OS PROTESTANTES E MARIA
Todos os que são batizados em Cristo participam da missão de Cristo. Tantos e tantos textos da Escritura dizem isso. Basta recordar que os próprios protestantes rezam uns pelos outros. Ora, se eu rezo por alguém, estou intercedendo por essa pessoa… Mas, não é somente Jesus o intercessor?! Mas, a Escritura manda que rezemos uns pelos outros! E por quê? Porque todo aquele que está em Cristo, reza no Espírito de Cristo, a ponto de poder dizer: “Já não sou eu quem reza, é Cristo que reza em mim!” Ora, mais que todos, a Virgem Santíssima foi totalmente cheia do Espírito do Cristo, de modo que sua oração materna é oração em Cristo, no Espírito de Cristo, em nada obscurecendo a mediação única de Cristo. Pelo contrário: é a mediação única de Cristo que atua em Maria, nos santos e em nós, quando rezamos uns pelos outros. Se nossos irmãos protestantes dizem que a Virgem não pode cooperar na obra da salvação, eles também não podem! Não podem sequer rezar uns pelos outros!
Quanto ao “ódio” à Maria, geralmente é próprio dos pentecostais e neo-pentecostais, bem como de algumas outras seitas aqui do Brasil que, além de um fundamentalismo deplorável padecem de uma ignorância visceral. Muito desse ódio é pura e simplesmente para agredir os católicos. É de lamentar e é para ter pena. Rezemos pelos nossos irmãos à Virgem Santíssima, que é Mãe de todos os discípulos de Jesus – também daqueles que não gostam dela!
Recordo um belíssimo texto parte de uma declaração de um grupo de teólogos anglicanos, luteranos, reformados (todos protestantes!), ortodoxos e católicos reunidos em nome de suas igrejas na ilha de Malta, nos dias 8-15 de setembro de 1983. Ei-lo:
2. Esta comunhão, que é comunhão com Cristo e entre todos os que são de Cristo, implica uma solidariedade que se exprime também na oração de uns pelos outros; esta oração depende daquela de Cristo, sempre vivo para interceder por nós (cf. Hb 7,25).
3. O fato mesmo de que, no céu, à direita do Pai, Cristo roga por nós, indica-nos que a morte não rompe a comunhão daqueles que durante a própria vida estiveram unidos em Cristo pelos laços da fraternidade. Existe, pois, uma comunhão entre os que pertencem a Cristo, quer vivam na terra, quer, tendo deixado os seus corpos, estejam com o Senhor (cf. 2Cor 5,8; Mc 12,27).
4. Neste contexto, compreende-se que a intercessão dos Santos por nós existe de maneira semelhante à oração que os fiéis fazem uns pelos outros. A intercessão dos Santos não deve ser entendida como um meio de informar Deus das nossas necessidades. Nenhuma oração pode ter este sentido a respeito de Deus, cujo conhecimento é infinito. Trata-se, sim, de uma abertura à vontade de Deus por parte de si mesmo e dos outros, e da prática do amor fraterno.
5. No interior desta doutrina, compreende-se o lugar que pertence a Maria Mãe de Deus. É precisamente a relação a Cristo que, na Comunhão dos Santos, lhe confere uma função especial de ordem cristológica… Maria ora no seio da Igreja como outrora o fez na expectativa do Pentecostes (cf. At 1,14). Quaisquer que sejam nossas diferenças confessionais (=de religião), não há razão alguma que impeça de unir a nossa oração a Deus no Espírito Santo com a liturgia celeste, e de modo especial com a Mãe de Deus.
Este documento é assinado por teólogos e pastores luteranos, anglicanos, reformados, bem como por teólogos ortodoxos e católicos!
Fonte: Dom Henrique
Deus Abençoe nossas Famílias
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