sábado, 1 de setembro de 2012

CONLUIO DOS GRANDES PARTIDOS Por Carlos Chagas


Enviar por e-mail Imprimir

CONLUIO DOS GRANDES PARTIDOS

Por Carlos Chagas
A importância do julgamento do mensalão ofuscou, esta semana,  escândalo
de razoáveis proporções, denunciado da tribuna do Senado por Pedro Simon:  PMDB,
PSDB e PT  entraram em conluio na CPI do Cachoeira para proibir que deputados e
senadores, fazendo perguntas a Fernando Cavendish, aproveitassem para expor a
participação do empreiteiro nas lambanças de Carlinhos Cachoeira.



                                                        Cavendish estava amparado por
habeas-corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal para ficar calado durante
o depoimento, mas as indagações que receberia serviriam, mesmo sem respostas,
para mostrar seus malfeitos. O que fizeram o presidente e o relator da CPI?
Simplesmente proibiram as perguntas. Mais ainda, liberaram o depoente dois
minutos depois de ter ele exibido a autorização da mais alta corte nacional de
justiça para permanecer em silêncio.



                                                        Mas teve pior, disse Pedro Simon: PT,  PSDB
 e PMDB,  mancomunados, esvaziaram a sessão, não enviando seus líderes e,
 mesmo, seus representantes. Um acordo havia sido  celebrado entre eles para
 tornar completamente inócua a presença de Cavendish, que nem ao
menos ouviu os questionamentos capazes de expor sua participação nas tramóias
em exame.

                                                        Felizmente ainda existem senadores
como o representante gaúcho, capaz de denunciar a nudez do rei, mesmo sendo seu
súdito. Se o empreiteiro tinha o direito de não depor contra ele mesmo, em que
lei estava escrito que os parlamentares não poderiam fazer suas perguntas,
esmiuçando o escândalo?





MISÉRIA SEM FIM





                                                        Anuncia o governo que a partir do
ano que vem o salário-mínimo será elevado de 622 para 670 reais. Houve até
celebração no palácio do Planalto, pelo reajuste que ultrapassará a inflação.
Um presente para o trabalhador...

                                                        Estão brincando com a miséria
alheia. Como poderá um infeliz operário viver e sustentar sua família com essas
migalhas? Nunca é demais repetir que a Constituição assegura para quem recebe o
salário-mínimo, e sua família, condições para prover habitação, alimentação,
vestuário, educação, saúde e até lazer.

                                                        Seria uma bela experiência obrigar
esses tecnocratas, mais os ministros e, com todo o respeito, a própria
presidente da República,  a passarem um mês que fosse
sobrevivendo com essa porcaria. Quando criado por Getúlio Vargas, o
salário-mínimo bastava para as despesas referidas. Quando João Goulart,
ministro do Trabalho, dobrou a importância congelada durante todo o governo
anterior de Eurico Dutra, não apenas ele caiu. Getúlio também, logo depois. Vem
agora o governo do trabalhador, perdão, apenas do  partido do próprio, e dez anos
depois de instalado no poder continua humilhando metade da população do país.
Porque apesar de toda a propaganda sobre a criação na nova classe média, 80
milhões de brasileiros recebem apenas o salário-mínimo...





INSPIRAÇÕES BANDIDAS





                                                        A gente não sabe direito o que faz a
Abin, sempre trabalhando em silêncio, mas seria bom se estivesse investigando
quem anda inspirando as manifestações de tribos indígenas,  recrudescidas esta
 semana. Ainda ontem peitaram o senador José Sarney, presidente do Senado,
 depois de haverem, na véspera, desfilado com tacapes e bordunas pela Praça dos
 Três Poderes. Querem a revogação da portaria 303 da Advocacia Geral da União,
 que garante a  entrada das forças armadas nas reservas indígenas. Mais ainda
 pressionam o Congresso para tornar efetiva a Declaração Universal dos Direitos
dos Povos Indígenas,  das Nações Unidas, que o Brasil assinou  nos tempos do 
governo do sociólogo.  Esse documento garante autonomia política, administrativa
 e econômica nas  reservas indígenas, que hoje são 206
em todo o país. Quer dizer, logo um cacique com PHD em alguma universidade
européia fechará o território onde vivem seus parentes, declarando ser nação
independente, elegendo-se presidente da República, rei ou imperador, desligado 
 da União que a Constituição diz ser indissolúvel. É claro que quinze minutos depois
 assinará acordo de mútua proteção econômica e militar com algum governo do Velho Mundo.  Ou, mais fácil ainda, com os Estados Unidos, tendo em vista  a nova nação
situar-se na Amazônia.

                                                        A denúncia dessa lambança foi feita
esta semana pelo repórter Carlos Newton, no blog da Tribuna da Imprensa, mas
não se registrou um único comentário por parte dos jornalões. Claro que por
motivos óbvios...













NÃO TEM OUTRA FORMA





                                                        Especula-se que o ministro Joaquim
Barbosa, depois de assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal,
poderá  procurar a presidente Dilma Rousseff e os presidentes do Senado e
 da Câmara para propor a discussão sobre nova forma da nomeação de   
ministros da mais alta corte nacional de justiça. Muita gente questiona a mecânica
 atual,  de o chefe do  Executivo escolher quem quiser, desde que com alto saber
 jurídico e reputação ilibada, indicando seu nome ao
Senado para aprovação até agora automática.

                                                        Realmente, na teoria, trata-se de
influência excessiva de um Poder sobre outro, mas fica no ar a pergunta: que
outra hipótese de indicação dos ministros do Supremo seria superior a essa?
Eleição direta, com campanha eleitoral?

Nenhum comentário:

Postar um comentário