sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A reação nervosa dos mercados, diante de PIB solado, inadimplência e inflação


A reação nervosa dos mercados, diante
de PIB solado, inadimplência e inflação



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A inflação de volta às primeiras páginas

Por Pedro Luiz Rodrigues

O Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não é de tergiversar. Conversar com ele é pão-pão, queijo-queijo, sem evasivas, rodeios ou subterfúgios. 

Tombini não gostou nadinha dos dados divulgados ontem pelo IBGE, revelando aumento de 0,86% no IPCA do mês de janeiro. O índice mede a variação nos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda entre um e 40 salários mínimos, em cada mês.

E como não gostou, disse o óbvio: que a situação não era confortável, e que antes de tudo precisava ser avaliada. Pois não é que essa inócua declaração geraria o maior fuzuê ontem nos mercados, que resolveram interpretar o direto de maneira enviesada?

Leram a frase de Tombini como um anúncio velado de que estaria no forno um aumento nas taxas de juros, antes do "tempo suficientemente prolongado", assegurado  na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). 

Nesses momentos de frisson, uma coisa desencadeia a outra, o dólar despencou para o menor patamar desde maio do ano passado; os juros no mercado futuro elevaram-se aos níveis mais elevados desde outubro. E o Ibovespa,  que já vinha despencando por conta dos péssimos resultados da Petrobras, teve seu quarto dia consecutivo de perdas.

Vamos aos fatos. O comentário original do Presidente do Banco Central se deu em reação aos dados divulgados pelo IBGE, revelando aumento de 0,86% no IPCA do mês de janeiro. O índice mede a variação nos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda entre um e 40 salários mínimos, em cada mês.

Mais do que o assanhamento dos preços, em si mesmo, o que mais preocupa é a resistência da inflação. A resistência e sua difusão. Pois não é que existe um índice que revela qual a parcela do universo de preços e serviços sobe, num dado mês! E esse índice demonstrou que a inflação se alastrou, de um mês para outro, de 70,7% para 75,1%

O BC está confiante de que a taxa de janeiro não expressa uma tendência. Se o fator psicológico for adequadamente controlado, a inflação em fevereiro deve cair pela metade da registrada de janeiro. 

O recado técnico é de que não há razão para excessiva preocupação com  a leitura da inflação acumulada em 12 meses, pois ela passará todo o primeiro semestre flertando com o patamar de seis por cento.

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