das discussões clichê e estudando a questão um pouco mais a fundo, qualquer ateu de mente aberta verá que as evidências arqueológicas, históricas e a crítica textual tendem a confirmar a teoria da autenticidade dos textos bíblicos.
Como o assunto é complexo, falaremos hoje somente do Antigo Testamento e, no próximo post, abordaremos o Novo Testamento.
Evidências sobre a autenticidade do A.T.
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Pesquisador examina um dos pergaminhos do Mar Morto
Em 1947, um grupo de pastores de cabras fez uma descoberta bombástica: encontraram por acaso, em uma caverna em Qumram, no Mar Morto, centenas de manuscritos. Este conjunto era simplesmente a versão mais antiga do Antigo Testamento, escrita entre os séculos III antes de Cristo ao 70 d.C.
Havia pergaminhos e fragmentos de textos de diversos livros do A.T., porém, a peça mais impressionante era o rolo de Isaías, contendo o livro completo, em aramaico. Quando os especialistas compararam os manuscritos do Mar Morto com os textos atuais da Bíblia, eles puderam verificar que, por mais de MIL ANOS (!!!), os copistas reproduziram estes textos fielmente, sem qualquer alteração de sentido.
O texto do A.T. que temos em mãos atualmente é, portanto, praticamente igual ao desses pergaminhos. É claro que a descoberta, considerada por muitos como a mais importante do século XX, deixou muitos críticos ferrenhos da Bíblia – que diziam que seu texto estava bastante corrompido – com cara de bunda flácida. Fué-fué-fué-fué-fuéeeeeee…
A chiadeira dos espíritas
O pessoal da banda do Zizuiz Gasparzinho – o fantasminha camarada – acusa a Igreja Católica de ter suprimido as passagens da Bíblia que confirmavam a doutrina espírita (mentalize: eu não vou rir, eu não vou rir, eu não… Pfffffff!!!…). Na Internet, já encontrei sites espíritas que, de tão hilários, ameaçam a supremacia humorística do Kibeloco. Vejam essa piada:
“O Concílio de Constantinopla (553 D.C) aboliu as passagens relativas à reencarnação.”
Ô, coitado! Diversão à parte, tenho muita curiosidade de saber de onde essa criatura tirou essa (des)informação. Será que algum especialista em crítica textual, historiador ou arqueólogo respeitado já publicou algo neste sentido? Ou foi alguma alminha que lhe revelou isso?
Eu sei, eu sei… os kardecistas têm outra carta na manga:
“Na Bíblia Ave Maria está a prova de que o texto do A.T. foi modificado pela Igreja de forma espúria! A palavra ‘necromante’ foi trocada por ‘espíritas’, em Levítico 19, 31. Observem:
Não recorrais aos necromantes, nem consulteis adivinhos, porque eles vos tornariam impuros… (Versão da Bíblia Sagrada)
Não vos dirijais aos espíritas nem aos adivinhos: não os consulteis, para que não sejais contaminados por eles… (Versão da Bíblia Ave-Maria)
“Alteraram o texto inescrupulosamente para nos difamar!”
chororoEssa gente se faz de besta. Os termos “necromante” e “espírita” significam exatamente a mesma coisa: pessoas que consultam os espíritos dos mortos para obter deles mensagens. As duas versões citadas da Bíblia são aprovadas pela Igreja, porém, a Ave-Maria é mais popular entre os católicos brasileiros, por trazer uma linguagem acessível e coloquial.
Não há qualquer desvio desse versículo de Levítico na versão da Bíblia Ave-Maria. Apenas se fez a opção por um termo mais familiar aos cristãos atuais, facilitando a compreensão do significado do texto, que permanece intacto.
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NO PRÓXIMO POST: Evidências sobre a autenticidade do Novo Testamento.

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