CateCine – O Processo de Joana d’Arc
E vamos para mais um CateCine, meu povo!
O nosso filme de hoje é uma aula de cinema e história. Para mim, é de longe, o melhor filme sobre Santa Joana d’Arc já feito.
O Processo de Joana d’Arc seria apenas outro filme sobre a santa francesa martirizada pelo ingleses durante a guerra dos 100 anos? Claro que não! Essa pequena pérola (o filme tem apenas uma hora de duração) prende-se não à vida da santa, tantas vezes levada às telas, mas ao processo que a condenou, isso e nada mais.
A Catequista já falou sobre o assunto aqui no blog, e a postagem sobre Santa Joana é magnificamente complementada por esse filme.
Esse filme foi realizado pelo cineasta francês Robert Bresson. Para quem não conhece, Bresson é um formalista, seus filmes são únicos e autorais, muitas vezes difíceis de digerir. O Processo de Joana d’Arc é um exemplo bem característico desse cineasta. Em seus filmes, Bresson não utiliza atores profissionais e busca infundir naturalidade feroz em todas as cenas. Não há trilha musical e, comparados a ele, todos os realizadores parecem estar fazendo espetáculos circenses.
Bresson filma a vida. Muito em virtude disso, filmou muito pouco, cerca de doze filmes em 40 anos. “O Processo…” foi seu sétimo longa (se é que é longa), esempre foi muito mal visto pelo grande público. Mas, neste caso, muito injustamente. Caso mais pessoas vissem e entendessem filmes como “O Processo…” muitas das bobagens que ouvimos sobre Santa Joana e o papel da Igreja em seu martírio não seriam vomitadas pelos boca de latrina.
Não esperem ver aqui o festival de bobagens dos filmes sobre Santa Joana que vemos sem parar nas filmagens em geral, principalmente na versão mal-fadada de Luc Besson. Esse filme é um mergulho espiritual, daqueles que, ao final, você tem vontade de cair de joelhos e pedir perdão a Deus por ser um verme tão frágil.
Salve Santa Joana d’Arc! E como diria o capitão Jack Sparrow: “Icem as velas seus ratos de convés!”.
Esse filme recebeu o prêmio especial do júri do festival de Cannes, além do prêmio do Ofício Católico e o Prêmio de Melhor Filme para Juventude.
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Na próxima teremos um filme que preparei com especial carinho, em que veremos nossos amiguinhos protestantes queimando mais bruxas em uma semana do que a Igreja em cinco séculos.
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