terça-feira, 1 de maio de 2012

EXTRATOS DO BLOG DE NOBLAT


Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
1.5.2012
 | 12h00m
OBRA-PRIMA DO DIA (SEMANA DOS ARCOS DE TRIUNFO)

Arquitetura: Arco de Palmira (meados século III)

Os arameus aparecem na História por volta de 1500 a.C. e sua língua, sua cultura e sua religião tiveram muita influência na trajetória da humanidade.
Viviam num assentamento em Aram (antiga Síria) numa aldeia-oásis entre Damasco e o rio Eufrates; durante séculos foi parada ideal para as caravanas que cruzavam o deserto sírio e era conhecida como “A Noiva do Deserto”. Seu nome entrou para a História do Mundo como Palmira.
Tabuletas encontradas em escavações se referem a esse oásis pelo seu nome semita original, Tadmur, que em amorita (língua dos antigos babilônios) quer dizer “cidade que repele” e em aramaico quer dizer “a cidade invencível”.
Mencionada na Bíblia como tendo sido fundada por Salomão, filho de Davi, é dito que havia em Tadmur, dois mil anos antes que os Romanos a vissem pela primeira vez, um templo enorme, com uma arquitetura muito mais próxima de tudo que se atribui aos tempos de Salomão do que à arquitetura greco-romana.
Em 41 d.C, Marco Antonio tentou ocupar Tadmur mas fracassou pois seus habitantes fugiram para a outra margem do Eufrates, o que parece ser prova de que então ainda era somente um acampamento nômade que podia ser removido a qualquer tempo.
Mas Tadmur prosperou, ergueu uma bela cidade, ficou muito rica com o comércio de sedas, especiarias e outras mercadorias e não escapou à cobiça dos Romanos. Foi anexada ao Império como parte da Província da Síria durante o reino de Tibério.


Entrar em Palmira devia ser emocionante. Olhe na foto acima o belíssimo arco triunfal romano que dá início à larga avenida margeada por colunas (foto abaixo), portão de entrada da cidade. É um arco monumental que data do terceiro século, do reino de Sétimo Severo, com três abóbadas, ricamente decorado como todo arco romano e que comemora a conquista romana daquela região.


Gradualmente cresceu em importância como rota do comércio entre a Pérsia, a Índia, a China e o Império Romano. Em 129, Adriano visitou a cidade e ficou tão encantado que a proclamou cidade livre e deu-lhe um novo nome: Palmira Adriana.
No século III, sua rainha, Septímia Zenóbia, autoproclamou-se rainha do reino de Palmira mas, em 272, o imperador romano Aureliano capturou-a e a levou para Roma. Depois de a expor, numa parada triunfal, presa por correntes de ouro, deixou-a retirar-se para uma villa em Tibur (hoje, Tivoli), onde ela acabou por exercer um papel politicamente ativo durante anos.
Palmira continuou a enriquecer e suas belas construções conseguiram sobreviver a muitos conquistadores. Foi só durante a ocupação otomana que a cidade entrou em declínio.
No século XVII, foi redescoberta por viajantes ocidentais. No século XIX arqueólogos europeus e americanos começaram a pesquisar o local e descobriram verdadeiras maravilhas, como as ruínas do Templo de Ba’al e seu teatro.
O nome "Palmira" refere-se, tal como o prenome feminino, às palmeiras - árvores que existiriam em grande quantidade às margens do Eufrates. Mas a cidade voltou a ser chamada pelo nome original.

Tadmur (Palmira), Síria

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