quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Palmares: ex-prefeito deixa rombo de R$ 4 milhões

Palmares: ex-prefeito deixa rombo de R$ 4 milhões
Virgínia Gonzaga
Da equipe do blog

Considerado o maior município da Mata Sul do Estado, Palmares possui problemas a serem sanados que vão além da sua grandeza territorial. Apesar de ainda se recuperar dos estragos causados pela cheia do Rio Una, o antigo gestor do município, Beto da Usina (PDT), parece não ter se importado com o lamúrio da população e só fez aumentar as despesas da cidade, deixando um rombo de R$ 4 milhões nas mãos do seu sucessor, uma verdadeira herança maldita.

O trauma causado pela inundação - ainda bastante presente na cabeça dos moradores - pode ser facilmente comparado ao atual momento em que se encontra a cidade. Devido ao não funcionamento de setores básicos como saúde, educação e lazer, um verdadeiro caos se estabeleceu no município.

Além da não realização do processo de transição entre as duas gestões, HDs dos computadores de todas as secretarias foram apagados, prática comum em todas as cidades visitadas até então pelo blog. O prefeito de Palmares, João Bezerra (PSB), herdou do seu antecessor a sede do poder público completamente deteriorada: aparelhos de ar-condicionado foram furtados e o teto está totalmente destruído.

arcondicionado gde
O aparelho de ar condicionado de uma das secretarias simplesmente desapareceu

Mais de 1/3 dos veículos da frota oficial foram depenados e 100% deles tiveram as rodas trocadas por pneus carecas, inviabilizando sua utilização. O Cine Teatro Apolo, localizado no centro da cidade, foi reformado após a cheia de 2010, sendo remontado com equipamentos de última geração, um investimento que chegou a quase R$ 1 milhão, recurso proveniente da Fundação do Patrimônio Histórico de Pernambuco (Fundarpe). Contudo, após o término da gestão de Beto da Usina, a maior parte desse material, entre mesas de som e painéis, simplesmente desapareceu.

18 postos de saúde e especializados (CAPS/NAPS) passaram todo o mês de dezembro desativados por falta de profissionais. Médicos, enfermeiros, técnicos e trabalhadores foram demitidos pelo antigo gestor, que deixou a população sem qualquer tipo de atendimento no sistema público de saúde por um mês inteiro.

teto gde
Ao chegar na prefeitura, o novo prefeito percebeu que devido a falta de cuidados, o teto do prédio da administração pública estava desabando

A Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (Famasul) foi uma das unidades de ensino mais prejudicadas pelos maus-tratos da gestão passada. Centenas de carteiras, computadores e copiadoras foram despejadas ao relento. O descaso com os objetos será refletido no início do ano letivo, que de acordo com atual prefeito, “irá começar no calendário previsto, mesmo com as dificuldades”.

A limpeza urbana também foi suspensa pela empresa terceirizada devido ao não cumprimento do contrato, além dos três meses de atraso no pagamento dos vencimentos, uma dívida que supera o montante de R$ 800 mil. Para tentar diminuir a situação de caos, uma ação emergencial foi realizada nos primeiros oito dias de janeiro para a retirada do acúmulo de lixo nas ruas, sendo recolhida mais de 800 toneladas de sujeira e entulhos.

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Enquanto a equipe do prefeito João Bezerra tenta descobrir o verdadeiro rombo deixado pelo seu antecessor, a população se amontoa na prefeitura para tentar cobrar explicações do atual gestor

Não satisfeito com os danos materiais e estruturais causados à população palmarense, o ex-prefeito deixou uma dívida de mais de R$ 2 milhões com os servidores efetivos, aposentados e pensionistas. De acordo com o prefeito João Bezerra, todos os débitos com funcionários serão quitados. “Ainda não sei como liquidar esse saldo devedor. Vamos aguardar a receita de janeiro para decidir como proceder. Caso seja necessário, parcelaremos. Mas não deixaremos de honrar esse compromisso. Os servidores não têm culpa da má administração que passou por aqui”, concluiu o socialista.
 Escrito por Magno Martins, às 13h30

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