sexta-feira, 21 de outubro de 2011

DESMATAMENTO, ALGO QUE ME PREOCUPA.

Enriquecimento de áreas florestais acelera recuperação

17/10/2011 12:55,  Redação, com Agência USP - de São Paulo
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Após dez anos, há pouca regeneração natural e necessidade de enriquecimento
Rodovias, anéis viários, aeroportos, praças esportivas e uma série de intervenções urbanísticas representam obras de infra-estrutura promovidas a partir de desmatamentos legalizados. No entanto, o aproveitamento dessas áreas a partir do resgate de mudas destinadas à restauração de mata ciliar (APP) e Reservas Legais previstas no Código Florestal hoje em vigor ainda é algo recente.
– Esse tipo de ação barateia custos e aumenta as possibilidades de restauração em todo o Brasil –, comenta Sergius Gandolfi, professor do Departamento de Ciências Florestais (LCB), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.
Em um dos trabalhos orientados por Gandolfi, a bióloga Milene Bianchi dos Santos avaliou a eficiência de diferentes métodos de enriquecimento, como a transferência de plântulas da regeneração natural para produção e introdução de mudas de espécies de sub-bosque em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em processo de restauração no Estado de São Paulo.
A pesquisadora atuou em uma área no município de Santa Bárbara d’Oeste (interior de São Paulo).
– O enriquecimento dessas áreas por meio da introdução de diferentes espécies, formas de vida e grupos funcionais busca acelerar o restabelecimento da complexidade estrutural e funcional a fim de perpetuar o fragmento –, explica a bióloga.
Na prática é feita uma coleta de material antes do desmatamento, as plântulas são levadas para o viveiro para a formação de mudas e plantadas em campo para o enriquecimento de uma área.
– Este trabalho pode gerar subsídios para elaboração de políticas públicas visando a coleta deste material como medidas compensatórias e mitigadoras para o licenciamento ambiental de grandes empreendimentos –, comenta a pesquisadora.
O trabalho observou que a comunidade de plântulas encontrada na área que seria desmatada representou uma fonte importante de plântulas para a produção de mudas com elevada diversidade regional e diferentes formas de vida. Foram coletadas plântulas de uma floresta nativa no município de Guará (próximo à Franca, no interior de São Paulo) que seria legalmente suprimida e, em seguida, transferidas para o viveiro para a produção de mudas.
Posteriormente, mudas de vinte espécies foram plantadas no fragmento de floresta em Santa Bárbara d’Oeste e apresentaram elevadas taxas de sobrevivência. Nesta mesma área foi realizado o plantio de plântulas e mudas de espécies de sub-bosque produzidas em viveiro. Foram plantadas sete espécies de plântulas e dez espécies de mudas na entrelinha do plantio original, que durante o período de avaliação apresentaram elevadas taxas de sobrevivência.
– A produção de mudas a partir das plântulas coletadas possui a fase inicial de viveiro como a fase mais crítica em relação à sobrevivência (60%), mas está dentro da faixa de resultados já observados e ainda possui a vantagem de suprimir fases desconhecidas para a maioria das espécies, como a fase de germinação e estabelecimento inicial. O plantio de plântulas e mudas de espécies de sub-bosque para o enriquecimento de áreas em processo de restauração demonstrou ser viável pela elevada sobrevivência em campo, acima de 90% –, conclui.

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