quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ágape: Alguns CDs, muitas Pessoas e um Braço Enfaixado


Ágape: Alguns CDs, muitas Pessoas e um Braço Enfaixado

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COMO PERCORRER O CAMINHO CRISTÃO EM UM SHOPPING
Carimbo que autorizava entrar na gigantesca fila
Oi Povo Católico! Quem me segue no Twitter (@ocatequista), acompanhou minha saga, ontem no Shopping Via Parque. Era o primeiro dia de autógrafos do novo CD do Padre Marcelo Rossi, Ágape Musical. Foram 7 horas de espera, com a intenção de voltar pra casa com muito material autografado, para as minhas turmas de Crisma e para o Blog. Mas voltei com mais do que isso.
Passei estas 7 horas (no meio de uma multidão que devia ultrapassar as 2000 pessoas) na companhia de várias amigas de fila. Não lembro os seus nomes, mas cada uma a seu jeito foi importante nessa jornada. Além do mais, sem elas, não era possível comer nem ir ao banheiro sem perder o lugar – o que, no caso de ontem, significava mais algumas horas de espera. Eram todas mulheres (parecia o auditório do Silvio Santos… eram raros os homens). Havia uma senhora que gostava de pregar na fila, uma vendedora de uma loja do shopping, uma mãe com sua filha, uma mulher de uns 40 anos que guardava lugar para a família e uma outra senhora que apenas ria de tudo. Além de mim, é claro.
Depois de algum tempo de silêncio (normal pra quem não se conhece), o gelo foi quebrado pela senhora que gostava de pregar. Ouvi com paciência o discurso dela sobre o descaso dos homens com a religião, seguido de elogios por eu estar na fila e de críticas por ter comprado tantas coisas. Resolvi não explicar o motivo pelo qual minha compra havia sido maior. Nem precisou… a vendedora tornou-se o alvo da vez, depois de confessar ser evangélica! Foi praticamente um julgamento. Todos tentavam deliberar se ela deveria mesmo estar ali. Menos, claro, a senhora que ria… ela apenas ria. E fazia muito bem, porque logo a discussão se instalou e os ânimos começaram a se inflar. A senhora que gostava de pregar agora atacava com toda a força o protestantismo, suas raízes e suas práticas atuais.
A mãe e a filha abandonaram a discussão… precisavam comer. Não pareciam ter muito entusiasmo. A questão ali era satisfazer uma vontade da filha de ver o astro pop-religioso de perto. Ok. Acho que esse era mesmo o tom da maioria dos que estavam ali. Eram objetivos quase profissionais: o de agradar à filha, o de guardar lugar, o de pregar e o de conseguir autógrafos para a Crisma e para o Blog.
fila_agape_padre_marcelo_rossi
O início da fila era lá na frente. Mas acredite, eu estava chegando.
Já tinham se passado 5 horas e o profissionalismo começava a se esvair. Começou pelasenhora que guardava o lugar: sua família chegou, achou tudo um absurdo, disse que não iria ficar e, de quebra, comprou uma penca de CDs e os deixou com ela para que fossem autografados. Foram todos embora. Mas a mulher ficou. E disse: “Vou sempre às missas dele (Pe. Marcelo) no Santuário, mas nunca cheguei perto dele. Hoje eu vou chegar”. Pronto. Estava traçado um novo objetivo. Mas não seria ela a única a mudar de rumo.
Eu começava a me perguntar o que fazia ali. Se valia mesmo a pena conseguir prêmios para o Blog e para a Crisma. Concluí que não… mas já estava ali mesmo. E vocês, assim como os meus crismandos, de repente pareceram tão próximos que me senti como a mulher que guardava lugares. Achei que devia continuar guardando. Algo poderia me surpreender.
E surpreendeu. Começou a boataria de que não haveria mais autógrafos. Somente um selo seria colado nos CDs e nada mais. Toda a fila começou a entrar em desespero. A mãe e a filha resolveram que era questão de honra ao menos ver o padre de perto.Muitos foram embora.
Completamos 7 horas de espera e chegamos ao nosso destino: entramos na sala do Pe. Marcelo Rossi. Lá estava ele, sentado, provavelmente esgotado, com um imenso sorriso e o braço enfaixado. Era verdade… não podia dar mais autógrafos. Mas ele se levantou e falou: “Vocês estão a horas na fila. É muito bonito terem ficado aqui. Não vou poder fazer uma dedicatória. Mas vamos rezar uma Ave-Maria,abençoar os objetos que vocês erguerem (nessa hora levantei uma quantidade absurda de CDs e livros) e vou lhes dar a bênção individualmente. Um a um”.
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A missão chegava ao fim, e o essencial do Cristianismo dava um tapa na nossa cara.
E lá estava a essencialidade do Cristianismo. Não se tratava de um pop-star, mas de um Padre apontando para a única coisa que importava: o amor a Cristo. Então recebemos a bênção individual com um sorriso e um carinhoso “meu filho, que Deus o abençoe”. E tudo parecia fazer sentido. Mãe e filha estavam abraçadas chorando copiosamente. A que guardava lugares (e agora tinha a missão de autografar CDs) se esqueceu de tudo e agradeceu a Deus por uma série de graças em voz alta. A que ria, continuou a rir. A vendedora evangélica chorou rezando a Ave Maria. E eu me dei conta de que não sou um distribuidor de brindes, mas um catequista apaixonado pelo seu trabalho na paróquia e na internet e ficar ali, me ajudou aretomar o porquê de tudo.
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No detalhe, Pe. Marcelo Rossi com o braço enfaixado.
E a senhora que pregava na fila… Bem, ela não estava lá. Desistiu quando correu o boato de que não haveria mais autógrafos, mas APENAS uma bênção. Ela já sabia tudo o que havia para saber. Não precisava de bênçãos. Só queria mesmo uma assinatura na capa do CD.
Saímos todos dali com a certeza de que essas 7 horas foram um presente do Senhor, para que pudéssemos nos converter novamente. Uma espécie de purgatório onde, ao final, um padre – da maneira mais simples possível – nos apontasse o caminho certo e salvasse todo o esforço. Deus sabia muito bem o que estava fazendo.
Os troféus dessa aventura estão comigo. Uma penca de CDs com o selo exclusivo do Pe. Marcelo e mais alguns livros, todos abençoados por ele! Sortearemos para vocês em breve, mas aviso que já temos um vencedor: EU.
Abraços!

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