quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

“CONCEIÇÃO”, O NOME DO PETRÓLEO DO PRÉ-SAL


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“CONCEIÇÃO”, O NOME DO PETRÓLEO DO PRÉ-SAL

Por Carlos Chagas
Sem dúvida, o ano vai terminando pior do que começou. Do julgamento do mensalão à Operação Porto Seguro, da presença  de Marcos Valério, Carlinhos Cachoeira e Rosemary Noronha no noticiário, a conclusão não pode ser outra. O diabo é  que em meio a tantas lambanças, pouca gente se dá conta do  ridículo também ocupando o centro do palco.  Fala-se da mais nova tertúlia entre Judiciário e Legislativo, referente aos royalties do pré-sal, perigosa ante-sala de uma guerra de secessão  entre estados ditos produtores de petróleo e estados sem uma gota do combustível.
                                                        Só rindo, porque brigam a respeito de uma riqueza enterrada no fundo do mar. Quando os municípios sem petróleo  receberão os percentuais que reclamam? Por enquanto, no dia em que o Sargento Garcia prender o Zorro. Alguém pode informar como vão os trabalhos de extração no pré-sal? Terá  a Petrobrás condições de fixar um prazo,  mesmo para daqui a dez ou vinte anos?
                                                        O petróleo do pré-sal merece um batismo. Deveria chamar-se “Conceição”, aquele que se subiu, ninguém sabe, ninguém viu.  Vem de outros poços situados  no litoral do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo os recursos agora reclamados pelas demais unidades da Federação como se fossem do pré-sal. Lá do fundo,  mesmo, nada, tendo em vista o custo monumental da iniciativa e a falta de recursos das empresas públicas e privadas.
                                                        Engalfinham-se e agridem-se para quê, os poderes da União e os Estados? Lembram os Cavaleiros de Granada descritos por Cervantes: “alta madrugada, brandindo lança e espada, saíram em louca disparada. Para que? Para nada...”

O ÚLTIMO PRESENTE PARA UM VELHO GUERREIRO

                                                        Todo-poderoso interventor no Japão, depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, o general Douglas MacArthur recebeu a notícia da invasão da Coréia do Sul pela Coréia do Norte.   Comentou com a mulher:   “É o último presente do Destino para um velho guerreiro”. Lançou-se em mais uma guerra, que aliás não terminou, demitido que foi pelo presidente Truman, porque queria invadir a China.
                                                        A historinha tem sua razão de ser por aplicar-se ao senador José Sarney. Estava posto em sossego, tendo até ocupado interinamente  por três  dias a presidência da República. Deixará a presidência do Senado em fevereiro e já anunciara a disposição de não concorrer a novo mandato de senador,  em 2014.
                                                        Pois não é que de repente vê-se no olho do furacão, obrigado a contestar o Supremo Tribunal Federal ao autorizar  a pirueta da votação de  3 mil vetos da presidência da República numa única sessão do Congresso,  para permitir à maioria parlamentar derrubar ato da presidente Dilma Rousseff?  Em nome da afirmação do Legislativo, não hesita em desafiar Executivo e Judiciário.  
                                                        Apesar das aparências, no fundo é disso que ele gosta: confusão, briga, conflitos institucionais, holofotes e, se possível, a vitória. Mesmo sob o manto da conciliação.

VEXAME

                                                        Do vexame da CPI do Cachoeira, nem há que falar. PSDB, PMDB e PT acertaram-se para que ninguém fosse indiciado, salvando-se todos, entre mortos e feridos. Nem os governadores Marconi Perilo e Agnelo Queirós, nem o empreiteiro Fernando Cavendish, muito menos a empresa Delta.  O relatório final faz as vezes de réquiem para as Comissões Parlamentares de Inquérito. Depois dessa, nunca mais se constituirá outra

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