Ricardo Van Der Linden de Vasconcellos Coelho*
Mestre e Doutor em Direito Público UCL Louvain / Bélgica
Email: rvdvcoelho@yahoo.com
Twitter: @ricardovlcoelho
Mestre e Doutor em Direito Público UCL Louvain / Bélgica
Email: rvdvcoelho@yahoo.com
Twitter: @ricardovlcoelho
Neste momento há uma grande pressão sobre o Judiciário, em face do embate da Min. Eliana Calmon Corregedora Geral do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, com os seus pares. Luta-se pela moralidade e transparência de um Poder que se recusa a ser investigado. A sociedade tem se mobilizado a favor desta mulher de coragem e obstinação merecedora de nossa admiração e respeito.
Sem transparência ampla, geral e irrestrita o Judiciário estará rôto.
Sem transparência ampla, geral e irrestrita o Judiciário estará rôto.
O descolamento do Supremo Tribunal Federal da realidade do país é uma constatação incontroversa. Com ministros escolhidos a dedo pelo poder central, a subserviência da Suprema Corte deixa de ser uma suspeita e se torna um fato. Nossos ministros estão cada vez menos ágeis nos julgamentos de casos que interessam a nação, como é o caso da Lei da Ficha Limpa e o escândalo do mensalão. O esvaziamento do CNJ é péssimo para o próprio Judiciário. Vai desacreditá-lo e jogá-lo na vala comum.
A ordem é a de execrar quem desafiar o sistema. Eliana Calmon que o diga.
É preciso se compreender que nenhuma autoridade ou Poder está acima das leis e imune a fiscalização. Não existe poder sem contraponto. A nação cobra exige e tem direito a uma ampla, geral e irrestrita prestação de contas sobre a evolução patrimonial de suas autoridades públicas em qualquer grau.
É preciso se compreender que nenhuma autoridade ou Poder está acima das leis e imune a fiscalização. Não existe poder sem contraponto. A nação cobra exige e tem direito a uma ampla, geral e irrestrita prestação de contas sobre a evolução patrimonial de suas autoridades públicas em qualquer grau.
No site oficial de um dos nossos tribunais superiores está escrito que é o tribunal da cidadania. Será? Triste Judiciário. Depois de tanta luta para o estabelecimento do estado de direito, acabou confundindo independência com prepotência, esquecendo que todos servidores públicos devem satisfação ao publico que os remunera. Deixou de lado a razão de ser da sua existência: fazer justiça. No Judiciário faz-se concurso para juiz e se toma posse como Deus, dizem os advogados. Esta realidade obviamente deve ser mudada.
Terminamos o ano e uma constatação é unânime: o sistema faliu. As
instituições públicas estão desacreditadas. Sofremos uma carência de lideranças morais. Nossos líderes, raras exceções, não merecem respeito.
No Executivo governa-se mediante um estelionato eleitoral. Nossos ministros de Estado são ilustres desconhecidos nomeados numa estranha coalizão de governabilidade.
instituições públicas estão desacreditadas. Sofremos uma carência de lideranças morais. Nossos líderes, raras exceções, não merecem respeito.
No Executivo governa-se mediante um estelionato eleitoral. Nossos ministros de Estado são ilustres desconhecidos nomeados numa estranha coalizão de governabilidade.
No Legislativo percebe-se claramente o “efeito espelho”. A imagem do Poder é inversa a da sociedade que deveria estar ali representada. O Poder está de costas para a sociedade, raras e honrosas exceções, não a representa.
O resultado é a produção massiva de uma legislação sem sintonia com os grandes interesses nacionais e servis a interesses espúrios, que o diga o novo Código Florestal, um crime contra a humanidade.
O Brasil vive uma pandemia de corrupção. Faltam instrumentos de
participação, controle, fiscalização e, principalmente, punição. A corrupção, diga-se sem rodeios, fere, talvez de morte, se não for enfrentada, a democracia e a vida em sociedade. No limite, podemos ver o homem se transformando no lobo do homem, para citar o filósofo inglês Thomas Hobbes.
participação, controle, fiscalização e, principalmente, punição. A corrupção, diga-se sem rodeios, fere, talvez de morte, se não for enfrentada, a democracia e a vida em sociedade. No limite, podemos ver o homem se transformando no lobo do homem, para citar o filósofo inglês Thomas Hobbes.
Há um nó górdio a ser desatado em 2012, de resgate das instituições, para que todas exerçam suas funções plenamente, sem vícios, sob pena de ruir o próprio estado democrático de direito. O preço da liberdade é a eterna vigilância. Vamos continuar exercendo nossa cidadania com otimismo, o abandono da luta termina com a entrega do barco aos ratos. A administração pública merece honestidade.
Boas festas ! Um 2012 mais justo e fraterno para todos !
*Promotor de Justiça. Professor universitário
FONTE BLOG DE MAGNO.
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