quarta-feira, 14 de março de 2012

Os jovens e a cruz por: CNBB Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte MG


A Igreja Católica prepara-se para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em julho de 2013 no Rio de Janeiro.
 Para isso, volta cada vez mais sua atenção para os jovens, em sintonia com toda a sociedade consciente do quanto é importante entender bem a juventude e comprometer-se com o seu presente e futuro.

A opção preferencial da Igreja pelos jovens tem raízes na 3ª Conferência dos Bispos da América Latina, no ano de 1979, em Puebla,
México. Um exemplo da especial atenção da Igreja é a utilização da sua consolidada experiência na promoção da Campanha da Fraternidade,durante a quaresma de cada ano: em 2013, vamos retomar o tema
fraternidade e juventude.

Mais que oportuno, é urgente a priorização da juventude nas agendas das Igrejas, dos governos e de todos os segmentos da sociedade. Os jovens e adolescentes ainda constituem uma grande maioria de nossa
população. É um enorme potencial para o presente e o futuro da Igreja e dos povos. Os jovens são chamados a ser ‘sentinelas do amanhã’, como disse o Bem Aventurado João Paulo II, por ocasião de uma das edições
da Jornada Mundial da Juventude.





Esta consideração patenteia o grau de responsabilidade que todos temos junto aos jovens. Intensifica-se a responsabilidade e crescem as exigências quando se considera a tarefa do enfrentamento das sequelas da pobreza gerando sua exclusão, afetados, em larga escala, por uma educação de baixa qualidade, com horizontes de vida estreitados pelos reducionismos e outros descompassos da sociedade contemporânea
.
Preocupante é o problema das drogas, criando dependências, dizimando vidas, impedindo o desabrochar da juventude sob o impulso inspirador de valores e princípios ancorados no amor, na justiça e na solidariedade.

A Jornada Mundial da Juventude é, pois, um percurso que convoca e põe a Igreja em estado de missão entre os jovens, proporcionando-lhes a centralidade do encontro com Jesus Cristo, o maior bem da vida, e trabalhando, no que diz respeito à mancha de óleo que é a dependência
química, na prevenção, acompanhamento e apoio a políticas governamentais para reprimir essa pandemia.

A prevenção se faz com processos educativos, com incidência para introduzir as novas gerações no âmbito do valor da vida e do amor,despertando a consciência da própria dignidade de filhos de Deus. O
Documento de Aparecida, nº 424, reza que a




“Igreja deve promover luta frontal contra o consumo e tráfico de drogas, insistindo no valor da ação preventiva e reeducativa, assim como apoiando os governos e entidades civis que trabalham neste sentido, exortando o Estado em sua responsabilidade de combater o narcotráfico e prevenir o uso de todo
tipo de droga”.

A Jornada Mundial da Juventude no Brasil, já em curso com a peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora, é experiência de
espiritualidade,reconhecendo a religiosidade como fator de proteção e recuperação importante para o usuário de drogas. Também é um evento de grandes proporções para mobilizar a juventude em torno de temas,
preocupações e questões decisivas para a vivência da vida como dom.

Os jovens, portanto, merecem e requerem um caminho percorrido com eles em busca dessas conquistas e na consolidação de uma vida vivida no amor e na justiça.

A preparação e vivência da Jornada Mundial da Juventude começou em setembro, lá em São Paulo, e chegou neste mês em Minas Gerais.
Seguindo pelo Brasil afora, até julho de 2013, no Rio de Janeiro. A referência central é a Cruz Peregrina - a Cruz de Cristo Rei. É a cruz que a Arquidiocese de Belo Horizonte, neste sábado, 19 de novembro, ilumina no terreno da futura




Catedral Cristo Rei, com a benção de sua
pedra fundamental. É a cruz que de patíbulo de suplício condenatório, por nela ter morrido Cristo o Salvador do mundo, se torna o trono de um Rei Servidor que dá sua vida para que todos tenham vida.

O símbolo da cruz, para todos os que a contemplarem, é lição estampada
ao ar livre, publicamente, chamando todos à aprendizagem e vivência dessa lição mais importante da vida: servir. A cruz é o altar da Eucaristia, memória da oferta que Cristo faz de seu corpo e sangue, a salvação da humanidade. É o poder e a sabedoria de Deus, sua manifestação eminente e garantia de como tornar operante a ressurreição na vida terrena do cristão.

A cruz é uma espiritualidade que orienta a fixar o olhar n’Ele, Cristo, mestre e senhor da vida. A Cruz de Cristo Rei da futura
Catedral é sinal da centralidade de Cristo, Rei porque servidor e redentor. É um monumento a esta profissão de fé, com a tarefa de ser lugar do encontro com Ele e do compromisso com a vida plena para
todos. Esta é hora de profunda comunhão e generosidade, de entendimento clarividente para que se construa a Catedral e seja
fecundada nossa opção preferencial pelos jovens.

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