segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Catecine – Santo Agostinho (1974)


Catecine – Santo Agostinho (1974)

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E aí meu povo.
Vamos falar um pouco de uma das maiores obras cinematográficas do catolicismo: o filme sobre Santo Agostinho realizado por Roberto Rossellini, em 1974. Mas antes, vamos falar um pouco sobre o diretor dessa obra fantástica.
santo_agostinho_rossellini
Rossellini, logo após o término da Segunda Grande Guerra, foi responsável por um marco do cinema, o filme “Roma: Cidade Aberta” (Prêmio de Melhor Filme do Festival de Cinema de Cannes de 1945), co-dirigido com Federico Fellini.  “Santo Agostinho” é um trabalho da maturidade desse diretor (que faleceu em 1977) e conta um pouco da vida do grande santo, patrimônio da humanidade, um dos grandes nomes do cristianismo e uma das maiores mentes com que Deus agraciou o mundo.
Neste filme, não veremos toda a vida de Santo Agostinho, pois o foco está em fase específica de sua vida e obra: o momento em que ele se torna bispo de Hipona. Uma raridade, esse filme apresenta razoável rigor histórico e realismo, favorecendo imensamente a uma melhor compreensão das grandes questões culturais e religiosas daquele Império Romano decadente, quando os bárbaros investem contra Roma, que se encontra a beira do colapso.
agostinho_de_hiponaÉ maravilhoso ver o combate do santo com os donatistas, em sua peculiar oratória e sermões, seu serviço pastoral intenso, mas principalmente ver algumas de suas ideias muito vivas, com expressões de seus principais livros, como Confissões e Cidade de Deus. A cena final – construída sobre  aquela que é considera sua maior obra, “A Cidade de Deus” – é uma ode de amor ao cristianismo e à Santa Madre Igreja.
Esse filme é fabuloso para trazer ao público uma imagem menos hermética de um dos grandes pais da Igreja, e mostra bem a dimensão do homem e teólogo Agostinho. O ator que interpreta Santo Agostinho é mulato, bem diverso da iconografia tradicional medieval, que o deixa mais próximo do padrão Europeu (não devemos esquecer que Hipona é na Tunísia e os habitantes da África do Norte geralmente tem pele escura). Um indivíduo mais rigoroso no que tange à história da teologia e, principalmente, os biógrafos do santo irão perceber alguns anacronismos históricos, inclusive na terminologia religiosa e teológica.
Santo Agostinho é considerado um dos melhores trabalhos de Rossellini e uma oportunidade de se conhecer um pouco mais sobre a vida e obra de um dos Pais da Igreja.
Ao mar homens! Soltem a bujarrona e corram para as locadoras. Santo Agostinho merece.

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