Apologética
Destruindo
o mito protestante que afirma "Maria teve mais filhos"
Fonte:
Apologetica.org
Autor: Pe.
Daniel Gagnon
Tradução:
Rogério SacroSancttus
" Este
pórtico ficará fechado. Ninguém o abrirá, ninguém aí passará, porque o Senhor,
Deus de Israel, aí passou; ele permanecerá fechado." Ez. 44,1-2
Os irmãos
protestantes dizem que Maria não permaneceu virgem, mas que ela teve outros
filhos e citam os Evangelhos que falam dos "irmaos de Jesus" (Mt
13,56 e Mc 3,31). Se Jesus teve irmãos dizem eles, Maria teve outros filhos.
Também pensam que "recebeu a sua mulher" (Mt 1,25) quer dizer que José
teve relações com Maria e que chamar Jesus de "primogênito" (Mt 1,25)
quer dizer primeiro nascido entre outros filhos.
Interpretam
"antes de coabitarem" (Mt 1,18) como se a palavra
"coabitar" significasse ter relações e Finalmente os irmãos dizem que
"não a conheceu até dar a luz" (Mt 1,25), como se depois de dar a luz
a Jesus Cristo, Maria e José finalmente haviam tido relações.
Mas qual a
evidência bíblica?
a) A
palavra irmão tem muitos significados na Biblia
" A
palavra grega para irmão é ADELPHOS e para irmã ADELPHE. Certamente estas
palavras podem também se referir a irmãos e irmãs espirituais, termos estes,
como se usam na igreja cristã ou a parentes proximos como primos" [1]
No Antigo
Testamento se utiliza a palavra irmão em lugar de primos:
"Moisés
chamou Misael e Elisafon, filhos de Oziel, tio de Aarão, e disse-lhes: “Vinde e
levai vossos irmãos para longe do santuário, fora do acampamento”." Lv
10,4
Em Gênesis
Abrão (Abrãao) disse a Lot: " somos irmãos " (13,8). Lot era seu
sobrinho (Gn 11,27; 12,5). No segundo livro de Samuel usa-se a palavra irmão
para indicar membros da mesma raça e o mesmo povo: "vós sois meus
irmãos" (II Sm 19,12 ver Ex 2,11). "Reuniu os filhos de Aarão[...] e
seus irmãos, cento e vinte [...] filhos de Merari [...] e seus irmãos, duzentos
e vinte (1 Cr 15, 4-6 Ver seguintes versículos e 2 Rs 10, 13-14 também). A mãe
de rebeca chama-a de irmã (Gn 24, 55-60). Moisés chama de irmãos os filhos de
Aarão, que eram seus sobrinhos (Lv 10,1-6). Os sacerdotes se chamam de irmãos
devido seu cargo (I Cr 24,30-31)
No Novo
Testamento lemos:
"Assim
vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo
seu coração."(Mt 18,35)
"Disse-lhe
Jesus: Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos
e dize-lhes[...]." (Jo 20,17-18)
"Disse-lhes
Jesus: Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, pois é
lá que eles me verão." (Mt 28,7-10).
Irmão é
todo aquele que crê em cumpre:
" Todo
aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha
irmã e minha mãe. " (Mt 12, 46-50).
Felipe é
chamado de irmão de Herodes Antipas, ainda que era seu meio irmão. (O Felipe de
Lc 3,1 não é o mesmo de Lc 3,19)
Porque toda
esta ambigüidade? Porque o hebraico e o aramaico (idioma de Cristo e seus
discípulos) não possuia uma palavra específica para "primo".
Utilizavam "irmão" ou " o filho da irmã de meu pai". mas ao
invés deste ultimo, era mais facil dizer "irmão".Os autores do N.T.
estavam acostumados a fazer isso.
Quando
falavam em grego, aqueles que traduziram o grande rolo (os Setenta) fizeram o
mesmo. Na tradução dos Setenta a palavra heraica para irmão ou parente foi
traduzida como ADELPHOS, que em grego significa "irmão", ainda que o
grego possua uma palavra própria para primo: ANEPSIOS, os tradutores da
Septuaginta preferiam utilizar ADELPHOS [...]. Por isso é necessário investigar
mais saber o verdadeiro significado dos "irmãos de Jesus"
Não podemos
tomar a palavra irmão literalmente como "irmão carnal" porque esta
palavra se refere a duas pessoas que tem o mesmo pai, mas Jesus não teve um pai
mortal, mas que foi concebido pelo Espirito Santo. Se os quatro
"irmãos" citados são seus irmãos carnais, eles teria, o mesmo pai que
Jesus. Os quatro "irmãos" seriam verdadeiramente "meios
irmãos", o que a Biblia não cita.
b) A Biblia
diz que os irmãos de Jesus são Tiao , José, Simão e Judas (Mt 13,55). Mas
olhando em outros lugares na Biblia, vemos que estes homens tiveram outro pai
carnal, enquanto que o pai de Jesus era José, o carpinteiro. Nas três primeiras
listas dos nomes das mulheres que vão ao sepulcro e na quarta com os nomes das
mulheres ao pé da cruz, notamos que a mãe de Tiago e de José é outra Maria:
Mt 27,56 :
Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe
dos filhos de Zebedeu.
Mc 15,40:
Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria
Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé. (ver 16,1)
Jo 19,25
" Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria,
mulher de Cléofas, e Maria Madalena. "
Nota-se que
Tiago e José "os irmãos de Jesus" em Mateus 13,56, eram filhos de
Maria a mulher de Cleofas [2] possivelmente parente de Maria, a mãe de jesus e
esposa de José. Maria a mãe de Jesus não foi ao Sepulcro.
Em sua carta
o Apostolos escreve "Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago"
(Jd 1). Se Tiago e Judas eram irmãos de Jesus, sendo eles "irmãos
também" (Atos 1,13). Porque Judas somente diz servo de Jesus Cristo e não
acrescenta "irmão" d'Ele, como o faz com seu irmão Tiago?
Segundo o
historiador Eusébio, Simão era filho de "Maria (mulher) de Cléofas"
(Eusébio de C. Hist. Eccl. III 2,32).
c) Lucas
2,41 nos mostra a Família de Nazaré: "Seus pais iam todos os anos a
Jerusalém para a festa da Páscoa.". No versiculo 51 fala somente de um
filho: "Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso.".
Não nos dá nenhuma indicação de que havia outros irmãos.
d) Em João
(19, 26-27), Jesus pediu a João que cuidasse de Maria. Se houvesse outros
irmãos isto não seria necessário (nem legalmente correto) que João o fizesse.
Alguns irmãos dizem que se Jesus teve outros irmãos mas pediu a João porque ele
acreditava, enquanto eles não acreditavam em Jesus até que ressucitasse (At
1,13). Mas se Jesus sabia que eles iam crêr nEle após a ressurreição. Porque a
não a entregaria a "seus irmãos" mesmo que demorassem três dias para
crer?
e) Marcos
diz: "Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de
José, de Judas e de Simão? " (Marcos 6,3). O mesmo em Mt 13,53. Nao diz
"um dos filhos de Maria". A Biblia nunca fala "os filhos de
Maria" mas "os irmãos de Jesus" . Sempre que fala de seu Filho é
no singular (tampouco diz "filho de Maria, mão de Tiago, José, Lucas e
Simão) . Lucas diz: "darás à luz um filho" (Lc 1,31)
f) Cada vez
que na Biblia um anjo anuncia a uma mulher que conceberá de maneira milagrosa
(por esterelidade, velhice, virgindade), está mulher sempre tem UM FILHO,O
FILHO ÚNICO.
Em Gênesis
Deus fez um milagre com Sarai e seu filho Isaac, que é seu unico filho (Gn
18,10)
Outro
milagre Deus fez com Manoa, dela nasceu Sansão, seu único filho (Jo 13,3). Aqui
é interessante a comparação das palavras com que o anjos Gabriel diz a Maria:
"O
anjo do Senhor apareceu a esta mulher e disse-lhe: Tu és estéril, e nunca
tiveste filhos; mas conceberás e darás à luz um filho." Jz 13,3
Em Lucas
1,13 outro milagre, desta vez com os pais de João Batista. É o mesmo com Maria.
Não se rompe o esquema, ele é o unico filho deles [3]
g) Quando
Gabriel disse a Maria que ela seria a mãe de Jesus, ela colocou como objeção:
"não conheço varão" (Lc 1,34), mesmo estando ela desposada com José.
Aqui a palavra "conhecer" equivale a relações intimas que inclui as
sexuais. Somente quando o anjo afirma que: " O Espírito Santo descerá
sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente
santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus." que Maria concerne em
cumprir a vontade de Deus (Lc 1,35). A maneira estranha com que Maria respondeu
(v.34) indica que ela havia pensando em permanecer virgem. Seu filho Jesus
falaria em não ter relações como alguns faziam por causa do Reino dos céus (Mt
19,12). Senão, como entender sua resposta de "não conhecer" a um
homem sabendo que estava comprometida com um e que depois de consumar seu
casamento poderia ter relações e assim ter um filho? [4]
Ainda neste
assunto, cabe-nos mencionar que Orígenes, Clemente de Alexandria e Justino
Mártir mencionamm ao Proto-Evangelho ou referem-se a incidentes relativos ao
nascimento de Jesus da mesma maneira. Johannes Quasten diz: "O principal
fim desta obra é provar a virgindade perpétua e inviolada de Maria, antes do
parto, no parto e depois do parto" (Patrología I, B.A.C., españa, 1991, p.
127).
O expert da
Bíblia reconhecido no mundo todo, Ignácio de Potiers, diz que não é que Maria
tenha feito um propósito consciente de permanecer virgem mas que é uma
"orientação e uma inclinação profunda de viver virginalmente, de um
profundo desejo de virgindade que Maria experimenta e vive existêncialmente,
mas que não há como se tomar a forma de uma resolução" (p.59). Diz ainda
que esta intenção vem de haver sido preparada por Deus e por ser "cheia de
graça" [5]. Ignácio faz uma comparação entre o que Maria diz "Não
conheço varão" (Lc 1,34) (o msmo que dizer, eu sou virgem), com o que ele
diz: "não há nada parecido em toda a Bíblia" como o voto de Jéfté em
Juizes 11,39 (Ver v.39 da tradução espanhola: ela nunca conheceu varão e Juizes
21,12 "não tinham conhecido varão").
Ignácio diz
que estes são expressados no passado enquanto que Maria fala no presente:
"eu não conheço". Sendo Maria desposada com varão, significa que ela
queria continuar virgem. Isto para ele (e cita outros eruditos para apoiar sua
posição) é a melhor maneira de explicar o que disse Maria ao anjo.
h) Deus deu
o sinal ao povo para que eles reconhecessem quem seria o messias: a virgem
conceberá e dará a luz um filho e seu nome será Emanuel (Is 7,14). A maneira
como as pessoas identificariam que Jesus é o Messias é que sua mãe seria uma
virgem que daria a luz. Se Maria houvesse tido vários filhos, quer dizer que
havia perdido sua virgindade, que garantia teria os judeus depois de anos para
crer que Jesus era o Messias, filho da Virgem? Já que podiam supor que a
historia de que havia concebido pelo Espirito Santo era falsa. Por isso o
sinal. Se Maria teve somente um filho, fica mais facil crer que é a virgem
profetizada por Isaías. E se continuou intacta, sem ter relações com José, os
judeus não poderiam negar que Jesus foi concebido pelo Espirito Santo, a menos
que Jesus não fosse seu filho. É como o sinal que os pastores buscaram para
reconhecer a Jesus: "Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido
envolto em faixas e posto numa manjedoura." (Lc 2,12). Se José e Maria o
houvessem envolto em cobertor e não o tivessem colocado numa manjedoura, o sial
haveria de se perder.
i) Quando
os evangelhos nos falam dos "irmãos" de Jesus, aparecem sempre como
maiores que Jesus em idade, pois se deixa dar conselhos: "Seus irmãos
disseram-lhe: Parte daqui e vai para a Judéia, a fim de que também os teus
discípulos vejam as obras que fazes." e repreender-lhe: "Quando os
seus o souberam, saíram para o reter" (Mc 3,21). Por isso se Jesus era o
primogênito havia ido contra os costumes judaicos e do Oriente, da qual,
somente era permitido aos irmãos mais velhos, mas não vice-versa. O mais velho
aconselhava e mandava no mais novo. (Gn 37,21-22).
Quando
Jesus tinha doze anos, subiram a Jerusalém para levá-lo ao templo. Os judeus
tinham o costume de levar seus filhos para acostumá-los. Lucas diz que iam com
seus pais todos os anos (Lc 1,41). Se Maria teve mais filhos ela deveria ficar
em casa cuidando deles, já que deveriam ser pequenos e pelo costume a mulher
não estava obrigada a subir para Jerusalém:
"
Segundo Lc 2,7 Jesus foi o primogênito de Maria. Agora bem, segundo o mesmo (Lc
2,41-52), Maria tomava parte na peregrinação da páscoa, o que não seria
compreensível se tivesse tido filhos pequenos e que os abandonasse por quatorze
dias. Se Maria houvesse tido os filhos depois desta peregrinação, no inicio da
vida pública de Jesus, estes deveriam ter apenas vinte anos e jamais poderiam
poderiam mostrar (ao menos nos costumes orientais) uma atitude tão livre, quase
de tutela, como se descreve em Mc 3,21, 31-35 e Jo 7:2-5" ( Dicionário de
Teologia Biblica por Bauer, Edit. Herder, p. 448).
j) No livro
dos Atos lemos: " Todos eles perseveravam unanimemente na oração,
juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos
dele." (Atos 1,14). Aqui Lucas diz que Maria é somente a mãe de Jesus e a
separa os irmãos. Porque não disse "com Maria a mãe de Jesus e seus
irmãos" em vez de "e os irmãos dele" ? ( O grego é bem claro
neste sentido [6] )
k) É comum
na Bíblia, quando se apresenta uma geneologia de uma pessoa importante,
mencionar toda a familia, mas Lucas fala somente de um filho de José:
"Quando Jesus começou o seu ministério, tinha cerca de trinta anos, e era
tido por filho de José, filho de Heli, filho de Matat" (Lc 3,23)
l) Em um
artigo intitulado " A Virgindade depois do Parto: o Sentido de fato"
por A. Sierra encontramos outro argumento que vou citar, ainda que seje um
pouco grande, para não perder seu sentido:
"
[...] Creio que a este respeito (permanecer virgem) é muito claro uma passagem
de Filón de Alexandria (45 d.V.). Estritamente falando, ele ainda pertence ao
AT, a reflexão que vamos citar de seus escritos antecipa os tempos do NT [...]
Descorrendo sobre Judá, Filón diz que é o fruto perfeito ... (De Somniis I,
37). Em hebraico, Judá significa "confessar (louvar) ao Senhor" (De
plantatione, 134), como tal, ele é a ação de graças em pessoa (De Somniis I,
37; Legum Allegoriae III, 26,146). E não há duvida, comentar Filón, de que quando
a alma chega a celebrar a Deus e reconhecê-lo como criador de tudo, não pode
expressar nada melhor (Legum Allegoriae, 95). Isto é, o maior para uma
criatura.
" E
assim porque Lia, como diz as Escrituras, depois de haver gerado a Judá, seu
quarto filho, parou de ter filhos (Gen 29,35). A razão é evidente. Judá que
quer dizer louvor a Deus, é o vértice da perfeição. Celebrar o pai de todas as
coisas é mlhor e o mais perfeito dos frutos que jamais sairá do seio de uma
gestante (De Palantatione, 135)
" Por
isso Lia não mais dá a luz. Ela não sabia a que outra coisa dirigir-se, ao
haver alcançado o limite supremo da perfeição (ib). Depois daquele nascimento,
Liz pois fim, ou melhor, colocou para sua prole um final. Em efeito - assim
pensa Filón- ela advertiu que os orgãos de sua potência geradora havia se
tornado árido e estéril, porque dela havia florecido o fruto perfeito, Judá, a
ação de graças. (De Somniis I,37).
"Provemos
agora ao fazer a transposição cristológica desta pagina filoniana e
perguntemo-nos: Porque Maria, não levou em seu seio outra prole que Cristo? Não
é absolutamente porque tal geração tenha apenas um que seja impuro, mas porque
acolheu em seu seio aquele Filho, no qual, sendo Deus, era o ESJATON, a
perfeição, o absoluto. Ao converter-se em morada vivente do Verbo Encarnado,
Maria relamente ( para usar as palavras de Filón) não sabia ao que se dirigir,
por haver alcançado o ápice da perfeição. Como nas talhas de Caná, assim o seio
de Maria com a encarnação se encheu até as bordas (Jo 2,7). Dizendo sem
metáforas: se a comunhão com Deus é a finalidade suprema da criação e da
aliança (Cf. Jo 17,21-24), poderia a Virgem desejar algo mais, algo melhor, uma
continuação em outros filhos? Certamente que não. Em virtude da maternidade
divina, ela ficou tão repleta de Deus em seu corpo e espirito, que sua
existência alcançou plenamente suas expectativas de criatura. Aquele Filho (sua
pessoa, sua obra, o serviço a Ele oferecido pela fé) o era Todo para Maria,
como o Pai o era para Jesus" [7]
m) ainda
que apocrifo, o livro A Ascensão de Isaias (11, 2-17) da primiera metade do
segundo século fala que Maria permaneceu virgem. Isto demonstra que o ensino da
virgindade foi digno de fé há muito tempo.
n) Alguns
eruditos da Biblia argumentam que se os "irmãos" de Jesu haviam sido
filhos de Maria, a forma de nomeá-los segundo o costume judaico era: "aqui
estão sua mãe e dos filhos de sua mãe" . Esta era a forma correta de
expressar-se e não como é escrito "aqui estão seus irmãos".
o) O
escritor protestante Francisco Sampedro comenta que: "Em alguns textos
aparece separado "Maria a mãe de Jesus e seus irmãos" (At 1,14) e
" filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão" (Mc 6,3). A
relação de Maria com Jesus e a relação de Maria com os outros aparece como
diferente" ( ver Pentecostais 1989, pp.117-118.)
p) o
reformador protestante João Calvino defendeu com muita força a virgindade
perpétua de Maria. Comentando a passagem de Mt 13,55 ss afirma que os irmãos de
Jesus não são outros filhos de Maria, mas todos parentes: "Sustentar o
oposto significa dar provas de ignorância, de loucas sutilezas e de abuso da
Escritura".
q)
Recentemente foi publicado um artigo do famoso biblista Jerome Murphy-O'Connor
aonde escreve: " eu diria que os irmãos de Jesus eram mais velhos. Eu
sugeriria que eram filhos de José de um matrimônio anterior [ao de Maria]. Isto
está confirmado pelo fato de que Jesus era conhecido como "filho de
Maria" um jovem era conhecido pelo nome de sua mãe SOMENTE QUANDO HAVIA
MAIS DE UMA ESPOSA DO MESMO PAI. Os primeiros cristãos não eram tontos. Como
poderiam pensar que Maria era uma virgem perétua, se de fato, tinha seus filhos
depois de Jesus" no U.S. Catholic, dec. 1996, p.8)
r) traremos
a continuação de um excelente argumento sobre o entendimento biblico no tempo
de Jesus sobre o tema. Foi retirado da Associação dos Catolicos Hebreu [8]:
A
VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA DO PONTO DE VISTA JUDEU
Desde os
antigos dias bíblicos, o adultério acarretou como um sentido de profanação, é
assim que uma mulher que uma mulher que houvesse tido contato com outro homem
ainda que sendo a força, já não podia estar com seu esposo (Gn .49, 4; 2 S.20,
3; 16, 21-22, Livro do Jubileu 33, 6-9; Epstein, Lei do Matrimonio no Talmud,
p. 51). O código deuteronômico ensina que uma mulher esteja divorciada de seu
esposo e que contraia matrimonio com outro homem, não pode regressar a seu
esposo anterior (Dt 24,4). Como diz o Senhor atraves do profeta Jeremias: Se um
homem repudia a mulher, e ela o abandona para tornar-se mulher de outro,
tornará o marido a recebê-la? Não ficará esta terra gravemente profanada? (Jer
3, l; ver Targum a Dt.24, 1-4).. Na lei rabinica uma lher que tenha cometido
adultério está "corrompida" e não pode continuar sendo a mulher de
seu esposo, mas que deve se divorciar [9]. Alem de que, qualquer contato intimo
da esposa com um homem judeu ou gentio, potente ou impotente, natural ou não
natural, obriga ao divorcio [10].
PROMETIDO:
Na lei
judaica um homem prometido a uma mulher era considerado legalmente casado com
ela. A palavra prometido para o hebreu é Kiddush, umapalavra qye deriva da
palavra hebraica Kadash "sagrado", "consagrado",
"apartado". Porque pelo compromisso (Como em Mt 1,18; Lc 1,27), no
matrimonio uma mulher passa a ser propriedade de seu esposo, proibida para
outros.
A Lei Oral
de Kiddushin ( Matrimônio e Compromissos ) estabelece: "O esposo por
casar-se com a jovem, a separa de todos como se fosse consagrada ao templo
(Corban) e fora do lacance de todos os outros". (Kiddushin 2b, Talmud
Babilonio).
Sabemos
pelo Evangelho de Mateus 1,14 que Joé, o esposo de Maria, era um homem justo,
um judeu devoto, fiel a lei. Havendo notado que Maria estava grávida e que ele
seu prometido, não havia tido nada que ver com sua gravidez, José podia quer
seja condená-la publicamente ou entregá-la para dar-lhe a morte por adultério
(Dt 22,22-29) ou recusa-la em particular.
Tomou sua
decisão quando um anjo lhe apareceu nos sonhos dizendo: "José, filho de
Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do
Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque
ele salvará o seu povo de seus pecados." (Mt 1,-20-21). O anjo não usa a
frase para a união marital: "chegar a ela" ( como em Gn 30,3,4 e 16)
ou mesmo "juntar-se ou unir-se" (Mt 1,18, mas meramente uma palavra
significado conduzi-la a sua casa como sua esposa (paralambano gunaika) mas não
coabitando com ela.
Quando o
anjo lhe revelhou que maria certamente era a esposa do Espirito santo, José
pode levar Maria, sua prometida, a sua casa como sua esposa, mas nunca poderia
ter trato sexual com ela, porque de acordo com a Lei, ela lhe estaria proibida
para sempre.
ESPOSA DO
ESPIRITO SANTO:
Também
devemos tomar em consideração que quando Maria escutou pelo anho Gabriel:
" Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de
Jesus."(Lc 1,31) também colocou que isto se realizaria porque "O
Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua
sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de
Deus." (Lc 1,35)
Para dizer
nestes termos, os arcanjo declarou a Maria que Deus entraria em uma relação
marital com ela provocando que ela concebesse Seu Filho em seu seio. Para
"cobrir com seu poder (reshth) a uma mulher" (targum a Dt. 21,4) foi
um eufemismo para "ter uma relação marital com ela".
Assim
mesmo, "sombrear" (Lc 1,35) ao despregar seu "manto" sobre
uma mulher, foi outro eufemismo para relações maritais. Então, os rabinos
comentaram (Midrash Génesis Rabbah 39.7; Midrash Ruth Rabbah 3.9) que Rute
estava correta em sua palavra a Boaz na qual teve relações maritais com ela ao
dizer: " Eu sou Rute, tua serva, respondeu ela. Estende o teu manto sobre
a tua serva, porque tens o direito de resgate." (Rute 3,9)
Tallith,
outra palavra hebraica-aramaica para manto, é derivada de Tellal=sombra. Então
"estender o manto de alguém (tallith) sobre uma mulher " significava
coabitar com ela (Kiddushin 18b, ver também Mekhilta em Êxodo 21, 8).
Deus não
disse a sua esposa Israel: Porque eu sou vosso esposo (Jer 3,14) e será teu
dono e teu esposo (Is 54,5), um marido para eles, diz o Senhor (Jer 31,32) E
que palavra intima não disse Deus a sua esposa? "E eu te fiz multiplicar
como a erva dos prados. Cresceste. Ficaste moça. Teus seios se formaram,
veio-te o pêlo. Mas estavas nua, inteiramente nua.Passando junto de ti,
verifiquei que já havia chegado o teu tempo, o tempo dos amores. Estendi sobre
ti o pano do meu manto, cobri tua nudez; depois fiz contigo uma aliança
ligando-me a ti pelo juramento - oráculo do Senhor Javé - e tu me
pertenceste." (Ez 16,7-8)
MARIA
PROIBIDA A JOSÉ:
Havendo
sido informado em sonhos por um anjo sobre a gravidez dela e talvez depois por
Maria sobre as palavras pronunciadas a ela pelo anjo Gabriel sobre a
anunciação, José entendeu que Deus o havia escolhido como esposo para Maria.
Ela agora estava lhe proibida por toda a vida e por bem da criança e de Maria,
ele somente podia viver com ela em uma relação absolutamente casta.
Viver em
celibato dentro do matrimonio não desconhecido pela tradição judaica. Se diz
pela tradição, que Moisés era sendo casado, permaneceu casto o resto de sua
vida depois da ordem dada de abster-se de ter relações sexuais (Ex 9,15). Em
preparação os setenta anciãos se abstiveram mais tarde de suas esposas depois
de seu chamado, e assim o fizeram Eldad e Medad, quando o espirito de profecia
caiu sobre eles, certamente se diz que os profetas se tornaram célibatarios
depois que a palavra de Deus se comunicou a eles [11].
O CELIBATO
DE ACORDO COM A TRADIÇÃO:
Elias e
Eliseu foram celibatários toda a sua vida [12]. Quando pela Torá,(num profundo
estudo desta) um rabino se abstivesse de ter relações com sua esposa, isto era
permissível porque então estava coabitando com o Shekinah (a "Divina
presença") na Torá. [12].
É bem certo
que os rabinos falaram concerniente a obrigação dos homens de contrair
matrimonio e de procriar "Aquele que se abstenha de procriar é considerado
como se tivesse derramado sangue" [14]. De acordo com o Yebamoth 62b,
B.T.um homem somente é meio homem sem uma mulher, citando Gn 5,2, aonde diz:
"Criou-os homem e mulher, e os abençoou, e deu-lhes o nome de homem no dia
em que os criou."
Se uma
pessoa é fiel ao estudo da Torá (dedica todo seu tempo nela), como Simeão ben
Azzai, pode ser remido de sua recusa a casar-se" (Skulkhan Arukh EH 1:4).
O sábio rabino Simeão ben Azzai (antes do Seculo II dC) estava extraordinariamente
em seu aprendizado." com o passo de Ben Azzai passaram sabios diligentes
pela terra" (Sotah 9:15). Nunca se casou e foi celibatário toda a sua vida
para não distrair-se de seus estudos e porque considerou a Torá sua esposa,
para qual pois toda a sua alma (Yebamoth 63 b). Foi um sábio sobresalente
(Kiddushin 20a, B.T.) também conhecido por sua santidade (Berakoth 57b, B.T.).
A tradição
judaica também meciona o celibatario Zenu'im (Lit. "castos") a quem
foi confiado o Nome Secreto de Deus e assim poder preservar o Santo Nome em
"perfeita pureza" [15].
Aqueles com
a esperança de uma revelação divina consequentemente se abstiveram de ter
relações sexuais e foram estritos em matéria de pureza (Enoc 83,2;
apo.14,2-5).Philo (Apol pro Judaeís IX, 14-17), Josefo (Antiq XVIII. 21) e
Hipploytus (Philosophumiena IX, IV, 28A) escreveram sobre o celibato dos
Essênios Judeos centenas de anos antes do descobrimento de seu establecimento
em Qumrán, próximo ao Mar Morto.
Philo
Judaeus (c.20 a.C.-50 d.C.), um filósofo judeu, descreveu as mulheres judias
que eram vírgens e se haviam conservado castas não a força, como algumas
sacerdotisas gregas, mas por sua propia vontade, por seu ardente desejo de
Sabedoria. "Desejosas de ter Sabedoria para seus irmãos, desprezaran os
prazeres da carne e não desejaram descendência, mas aquelas crianças que
somente a alma que é querida por Deus pode fazer nascer" (Philo, Cont.68;
também ver Philo, Abr. l00).
Porque
"os castos são recompensados recebendo iluminação da oculta luz
celestial" (Zohar 11. 229b-230a). Porque "se o entendimento está
seguro e intacto, livre da opressão e das iniquidades ou paixões... poderá
claramente ver tudo o que seja digno de contemplação" (Philo, Sob.l.5). E
o inversa, "o entendimento do homem amoroso é cego e não pode ver essas
coisas que valem a pena ver... coisas dignas de ver as quais são maravilhosas
de perceber e desejáveis" (Philo, Q. Gén.IV.245).
JOSÉ COMO
CELIBATÁRIO
Como
receptor da grande revelação de que o concebido no seio de Maria, era do
Espirito Santo e que a criança que estava para nascer seria destinado a salvar
seu povo de seus pecados, seguramente José, por ser chamado a cuidar de Maria e
seu Filho pelo restante de sua vida, sendo isso que o anjo afirmou quando disse
que tomasse Maria como sua esposa.
Podemos
racionalmente assumir que agora Maria compartilhava com tudo o que disse o
arcanjo Gabriel. Nada mesmo que uma pessoa, o Filho de Deus (Lc 1,35), ia ser
confiada a seu cuidado sob o refugio de seu humilde casa, agora a
Sanctasanctórum. A tradição judaica menciona que, ainda as pessoas deviam
abster-se de ter relações sexuais com suas esposas somente por três dias
anteriores a revelação do Monte Sinai (Ex. 19,15), Moisés escolheu permanecer
casto pelo resto de sua vida com a total aprovação de Deus. Os rabinos
explicaram que isso se deve porque Moisés entendeu que estava designado a
comunicar-se pessoalmente com Deus, não unicamente no Monte Sinai, mas em
geral, através dos quarenta anos de permanencia no deserto. Por esta razão,
Moises ficou "separado da mulher" permanecendo em santidade de
separação para estar ao serviço de Deus em todo o momento, citaram a ordem de
Deus a Moisés em Deuteronômio 5,28 (Midrash Exodus Rabbah 19:3 e 46.3).
Outra vez,
podemos estar seguros que José permaneceu célibe toda a sua vida porque através
de seus anos de casado, esteve diariamente em comunicação e ao serviço de
Jesus, a Palavra de Deus encarnada.
OS OUTROS
ARGUMENTOS DOS IRMÃOS
Primogênito
não quer dizer somente, o primeiro nascido de outros filhos, mas significa
ocupar um lugar especial: elegido, consagrado. Uma mulher que morra dando a luz
a seu primeiro filho, se diz que é o primogênito ainda que não tenha irmãos. Os
salmo 89 diz que Davi ( o último de oito filhos ) é chamado primogênito por
Deus:
"Ele
me invocará: Vós sois meu Pai, vós sois meu Deus e meu rochedo protetor. Por
isso eu o constituirei meu primogênito, o mais excelso dentre todos os reis da
terra." (Sal. 89, 27-28). Em Gênesis Jacó recebeu as bençãos de
primogenitura (Gn 25,31-34) mesmo tendo nascido depois de Esaú (Gn 25,25-26).
Efraim é chamado de Primogênito em Jeremias 31,9 sendo o segundo filho de José
(Gn 41,52). Jesus é o primogênito dos mortos (Apo 1,5), mas não o primeiro a
morrer. Ele ocupa um lugar especial por ser a testemunha fiel até a morte.
" Tu lhe dirás: assim fala o Senhor: Israel é meu filho primogênito."
(Ex 4,22). Chamado "Primogênito" Jesus é o "Alfa e Omega",
o Primeiro e o Ultimo. Não existe outro. Isso é o que Col. 1,15-16 quer dizer
quando o chama assim.
Israel não
é o primeiro povo que Deus criou, mas é um povo consagrado por Ele. Em Zacarias
12,10 vemos que a mesma pessoa é chamada de "primogênito" e
"unigênito".
Na
Antiguidade Biblica do Pseudo Filon (Seculo I dC), a filha de Jefté é chamada
tanto de primogênita como unigênita (39,11). E Epitafio (datado em 28 de
janeiro de 5aC), descoberto em 1922 na necrópolis judaica de Tell el Yehudieh,
diz sobre uma mulher difunta (Arsinoe):
" Mas
a sorte, nas dores do parto de meu filho primogênito, me conduziu ao término da
vida" . Ainda que esta jovem mãe morreu no primeiro parto, seu filho é
chamado de Primogênito.
Não devemos
esquecer que o titulo de primogênito para designar a Jesus tem outro sentido
simbólico. Ele é chamado de primogenito de toda a criação (Col 1,5) e de todos
os mortos (Col 1,18).
Não a
conheceu até que deu a liz não quer dizer que José tenha tido relações com
Maria depois. Até que, não equivale ao mesmo que dizer "mas depois
sim..." porque em II Samuel vemos:
" E
Micol, filha de Saul, não teve mais filhos até o dia de sua morte." (6,23)
Isso não
quer dizer que depois de sua morte teve filhos!
" Eis
o oráculo do Senhor que se dirige a meu senhor: Assenta-te à minha direita, até
que eu faça de teus inimigos o escabelo de teus pés." (Sal 110,1)
Este Salmo
que profetiza Jesus (Atos 2,34-35) não significa que Jesus não siga sentado a
direita do Pai (Atos 7,55) depois de que colocou o seus inimigos no escabelo de
teus pes.
Em Genêsis
28,15 lemos: "Estou contigo, para te guardar onde quer que fores, e te
reconduzirei a esta terra, e não te abandonarei até ter cumprido o que te
prometi.”(trad. espanhol). Certamente Deus não deixou Jacó depois. Eis que
estareis convosco todos os dias, até o fim do mundo (Mt 28,20). Depois então
Jesus não estará conosco? Para ver outros exemplos veja Dt 34,6.
Quando o
evangelista diz que José nao conheceu Maria até que ela desse a luz a um filho,
ele afirma que José não teve relações com Maria enquanto não nascesse o Senhor.
Mas não está afirmando que depois de que Maria deu a luz , tiveram relações. O
que Lucas tinha a intenção de frisar é que Jesus nasceu sem intervenção de
José.
Nos
baseiemos com "recebeu a sua mulher" [16]. Mas com todas as provas
que vimos acima e lendo o contexto, sabemos que se trata de José aceitando a
Maria como sua esposa porque ele entendia que Maria estava gravida do Espirito
Santo depois que o anjo lhe explicou.
Se Maria
teve Tiago como filho, como é que os Padres da Igreja creram que Maria
permaneceu virgem se seu filho Tiago era bispo de Jerusalém? Ninguém reclamou
ser descendente da Familia de José e Maria. Ninguem nos seguintes anos após sua
assunção andava dizendo que era irmão carnal ou sobrinho de Jesus.
Por tudo
isso concluimos que Maria não teve outros filhos. De fato, na Igreja Primitiva,
a primeira pessoa que formulou a idéia de que os irmãos de Jesus eram irmãos
carnais foi Elvídio (380 dC). Por quatro séculos os cristãos pensaram assim.
Quando Elvídio escreveu isso, o criticaram fortemente.Talvez não seja normal
que um matrimonio viva sem relações, mas tampouco é normal que seu filho seja
Deus Encarnado!
QUE DISSE A
IGREJA PRIMITIVA
O primeiro
testemunho da virgindade perpétua de Maria vem do livro apocrifo ProtoEvangelho
de Tiago do ano aproximadamente 150 dC.
Hilario de
Potiers (354 d. C.): Comentario sobre Mateus 1:4
Atanasio
(358-362): Tratado contra os arianos, 2:70. "Maria se manteve e é sempre
virgem".
Justino
Mártir: Diálogo com Trifón chama Maria "a virgem" e estabelece um
paralelismo com Eva, mae da humanidade.
Epifanio de
Salamina (374): Ancoratus e Panarion (antídoto contra los erros dos herejes)
78:6.
Por que a
Igreja Católica mantém a doutrina da virginidade perpetua de Maria? Porque a
Biblia o ensina e porque a Igreja sempre o tem ensinado. Ela sempre foi chamada
"virgem". Se Maria não se manteve virgem, por que chama-la assim
despois do nascimento de Jesús? Não seguimos chamando de "soltero" a
um homem casado. A Igreja Primitiva falou de María como "a Virgem"
exatamente porque tinha fé que viveu e morreu assim. Quando este ensinamento
foi questionado mais tarde, acrescentaram "sempre" (AEIPARTHENOS)
como no Credo de Epifanio (374 d.C.), Segundo Concilio de Constantinopla (553).
Ver os padres da Igreja Agostinho, Jerônimo, Cirilo de Alexandria. Os
reformadores protestantes pregavam o termo "sempre Virgem Maria".
Orígenes
afirmou:
"...aquele
corpo que foi escolhido para prestar um serviço ao Verbo e sobre ele se disse:
O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua
sombra (Lc 1, 35) não connheceu união alguma com varão por haver descido sobre
ela o Espírito Santo e ter sido abrigado pela virtude do alto. Eu sustento
racionalmente que a primicia da pureza e castidade dos varoes seja Jesus e que
a das mulheres seja Maria. Não concordaria, efetivamente , com a piedade de
atribuir a alguma outra pessoa distinta dela a primicia da virginidade" (
Comentario ao Evangelho de São Mateus, 10:17).
"Em
efeto, de acordo com os que pensam retamente sobre Ele, nenhum outro é filho de
Maria que Jesús..." (Comentário ao Evangelho de São João, 1:4).
________________________________________________________
NOTAS:
1. Do livro
evangélico Os Evangélicos, os Católicos a a Virgem Maria, por Stephen Benko,
famoso teólogo protestante. Casa Batista de Publicações. USA, 1981, 1993. p.18.
Este livro, ainda que se trata de Maria mais a fundo, todavia fica muito no
nivel superficial em comparação com os autores católicos que tratam deste tema.
E não tratar do tema de forma completa poderia interpretar-se como prejuizos.
2. Tiago é
chamado filho de Alfeo em Mt 10, 3 que parece dizer que ou é outro Sao Tiago ou
que María era esposa de Cleofas (CLOPAS en griego) e de Alfeo. Mas é a mesma
pessoa porque o nome Alfeo em aramaico é traduzido Cleopas (Cleofas) em grego,
como Saúl em hebraico é o mesmo Apóstolo Paulo em grego. Outros exemplos:
Maeo-Leví, Tadeo-Judas.
3. Ana (1 S
2, 21) não cai neste padrão bíblico porque não lhe apareceu um anjo: O Senhor
visitou Ana, a qual permanecia gravida.
4. O
Proto-Evangelho de Tiago 10, 1 (cerca do ano 120-140 d. C.) diz que Maria
pertenceu a instituição das vírgens tecedoras do Templo da qual falam varios
documentos judeus do Século I como Apoc de Baruc 10, 9; Pesiqta Rabbati
Riska26, 6 (Diccionario de Mariologia, p. 1257). "Será algo tão
extraordinario que José tenha praticado a continência sendo esposo de María? De
maneira nenhuma , pois no tempo de Jesus numerosos judeus, desejosos de bem
preparar-se para a vinda do Salvador, partiam para viver em lugares como
conventos situados em locais afastados, e observavam a castidade. Inclusive
poderiamos pensar que José se deixou influenciar por esta corrente religiosa...
Os Esenios... e foi o que ajudou María em afirmar-se no compromisso da
virginidade..." (Nova Biblia Latinoamérica Edições Paulinas e Verbo
Divino, España, 1972) p. 8. María havia sido consagrada ao Senhor como Samuel
(1 S, 2, 21-22) e Ana que não afastava do templo, servindo de dia e de noite
com jejuns e orações (Lc 2, 36-37). Segundo o Protoevangelio o viuvo José foi
escolhido para ser seu protetor e quem respeitaria seu voto de virginidade.
Atos 21, 9 mencionam vírgens na Igreja Primitiva.
5. Em Maria
no Misterio da Aliança, Edit B.A.C., 1988, p. 59.
6. Novo
Testamento Interlineal Grego-Español, Franciso Lacueva, Editorial CLIE, España,
1984.
7. Novo
Dicionario de Mariología (Edic. Paulinas, 1988, pp. 2015-2016.
8. Dr.
Anthony Opisso, A Associação dos Hebreus Católicos, P.O. Box 798, 12528
Highland, NY
9. Dt., edic. M. Friedman (1864) 270 p. 122b; Números, edic. M. Friedman
(1915) 7 p. 4a y 19 p. 66.
10. Sotah 26b; Yebamoth 55a, b, 87b; Kethuboth 9a, Talmud Babilonio;
Kethuboth 25a; Sotah 27a, Yad, Sotah 2,2, Talmud de Jerusalén.
11. Midrash Exodus Rabbah 19; 46.3; Sifre a Números 99 secc.1l; Sifre
Zutta 81-82, 203-204; Aboth Rabbi Nathan 9,39; Tanchuman 111,46; Tanchuman Zaw
13; 3 Petirot Moshe 72; Shabbath 87a; Pesachim 87b, Talmud Babilonio
12. Zohar Hadash 2:1; Midrash Mishlei 30, 105, Pirke Rabbi Eliezer 33.
13. Zohar
re Gn.1, 27; 13, 3 e Salmo 85, 14 no Discurso do Rabino Phineas aos Rabinos
José, Juda e Hiya.
14. Rabino
Eliezer no Yebamoth 63b, Talmud Babilonio; também ver Shulkhan Aruch (Código da
Lei Judaica) sección Evenhar-Ezer 1:1,3,4.
15. Kiddushin 71a; Midash Eccíesiastes Rabbah 3:11; Yer. yoma 39a 40a
16. Os
irmãos da Igreja "Luz do Mundo" tem tentado convencer aos católicos
que o Salmo 69 prefigura a Jesus e, então, que o versículo oito prova que Maria
teve muitos filhos:Tornei-me um estranho para meus irmãos, um desconhecido para
os filhos de minha mãe. María é prefigurada. Mas a Igreja Católica diz que
ainda que uns versículos são citados no NT, este Salmo não pode ser messiânico
e nem que prefigura Jesus (Ver The Catholic Study Bible, Oxford Univ Press,
1990, p. 690). Se fosse prefiguração dEle, diria que Jesus era pecador: E meus
pecados não te são ocultos (v. 5)!
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