Dois pesos e duas medidas
POSTADO ÀS 16:23 EM 24 DE JANEIRO DE 2013
Por Terezinha Nunes, deputada estadual pelo PSDB
“Aos amigos, os favores. Aos inimigos, a lei.” Esta máxima, do pensador italiano Nicolau Maquiavel, permeia até hoje os bastidores da política em todo o mundo. Vale para as cercanias do poder, tanto nos países mais ricos, como nos mais pobres.
No Brasil, atribui-se a Getúlio Vargas ter dito certa vez, em pleno estado novo, uma frase análoga: “aos amigos, tudo. Aos inimigos a lei”.
Aqui ou na Itália, o significado é o mesmo. O grupo no poder se fecha em si, se protege e se apadrinha. Os opositores são tratados como inimigos.
Desta interpretação não tem fugido nem mesmo o governador Eduardo Campos que tem feito um esforço enorme para reunir todos os políticos ao seu redor.
Recentemente, em que pese o discurso de que trata a todos os prefeitos por igual, ele deixou escapar alguns deslizes neste campo, dignos de nota.
O município de Moreno, onde o PSB sempre teve enormes dificuldades de se firmar, passou os últimos seis anos sofrendo com as enchentes, na gestão do prefeito Edvard Bernardo, do PMDB, sem que nenhuma providência mais duradoura fosse tomada por parte do Palácio do Campo das Princesas. Só foi o PSB eleger o novo prefeito, o jovem Adilson Gomes, e o governador saiu do Palácio na semana passada e foi até lá anunciar a construção de uma barragem que vai, finalmente, livrar a população de tão penoso flagelo.
Pode-se argumentar que só agora o projeto ficou concluído mas é improvável pois faz menos de um mês que o PSB assumiu o poder.
Outro deslize ocorreu em Jaboatão, do qual o PSB subtraiu o vice-prefeito Heraldo Selva, deslocando-o para assumir um cargo no Recife. Só foi o prefeito Elias Gomes viajar e o governador se apressou em marcar a inauguração de um Terminal de Passageiros, também concluído há algum tempo.
O exemplo maior, porém, vem do Recife. O PT, aliado do governador, ficou 12 anos no poder e pouco se ouvia falar de parcerias entre o Palácio das Princesas e o Palácio do Capibaribe.
Este ano, desde a campanha de Geraldo Julio, do PSB, e depois da vitória chovem aos borbotões projetos de obras na capital, todas anunciadas com a presença do governador e do prefeito. Até mesmo a licitação do transporte público, cujo projeto foi iniciado na gestão do senador Jarbas Vasconcelos, foi para as ruas.
Se houve ou não intenção do governador de demonstrar com isso que os prefeitos do PSB terão todo o seu apoio e os demais vão ter que se contentar com o mais ou menos, é difícil saber.
Entende-se, porém, que ninguém mora no País e nem no Estado. Todos moram no Município.
A população dos grandes, médios e pequenos municípios não pode ser penalizada só porque não elegeu um prefeito do partido que está no poder estadual.
Até prova em contrário, dá para desconfiar de que em Pernambuco isto pode acabar virando regra. Ou não?
CURTAS
Figueira – Além do secretário da casa civil, Tadeu Alencar, comenta-se, na Assembleia Legislativa, que outro auxiliar do governador Eduardo Campos entrou na bolsa de apostas como provável candidato a governador: Antonio Figueira, da Saúde. Além da desenvoltura tem acompanhado o governador em eventos na capital e no interior.
Segundo turno – O PSB está apostando na possibilidade de um segundo turno na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados de forma que restem, no final, as candidaturas de Henrique Alves (PMDB) e Júlio Delgado (PSB). Desta forma os socialistas acreditam ter chance de derrotar os peemedebistas, cacifando-se para a disputa presidencial de 2014.
Armando – O nome do senador Armando Monteiro não tem figurado nas rodas políticas como provável candidato a governador pela Frente Popular. Apesar dos esforços do PTB para ganhar espaço entre as demais legendas ninguém arrisca um pio enquanto o governador não bater o martelo.
“Aos amigos, os favores. Aos inimigos, a lei.” Esta máxima, do pensador italiano Nicolau Maquiavel, permeia até hoje os bastidores da política em todo o mundo. Vale para as cercanias do poder, tanto nos países mais ricos, como nos mais pobres.
No Brasil, atribui-se a Getúlio Vargas ter dito certa vez, em pleno estado novo, uma frase análoga: “aos amigos, tudo. Aos inimigos a lei”.
Aqui ou na Itália, o significado é o mesmo. O grupo no poder se fecha em si, se protege e se apadrinha. Os opositores são tratados como inimigos.
Desta interpretação não tem fugido nem mesmo o governador Eduardo Campos que tem feito um esforço enorme para reunir todos os políticos ao seu redor.
Recentemente, em que pese o discurso de que trata a todos os prefeitos por igual, ele deixou escapar alguns deslizes neste campo, dignos de nota.
O município de Moreno, onde o PSB sempre teve enormes dificuldades de se firmar, passou os últimos seis anos sofrendo com as enchentes, na gestão do prefeito Edvard Bernardo, do PMDB, sem que nenhuma providência mais duradoura fosse tomada por parte do Palácio do Campo das Princesas. Só foi o PSB eleger o novo prefeito, o jovem Adilson Gomes, e o governador saiu do Palácio na semana passada e foi até lá anunciar a construção de uma barragem que vai, finalmente, livrar a população de tão penoso flagelo.
Pode-se argumentar que só agora o projeto ficou concluído mas é improvável pois faz menos de um mês que o PSB assumiu o poder.
Outro deslize ocorreu em Jaboatão, do qual o PSB subtraiu o vice-prefeito Heraldo Selva, deslocando-o para assumir um cargo no Recife. Só foi o prefeito Elias Gomes viajar e o governador se apressou em marcar a inauguração de um Terminal de Passageiros, também concluído há algum tempo.
O exemplo maior, porém, vem do Recife. O PT, aliado do governador, ficou 12 anos no poder e pouco se ouvia falar de parcerias entre o Palácio das Princesas e o Palácio do Capibaribe.
Este ano, desde a campanha de Geraldo Julio, do PSB, e depois da vitória chovem aos borbotões projetos de obras na capital, todas anunciadas com a presença do governador e do prefeito. Até mesmo a licitação do transporte público, cujo projeto foi iniciado na gestão do senador Jarbas Vasconcelos, foi para as ruas.
Se houve ou não intenção do governador de demonstrar com isso que os prefeitos do PSB terão todo o seu apoio e os demais vão ter que se contentar com o mais ou menos, é difícil saber.
Entende-se, porém, que ninguém mora no País e nem no Estado. Todos moram no Município.
A população dos grandes, médios e pequenos municípios não pode ser penalizada só porque não elegeu um prefeito do partido que está no poder estadual.
Até prova em contrário, dá para desconfiar de que em Pernambuco isto pode acabar virando regra. Ou não?
CURTAS
Figueira – Além do secretário da casa civil, Tadeu Alencar, comenta-se, na Assembleia Legislativa, que outro auxiliar do governador Eduardo Campos entrou na bolsa de apostas como provável candidato a governador: Antonio Figueira, da Saúde. Além da desenvoltura tem acompanhado o governador em eventos na capital e no interior.
Segundo turno – O PSB está apostando na possibilidade de um segundo turno na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados de forma que restem, no final, as candidaturas de Henrique Alves (PMDB) e Júlio Delgado (PSB). Desta forma os socialistas acreditam ter chance de derrotar os peemedebistas, cacifando-se para a disputa presidencial de 2014.
Armando – O nome do senador Armando Monteiro não tem figurado nas rodas políticas como provável candidato a governador pela Frente Popular. Apesar dos esforços do PTB para ganhar espaço entre as demais legendas ninguém arrisca um pio enquanto o governador não bater o martelo.
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