quarta-feira, 24 de julho de 2013

Em hospital na Tijuca, Papa discursa contra a liberalização das drogas

Em hospital na Tijuca, Papa discursa contra a liberalização das drogas

  • O Pontífice chamou os traficantes de 'mercadores da morte'
  • Para ele, só é possível enfrentar o problema das drogas com 'maior justiça' e 'educando os jovens'
DEBORAH BERLINCK (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)
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Papa Francisco acena para a população ao passar pela Tijuca Foto: Marcelo Piu / Agência O Globo
Papa Francisco acena para a população ao passar pela Tijuca Marcelo Piu / Agência O Globo
RIO — Em visita ao hospital de São Francisco de Assis, diante de pacientes, médicos, enfermeiros e famílias, o Papa fez um discurso contra a liberalização da droga, criticando os que defendem isso:
— Não é deixando livre o uso da drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência química.
O Papa, possivelmente, se referia ao grupo de políticos como os ex-presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso; da Colômbia, Cesar Gaviria; e do México, Ernesto Zedillo, que defendem a liberalização de drogas leves, como a maconha. Os ex-líderes argumentam que a política de repressão ao tráfico adotada pelo continente, e impulsionada, sobretudo, pelos Estados Unidos, não está funcionando. A ênfase deve ser, segundo eles, na prevenção.
O Papa chamou os traficantes de "mercadores da morte" e lamentou:
— São tantos os "mercadores da morte" que seguem a lógica do poder e do dinheiro a todo custo!
Francisco disse que "chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem". Ele apontou como é preciso enfrentar o problema das drogas:
— É necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro.
O Papa disse que é preciso que todos se olhem "com os olhos de amor de Cristo" e aprendam "a abraçar quem passa necessidade, para expressar solidariedade, afeto e amor". Mas abraçar "não é suficiente", disse o Papa.
— Estendamos a mão a quem vive em dificuldade, a quem caiu na escuridão da dependência, talvez sem saber como, e digamos-lhe: Você pode se levantar, pode subir; é exigente, mas é possível se você o quiser.
E encorajou os dependentes que ainda não procuraram ajudan a olhar para frente com confiança:
— Você encontrará a mão estendida de quem quer lhe ajudar, mas ninguém pode fazer a subida no seu lugar. Mas vocês nunca estão sozinhos! A Igreja e muitas pessoas estão solidárias com vocês. Olhem para a frente com confiança, a travessia é longa e cansativa, mas olhem para a frente.
Pela manhã, na homilia na Basílica de Aparecida, o Papa havia dito que, hoje, "mais ou menos todas as pessoas" e os jovens "experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer". À tarde, no hospital, conclamou as pessoas a procurarem outra solução no lugar das "propostas ilusórias dos ídolos do mundo".
— Olhem para frente com confiança; a travessia é longa e cansativa, mas olhem para frente, existe um futuro certo que se coloca numa perspectiva diferente relativamente às propostas ilusórias dos ídolos do mundo, mas que dá novo impulso e nova força à vida de todos os dias — disse.
Após seu discurso, o Papa rezou uma oração do 'Pai Nosso'. Em seguida, abençoou a placa inaugurativa do centro de tratamento e também os terços. Ele ainda falou em italiano "aos jovens da Itália" e chamou os jovens ao evento que acontecerá nesta quinta-feira, na Praia de Copacabana:
— Amanhã, em Copacabana, será um local para aprofundar essa verdade. Até amanhã!


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