quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Não se faz educação com imposição *Raul Jungmann

Não se faz educação com imposição
*Raul Jungmann

É consenso que o salário dos professores em todo o Brasil é baixo. E não é diferente no Recife.

Mas depois de muita luta, os professores conseguiram aprovar a Lei 11.738/2009, que estabelece o piso nacional dos professores.

Esta lei visa não apenas corrigir o baixíssimo salário da categoria, mas também melhorar as condições de trabalho dos docentes no Brasil inteiro.

O salário continua vergonhoso, mas alguns outros aspectos da lei representam importantes progressos na qualidade da educação brasileira.

Um deles é o estabelecimento da chamada “hora-atividade”, que é o tempo disponibilizado para o professor realizar atividades de trabalho que não necessariamente sejam cumpridas em sala de aula.

Esta parcela do tempo de trabalha é essencial para que o professor prepare suas aulas, corrija provas e realize outras atividades extra-classe e ainda aprofunde a sua qualificação profissional. Esta já é uma prática comum nas universidades públicas, conhecidas por sua qualidade.

E a Lei é bem clara quanto a isso, em seu Artigo 2, garantindo que 1/3 das horas de trabalho do professor sejam utilizadas para estas atividades:

Art. 2o  O piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica será de R$ 950,00 (novecentos e cinqüenta reais) mensais, para a formação em nível médio, na modalidade Normal, prevista no art. 62 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

§ 4o  Na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos.

Mas, infelizmente, alguns prefeitos insistem em ficar fora da lei.
Foi o caso do péssimo e nada saudoso João da Costa, mas também vem sendo o caso do atual prefeito Geraldo Julio.

A argumentação do prefeito de que encontrou uma situação delicada na educação do Recife, onde os alunos corriam o risco de ficar sem aula, é correto, já que teoricamente não há tempo disponível para a contratação imediata de novos professores.

Mas o que questiono é o método utilizado para se enfrentar esta situação.

Por que o prefeito não convocou os professores para o diálogo, visando organizar uma programação para que isso fosse cumprido?
Por que ele não pensou em bonificar os professores enquanto a lei não consegue ser aplicada?

Na prática o que a Prefeitura tenta fazer é agir com a conhecida truculência judicial, enquanto os professores continuam ganhando um péssimo salário.

Vale lembrar que reiteradamente as gestões petistas vêm tendo contas rejeitadas no TCE por investirem menos do que os 25% exigidos para a área de educação. Espero que isso não venha a continuar.

Como bem disse a procuradora Noelia Brito, em recente artigo publicado, a Prefeitura do Recife possui inúmeros profissionais concursados, já aprovados, bastando, portanto, apenas convocá-los. Seriam 600 professores a mais na rede municipal para nossos alunos.

Ainda há tempo de rever esta forma de atuação.
Os professores não merecem a costumeira imposição. Merecem respeito.

*Vereador do Recife pelo PPS.
 Escrito por Magno Martins, às 11h30

PROFANAÇAO



Notícia de agosto/2012
-bruna
A diocese de Cheju exigiu um pedido de desculpas oficial depois de cerca de 20 policiais interromperam uma missa de ontem em Jeju Island. Os policiais foram abrindo caminho para um caminhão de cimento para entrar no canteiro de obras de uma nova base naval controversa.

Padre Bartolomeu Mun Jung-hyun, que estava presidindo a Missa às portas do local, foi jogado ao chão, enquanto administrar a comunhão. Alega-se que um policial também pisou sobre a Eucaristia.

Padre João Ko Buyeong-soo, presidente da Comissão de Cheju diocese para a Justiça e Paz, visitou o local logo após a perturbação.

Ele disse ucanews.com que iria exigir uma explicação e um pedido de desculpas da polícia.

"Para pisar ou danificar a Eucaristia é um insulto para os católicos", disse ele.

A Agência de Polícia Jeju Provincial emitiu ontem um comunicado de imprensa no qual negou qualquer irregularidade.

"Não houve força violenta jogando Pe. Mun para o chão ou pisar sobre a Eucaristia", disse o comunicado.

Woo Jeong-sik, chefe dos inspetores de polícia Jeju, disse mais tarde que não ficou claro se o P. Mun foi derrubado e acrescentou: ". O policial que supostamente pisou na Eucaristia disse que não fazê-lo"

Mas Cheong Seon-nyo, chefe da missão estação Gangjeong, disse ucanews.com ontem que ela estava com o Pe. Mun quando ocorreu o incidente.

"Vi claramente um passo policial sobre a Eucaristia que tinha caído no chão", disse ela.

A construção da base naval na ilha de Jeju, que vai se tornar o lar de uma nova frota de 20 navios de guerra e outras embarcações, provocou protestos vigorosos dos residentes locais, ativistas ambientais e líderes religiosos.

Os manifestantes dizem que o projeto causaria danos irreparáveis ao ecossistema da ilha, que é um destino turístico popular e um Património Mundial da UNESCO.

relatórios relacionados http://www.ucanews.com/2012/08/09/riot-police-break-up-protesters-mass/


















A diocese de Cheju exigiu um pedido de 

desculpas oficial depois de cerca de 20 policiais interrompeam uma missa de 

ontem em 

Jeju Island. Os policiais foram abr



indo caminho para um caminhão de cimento para entrar no canteiro de obras 

de uma

nova base naval controversa.
Padre Bartolomeu Mun Jung-hyun, que estava presidindo a Missa às portas do local, foi jogado ao 

chão, enquanto administrar a comunhão. Alega-se que um policial também pisou sobre a Eucaristia.


Padre João Ko Buyeong-soo, presidente da Comissão de Cheju diocese para a Justiça e Paz, visitou 

o local logo após a perturbação.

Ele disse ucanews.com que iria exigir uma explicação e um pedido de desculpas da polícia.

"Para pisar ou danificar a Eucaristia é um insulto para os católicos", disse ele.

A Agência de Polícia Jeju Provincial emitiu ontem um comunicado de imprensa no qual negou 


qualquer irregularidade.

"Não houve força violenta jogando Pe. Mun para o chão ou pisar sobre a Eucaristia", disse o 



comunicado.

Woo Jeong-sik, chefe dos inspetores de polícia Jeju, disse mais tarde que não ficou claro se o P. 


Mun foi derrubado e acrescentou: ". O policial que supostamente pisou na Eucaristia disse que não 

fazê-lo"

Mas Cheong Seon-nyo, chefe da missão estação Gangjeong, disse ucanews.com ontem que ela 


estava com o Pe. Mun quando ocorreu o incidente.

"Vi claramente um passo policial sobre a Eucaristia que tinha caído no chão", disse ela.

A construção da base naval na ilha de Jeju, que vai se tornar o lar de uma nova frota de 20 navios 


de guerra e outras embarcações, provocou protestos vigorosos dos residentes locais, ativistas 

ambientais e líderes religiosos.

Os manifestantes dizem que o projeto causaria danos irreparáveis ao ecossistema da ilha, que é 


um destino turístico popular e um Património Mundial da UNESCO.

relatórios relacionados http://www.ucanews.com/2012/08/09/riot-police-break-up-protesters-


mass/

Serie os papas do blog O Catequista...Os Papas do Século IV – sob o ataque de perseguições, intrigas e heresias



Os Papas do Século IV – sob o ataque de perseguições, intrigas e heresias


E então amigos,
Nessa longa série de postagens, continuaremos agora mostrando um pouco da vida e da obra dos Papas do Século IV.  Lembrando que essa foi a época em que deu-se a maior e pior perseguição aos cristãos da História.
SÃO MARCELINO – Viveu os antecedentes da Perseguição.  Acuado, forneceu ao Imperador Diocleciano as cópias das Sagradas Escrituras e segundo algumas fontes ofereceu incenso aos deuses. O seu destino final é incerto.  Não se sabe se foi deposto ou morreu antes de abdicar.  A lista oficial do Vaticano considera-o Papa até sua morte.
São Marcelino foi enterrado no Cemitério particular de Santa Priscila porque os cemitérios do Vaticano foram surrupiados por Diocleciano.  Resumindo, se você era cristão no século IV e dissesse que ganhou uma coisa o Imperador provavelmente olharia pra você e diria: “Ganhou não, perdeu, encaçapa esse malandro!”.  São Marcelino foi Papa de 296 a 304.
São Marcelo 1
São Marcelo I
SÃO MARCELO I - Depois de um hiato de três anos, São Marcelo I calçou as sandálias do pescador.  Teve a difícil tarefa de puxar as rédeas para si da banda ocidental do Império após os anos mais negros da perseguição diocleciana.  Nesse aspecto, era um sacerdote severo, pois durante os tempos negros muitos fiéis, com medo, abjuraram.
Por ter um nome muito parecido com o do Papa anterior, sua identidade durante muito tempo foi posta em dúvida.  Creio que devemos confiar naquilo que diz a lista oficial do Vaticano.  Foi sepultado ao lado de São Marcelino no cemitério particular de Santa Priscila.  Seu papado foi curto, começando em 27 de maio de 308 e terminando em 16 de janeiro e 309.
SÃO EUSÉBIO – Outro papado bem curtinho, herdou a difícil missão de trazer à verdade do Cristo os transgressores da época da perseguição.  Problemas pipocavam por todos os lados.  São Eusébio foi mais paciente que São Marcelo no trato dos fracos, que estavam, como se diz, ainda se borrando de medo.  São Marcelo mandava logo pra casa do Cara de Alho, mas São Eusébio era adepto da penitência… Cinco mil ave-marias aqui, 3500 pai-nossos ali, um ciliciozinho acolá, essas coisas.  Pelo menos, teve a honra de ser o primeiro Papa sepultado novamente no Cemitério de São Calisto após o período de perseguição.  A lista do Vaticano diz que foi Papa de 309 a 310.
Pope_miltiades
São Melquíades
SÃO MELQUÍADES - Também conhecidos como Milcíades.  Nessa época, temos um dos grandes momentos da História: tendo São Melquíades como ocupante do trono de São Pedro, foi-lhe entregue pelo Imperador Constantino, que logo após sua conversão proclamou-se “isoapostolus”, a posição pelo édito de Milão.  O liber pontificalis nos diz que São Melquíades era africano, mas não há fontes que localizem sua origem.  Está sepultado no cemitério de São Calisto. Papa de 311 a 314.
SÃO SILVESTRE - Enfim um papa que durou mais que um punhado de meses!  São Silvestre I calçou as sandálias por 22 anos.  Um fato raro, hão de convir.  Foi em seu pontificado que ocorreu o concílio de Nicéia, o principal concílio da Igreja em todos os tempos, pois definiu praticamente as diretrizes da Igreja (todos os outros são ajustes deste, exceto o Vaticano II).  A despeito disto, seu pontificado não foi caracterizado por grandes impactos.  Talvez, e isso é um argumento que encontra pouca contestação, sua pouca atuação se deva ao fato, entre outras coisas, de que a partir de Constantino tem inicío o cesaropapismo caracterizado pela compulsão do Imperador achar que devia meter o bedelho em todo e qualquer assunto da Igreja.  Era um olho de furacão, de certa forma.
O Imperador Constantino teria se convertido durante seu papado mas, particularmente, havendo estudado a História Bizantina, pude observar relatos de que Constantino ainda sacrificava a Apolo depois da data da sua dita “conversão”.  É certo que ele batizou-se antes de morrer, mas que tenha sido realmente um cristão devoto, no creo. São Silvestre I foi  sepultado no Cemitério Particular de Santa Priscila, e mais tarde o Papa Paulo I transladou seus restos mortais para a Catedral que leva o seu nome em Capite.  Papa de 314 a 335.
s-silvestre-papa-de-roma
São Silvestre e o imperador Constantino.
SÃO MARCOS - Não confundir com o Santo Apóstolo, esse aqui não era fiscal.  Obviamente que o Concílio de Nicéia não foi de cara uma unanimidade, teve bispo gritando pra tudo que era lado pelos mais variados motivos.  A turba tava inquieta e São Marcos foi pego no meio do torvelinho.  Por conta de rebeldia, foi banido o Patriarca de Alexandria, nada mais nada menos que Santo Atanásio, um dos maiores intelectuais da Igreja (aliás deve ser um dos campeões também  do “eu vou, mas eu volto”).  Santo Atanásio merece um post aliás, vários, mais adiante.  São Marcos foi Papa por menos de um ano, de 18 de janeiro a 7 de outubro de 336. Está sepultado no Cemitério de Balbina na via Ardeatina.
SÃO JÚLIO I - Durante o seu pontificado, morre o imperador Constantino.  São Júlio era um grande defensor dos postulados do Concílio de Nicéia e um verdadeiro homem de Deus.  Permitiu aos bispos que retornassem às suas Dioceses mesmo tendo para isso que enfrentar os partidários de Ário.  Aqui temos o início da época da grandes heresias, que iam muito além do simples gnosticismo primitivo.  São Júlio era conciliador neste ponto e escutava a todos os contrários.  Temos uma Igreja cada vez mais consolidada e ciente de seu papel na História, isso já no remoto século IV ao contrário do que a rapaziada da sola scriptura gosta de ficar arrotando por aí.  Os arianos foram por alguns séculos os principais inimigos da fé. Foi Papa de 337 a 352 e seus restos foram sepultados no Cemitério Calepódio, na via Aurélia.
LIBÉRIO – Vejam, ele é o 36º papa e o primeiro a não ser canonizado.  Após, no seguimento da lista, tem um monte deles que ainda o foram. Para ser mais exato, pulando Libério, todos os Papas seriam santos até o 44º.  Bom, mas se Libério não foi canonizado é porque há bons motivos, e esses motivos têm relação com passagens ainda obscuras de sua vida.  A questão da condenação de Santo Atanásio (olha ele aí de novo, esse hômi era lascado!) é um exemplo.
Saibam, meus amigos, que Libério é o Papa mais citado nos meios intelectuais quando a questão é atacar a infalibilidade papal. Vou resumir, mas o assunto até merece um desdobramento.  As determinações do Concílio de Nicéia não foram aceitas e respeitadas por todos logo de cara.  Principalmente pelos principais hereges da época, seguidores de Ário: os arianos (não confundir com nazista, bem, não confundir muito…). Santo Atanásio era um ortodoxo ferrenho, e Libério o acompanhava.  Acontece que Constâncio, o Novo Imperador, tava mais para Ário do que para Atanásio. Mais uma vez, lá se foi Santo Atanásio:  banido pelo Imperador.  Libério recusou-se a assinar sua condenação que,  ipsis letteris, seria afirmar  que os arianos estavam certos. Libério foi em cana e depois foi banido para a Trácia (olhando o mapa da Europa, mandaram o Papa para a Bulgária).  O certo é que, depois de dois anos, Libério apareceu de novo.  Pior que isso, foi acusado pelos ortodoxos de assinar o credo ariano.
Aí danou-se né?  Bom, a questão é que NINGUÉM SABE AO CERTO O QUE ACONTECEU NESSE PERÍODO DE DOIS ANOS.  Santo Atanásio ficou fulo da vida e acusou Libério.  Resumindo, não dá pra ser Santo sendo um frouxo.  Ao que parece, Libério se borrava de medo de Constâncio.  E, no final das contas, quando o Imperador morreu, Libério voltou-se contra os seus queridinhos arianos.  A imagem que Libério passou para a história foi de um medroso, mas não devemos ser levianos em história, história leviana é coisa de historiador marxista.  Há argumentos prós e contras, mas na verdade NENHUM DELES TEM BASE DE SUSTENTAÇÃO PARA QUESTIONAR A INFALIBILIDADE.  Sejamos coerentes, caso houvesse, já estariam sendo jogados na nossa cara faz tempo.  Tenho muitas dúvidas com relação a Libério e ainda não consegui chegar a uma conclusão. Papa de 352 a 366.
SÃO DÂMASO – Era diácono de Libério e o acompanhou no exílio.  São Dâmaso incentivou o culto aos mártires e fez uma grande restauração nos túmulos dos primeiros Papas.  Na confusão instaurada na cidade de Roma pelo Imperador que meteu até um “co-papa” impopular para governar ao lado de Libério, São Dâmaso se viu ao serviço desde (Félix II).  Coube a São Dâmaso por ordem na casa.  Combateu as heresias com firmeza e instituiu o latim com língua litúrgica.  Papa de 366 a 384.
SÃO SIRÍCIO – Primeiro Papa a publicar decretais.  Em  386 envio nove cânones a diversas igrejas na África dizendo que nenhum bispo poderia ser consagrado sem o conhecimento da Sé.  Foi o Papa que instituiu as indulgências para os arrependidos.  Por causa de suas discussões com São Jerônimo, seu nome foi excluído do martiriológico e só foi acrescentado novamente por Bento XIV, em 1748.  Está sepultado na Basílica de San Silvestro, perto do cemitério de Santa Priscila.  Papa de 384 a 399.
A Seguir, os papas do século V e a Queda do Império Romano do Ocidente.

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serie os papas do blog O Catequista .. ;;Papas do Séc. III: sob o abrigo das catacumbas;




Papas do Séc. III: sob o abrigo das catacumbas


Estamos de volta,papa_zeferino_i_santo
Hoje é dia de falar dos Papas do Século III. Começando com:
SÃO ZEFERINO - instituiu a comunhão para todo os cristãos a partir de 14 anos, pelo menos uma vez por ano.  São Zeferino era um homem simples, temente a Deus e muito humilde.  Talvez pelas suas características, seu papado tenha sido marcado por duras disputas teológicas, que culminaram com a excomunhão de Tertuliano, o filósofo de Cartago (África).  São Hipólito, erudito e sábio, talvez o maior teólogo de sua época, achava que São Zeferino era burro… bom isso aí é briga de Santo, eh eh eh.  São Hipólito era “o cara” naquela época, e sempre estava criticando o Papa da hora. Achava que São Zeferino era dominado pelo seu diácono, Calisto, que o viria a suceder.
Bom, depois dese momento fofoqueiro, continuemos a contar a história deste Papa. Ele recebeu a doação de um terreno próximo a Via Ápia, onde foi fundado o primeiro cemitério cristão de Roma (catacumbas), que está lá ainda hoje.  São Zeferino calçou as sandálias de Pedro de 199 a 217.
SÃO CALISTO I - Sucessor e Diácono de São Zeferino, esteve à frente das catacumbas, o grande legado de São Zeferino, por cerca de 20 anos.  Homem de confiança de Zeferino, foi a principal “vítima” de são Hipólito.  Por essas e outras alguns historiadores consideram São Hipólito como o primeiro anti-papa.  São Calisto foi escravo; seu senhor amava-o tanto, que legou a ele um banco.  Bom, acontece que São Calisto não era nenhum Bildberg, e foi à falência.
catacumbas
uma das galerias das catacumbas de São Calisto.
Calisto foi um homem bondoso, que afrouxou a rigidez da concessão de absolvição, e foi principalmente isso que deixou São Hipólito tão fulo. Seu túmulo está no cemitério de Calepódio. Foi Papa de 217 a 222.
SANTO URBANO I - Na época do seu papado, os cristãos tiveram uma folga das “tardes de domingo no Coliseu”; comparando com os anos os anteriores, foram anos de maricota. São Urbano foi enterrado no cemitério de São Calisto.  Papa de 222 a 230.
SÃO PONCIANO – São Ponciano foi o primeiro Papa a abrir mão do cargo.  Seu pontificado foi bem tranquilo, assim como o de seu antecesor. Foi papa de 230 a 235.
SANTO ANTERO - Um dos primeiros “Papas relâmpago”, ficou no trono apenas dois meses.  É como aquele jogador que entra aos 43 do segundo tempo. No outro dia sai no jornal: “pouco ou nada fez”.  Está sepultado no Cemitério de São Calisto.  Papa de 21 de novembro de 235 a 3 de janeiro de 236.
SÃO FABIANO - Reorganizou o clero romano ao dividi-lo em sete distritos eclesiáticos e repatriou os restos mortais de Ponciano e Hipólito. Durante seu reinado, acabou a moleza dos tempos do Imperador Alexandre Severo.  São Fabiano foi preso e morto na prisão.  Seu pontificado foi de 236 a 250.
SÃO CORNÉLIO - O Imperador Décio retornou a prática de alimentar leões e tigres com carne de cristão.  Não bastasse isso, São Cornélio teve que enfrentar hereges e cismáticos que aprontavam utilizando-se da polêmica a respeito do batismo. Cornélio deve indiretamente sua eleição aos bárbaros godos: quando o Imperador saiu da cidade para combatê-los, rapidinho fizeram a eleição. É meu caros… tempos muito, muito difíceis aqueles.
Atribui-se a esse Papa o primeiro levantamento do corpo funcional da Igreja: 46 sacerdotes, 7 diáconos, sete subdiáconos, 42 acólitos, 52 exorcistas, leitores e porteiros e mais de 150 viúvas, que eram consideradas funcionárias da Igreja.  Seu corpo foi sepultado no cemitério de São Calisto. Papa de 251 a 253.
SÃO LÚCIO – Era também chamado de Confessor.  Quando o Imperador Gaio chegou ao trono, Lúcio foi exilado, só retornando a Roma quando Gaio morreu.  Foi tolerante para com os hereges arrependidos.  Foi Papa de 253 a 254.
SANTO ESTÊVÃO – Foi durante seu pontificado que destacou-se São Cipriano na luta contra o batizado realizado por hereges e cismáticos arrependidos e sobre a necessidade de rebatismo ao retornar a Igreja (não confundir esse São Cipriano com o São Cipriano de Antióquia, que foi um bruxo convertido por Santa Justina).  São Cipriano era considerado o “Papa africano”, tamanha era sua influência em termos de doutrina.  Foi Santo Estêvão o primeiro Papa a evocar Mateus 16, 18: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Isso foi a forma usada para chamar atenção de Cipriano. Seus restos jazem na cripta papal de são Calisto.  Foi papa de 254 a 257.
SÃO SISTO II - Papa e mártir. O Imperador Valeriano, um dos piores perseguidores da Igreja (e olha que pra ser chamado de “um dos piores” tem que ser ruim mesmo!), resolveu dar um upgrade na perseguição a cristãos: agora eles seriam caçados nas catacumbas.  Além disso, publicou leis e editos onde condenava a morte bispos, clérigos e diáconos.  São Sisto II foi decapitado junto com quatro diáconos enquanto celebrava a Missa.  Foi Papa de 257 a 258.
PopesixtusII
O Papa Sisto II e seus companheiros de martírio.
SÃO DINIS – Foi São Denis que estabeleceu a doutrina da Trindade como nós a conhecemos hoje. Subiu ao trono enquanto Valeriano aprontava das suas contra o povo de Deus.  O filho de Valeriano, Galieno, por graça, reverteu todas as decisões do pai.
Esse talvez tenha sido o papa mais importante do século III. Muita gente confunde São Denis com São Dinis; este último viveu na mesma época, só que em Paris, e é um mártir também, já que foi decapitado pelos romanos pagãos.  São Denis esteve à frente da Igreja de 260 a 268.
SÃO FÉLIX – São Félix faz parte da lista oficial Vaticana mas, de todos o papas, talvez seja o que menos é mencionado na história.  A única menção a Félix como papa diz respeito a uma carta de um Concílio realizado em Antióquia em que se decidiu depor o bispo Paulo de Samosata, por causa de sua divergência no que tange ao conceitos de trindade estabelecido por São Denis.  Foi Papa de 269 a 274.
SANTO EUTIQUIANO – Ah!!! A paz estava presente!! O papado de Santo Eutiquiano foi um tempo de relativa calmaria, mas como no caso de São Félix, sobrou pouco para contar melhor a história.  O leitor deve estar se perguntando: “ué, se tudo estava calmo, porquê não tem nada a respeito dessa época?”  Eu vos digo – na verdade estava-se vivendo num olho de furacão.  Eu classifiquei o imperador Valentiniano como um dos piores lembram?  Mas ele não foi nem de longe o pior… Bom, resta falar que São Eutiquiano foi o último Papa a ser sepultado no cemitério de São Calisto e eu pontificado vai de 275 a 283.
SÃO GAIO - O cristianismo cresceu sob os três últimos papas, incluindo São Gaio. O poder da Igreja vinha da adesão popular e começava a incomodar aos pagãos romanos.  São Gaio foi o último papa do “olho do furacão”; a perseguição voltaria, mais violenta que nunca.  São Gaio não foi sepultado no cemitério de São Calisto, que havia se esgotado. Em 1631, Urbano VIII transladou seus restos para a Basílica Roma que levava seu nome, mas a Igreja foi destruída e hoje seus restos encontram-e em uma capela  particular.  Foi o último Papa do século III, tendo ficado à frente da cristandade de 283 a 296.
No próximo post: Os Papas do Século IV, destacando o “melhor entre os piores perseguidores da Igreja e dos cristãos” – O Imperador Dioclesiano. Vocês pensam que o Nero é ruim? Esperem só pra conhecer a história desse cara!


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serie os papas do blog O Catequista Papas do Séc. II: o combate às primeiras heresias



Papas do Séc. II: o combate às primeiras heresias


E então meu amigos,
Vamos continuar a postar a nossa listagem de Papas (veja a primeira aqui) e tecer pequenos comentários a respeito dos mesmos.  Nesse post trataremos dos Papas do Século II.
É importante notar que, em virtude das perseguições e das características fundamentais da Igreja em seus primórdios, as biografias dos Papas dessa época encontram-se cheias de lacunas.  É um exercício fundamental colocar-se no lugar daquela minoria.  Só precisamos de um pouco de imaginação, vontade de sair da zona de conforto físico-mental quanto ao entendimento da história da nossa Igreja.
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São Alexandre I
SÃO ALEXANDRE I - A ele é atribuída a inserção no cânon da missa da narrativa da instituição eucarística da Última Ceia.  São Alexandre também instituiu a benção dos lares. Seus últimos dias e sua morte permanecem um mistério, somente existem lendas a respeito. Papa de 105 a 115 pela lista oficial do Vaticano.
SÃO SISTO I - Adotou esse nome por ser o sexto sucessor de Pedro, assim como São Evaristo e São Alexandre foi um “Papa de catacumbas” e durante seu papado as coisas estiveram muito confusas.  Não achei fontes que indicassem com certeza seu nome real.  Sabe-se que era filho de um sacerdote e seu ato mais conhecido foi instituir que os receptáculos sagrados só poderiam ser manipulados por sacerdotes. Papa de 115 a 125.
SÃO TELÉSFORO I - Esse é o primeiro papa que teve o seu martírio confirmado oficialmente pela História (UFA!). Mas, fora isso, pouco se sabe sobre ele.  Papa de 125 a 136.
SÃO HIGINO - Primeiro dos Papas filósofos, era Grego, de Atenas e formado em Filosofia – mais filósofo que isso impossível. Papa de 136 a140.
SÃO PIO I – O primeiro dos “piedosos”, um nome sob o qual temos grandes pontífices.  Em seu papado, Roma consolidou-se como o centro da Igreja Universal. São Pio esteve usando a sandálias do Pescador de 140 a 155.
SÃO ANICETO - Não confundir com Anacleto.  Dois fatos marcaram seu papado.  O primeiro foi a proibição aos clérigos de usarem cabelo comprido.  A segunda e mais importante foram a série de discussões com Policarpo, discípulo ainda vivo de São João Evangelista. Policarpo era entrado em anos, tinha mais de 80 quando no papado de São Aniceto foi a Roma com intuito de implantar a Páscoa com base no calendário judaico. A Páscoa até então não era celebrada em Roma e todos os domingos eram considerados como dia da Ressurreição de Jesus. Não se chegou a um acordo e as discussões terminaram num grande “siga la pelota”. Papa de 155 a 166.
SÃO SOTERO – As discussões abordadas da época de São Aniceto deram frutos quando São Sotero, seu sucessor, instituiu uma data fixa para a comemoração da Páscoa, mais especificamente, o primeiro domingo depois de 14 de Nissan (primeiro mês do calendário lunar judaico, equivalente a março-abril, no calendário gregoriano).  Está aí o porque da Páscoa cair sempre por essa época (muita gente pergunta isso). Foi papa de 166 a 175.
SEleuterio
São Eleutério
SÃO ELEUTÉRIO - Foi diácono de São Aniceto. Seu papado ficou marcado pelo surgimento das primeiras heresias no Império, pelo menos as primeiras registradas, como as gnoses de Lyon. Foi Papa de 175 a 189.
SÃO VICTOR - O último Papa do século II foi também o primeiro africano. Outro dos Papas filósofos.  É o primeiro autor eclesiástico latino, inaugurando uma tradição que teve como ápice Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
Foi São Vítor que ratificou a decisão de São Sotero a respeito da Páscoa. Aqui temos a gênese do primeiro grande cisma da Igreja. Eu disse GÊNESE, não o cisma em si. Ocorreu que as igrejas da Ásia Central mantiveram a comemoração da Páscoa Cristão junto com a Pessach judaica. São Victor excomungou todo mundo de lá e só voltou atrás por pressão dos demais cristãos. De certa forma, essa postura de ambas as partes deiou uma ferida que nunca foi cicatrizada por completo. Excomungou também um tal de Teodoto de Bizâncio, líder de um grupo que dizia que Jesus não era filho legítimo de Deus, mas sim filho adotivo (ai, meu Deus!!!).  Papa de 189 a 198.
No próximo post da série:  os Papas do Século III.
fonte  o catequista   http://ocatequista.com.br/?p=795

Papas do Séc. I: entre mártires e feridos, santificaram-se todos





Papas do Séc. I: entre mártires e feridos, santificaram-se todos

serie os papas do blog o catequista

E aí pessoal,
Estive um pouco ausente durante esses dias pesquisando e aprimorando o meu conhecimento a respeito da vida dos Papas. Bem, esse e apenas um de muitos posts que pretendo fazer falando um pouco da vida de todos os papas da Igreja.
Antes de mais nada, quero estabelecer alguns critérios.  Primeiro, pensei em dividir os posts levando em conta uma determinada quantidade de Papas, uns dez ou vinte por postagem, mas achei que não funcionaria legal; decidi então dividir por séculos. Outra questão seria qual listagem utilizar, já que existem algumas variantes; optei pelalistagem aceita pelo Vaticano.  Isso quer dizer que não farei menção a Anti-Papas, Papisa Joana (esse absurdo no futuro renderá um post), papado de Avignon etc., a menos que seja necessário para explicar a vida do pontífice estudado.  Por último, a função aqui é apresentar a muitos católicos aqueles homens que comandaram o destino da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Curiosidade: do primeiro ao 35º papa, todos foram canonizados.
Comecemos então:sao_pedro
SÃO PEDRO - São Pedro foi o principal apóstolo de Jesus. Não há relatos de que tenha servido a Santa Igreja como ministro, mas é consenso que seu martírio se deu em Roma. Em suas epístolas, lemos que São Pedro recebeu revelações sobre falsos apóstolos e a segunda vinda do Salvador.  O primeiro Concílio, o de Jerusalém, foi fundamental a participação desse santo, principalmente na questão da abertura da Igreja aos pagãos.
São Muitos os epítetos dados a São Pedro: pastor dos cordeiros, mártir, pedra fundamental da Igreja entre outros.  Nenhum outro Papa alcançou sua posição (claaaaaro, né?), razão pela qual não houve um “Pedro II”.
SÃO LINO - Pouco se sabe de São Lino, acredita-e que foi companheiro de São Paulo, a duração de seu pontificado também é matéria de controvérsia: alguns consideram como tendo sido por um período de dez anos, outros, doze.  Atribui-se a ele a determinação de que as mulheres deveriam entrar na Igreja de cabeça coberta. A lista oficial do Vaticano diz que São Lino foi Papa de 67 a 76.
SÃO ANACLETO – Papa de 77 a 88.  Seu verdadeiro nome era Anencleto, um nome comum dado aos escravos romanos. Presumivelmente São Anacleto era um ex-escravo (depois tem engraçadinho que acusa a Igreja de favorecer o escravismo.  Só se for fazendo escravos Papas).  Estabeleceu a divisão da cidade de Roma em 25 paróquias.

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São Clemente, papa e mártir.

SÃO CLEMENTE – Foi o primeiro Papa a ocupar-se com o relacionamento de Roma com o restante do mundo helênico (helênio diz relação com cultura grega, o Império Romano é helênico).  É possível que tenha sido martirizado, outra hipótese com relação a seu destino final presume que ele tenha sido banido para Criméia, onde pregou nas minas enquanto fazia trabalho escravo.  Teria então sido levado ao Mar Negro, tendo uma âncora amarrada ao seu pescoço, onde morreu afogado. Seu pontificado vai de 88 a 97.
SÃO EVARISTO – É o pontífice mais obscuro desta primeira listagem.  Segundo a lista oficial do Vaticano foi Papa de 97 a 105, as informações históricas que chegaram aos dias de hoje são pouco ou nada confiáveis, mas como seu nome consta de várias fontes presumimos que teve um papel de real destaque nesta época turbulenta.  É considerado mártir, e a localização de seu túmulo permanece outro mistério.



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CNBB.............Fundação lança Rede Século 21 e Portal RS21


Fundação lança Rede Século 21 e Portal RS21

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RS21Nesta quarta-feira, 30 de janeiro, às 20h, a Fundação Século 21 realiza o lançamento de sua nova identidade visual. A partir de agora, a emissora de TV passa a se chamar Rede Século 21, com o slogan “Fazendo mais com você”. A solenidade também marcará o início das transmissões da emissora em alta definição (HDTV) para toda Região Metropolitana de Campinas (SP). Na mesma ocasião, será realizado o lançamento do portal RS21 (www.rs21.com.br).

“Queremos oferecer a união de todas as entidades e a sinergia dos projetos de comunicação para a educação e evangelização”, afirma o idealizador da Fundação Século 21, Padre Eduardo Douherty. Neste novo conceito de funcionamento da rede, surge também uma nova identidade visual como uma resposta à necessidade de uma linguagem mais focal, que permita a TV e a todos os projetos que compõe a obra religiosa e educacional a possibilidade de reconhecimento, alcance e retorno em relação à marca e aos colaboradores que ela representa.

“É um grande passo que estamos dando, pois toda informação passa para o formato de ‘dados’, sem o uso de fitas, gerando uma grande integração e agilidade em toda a organização”, avalia o diretor geral da Fundação, José Maria. A Rede Século 21 é uma grande organização de produção de conteúdo no campo da educação, da evangelização e informação, operando nas mais diversas redes de comunicação, como TV, internet e revista. A emissora de TV está presente em cerca de 25 milhões de lares através de antenas parabólicas, em 130 cidades por sinal aberto e em mais de 100 TVs por assinatura. Já o portal RS21 tem plataformas especiais para tablets e smartphones.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Papas do Século XI (parte I) – tirando o pé da lama


Papas do Século XI (parte I) – tirando o pé da lama


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E aí meu povo, estamos de volta.
Depois das coisas terríveis acontecidas durante a pornocracia no século X e do dobrado pelo qual passou a Igreja durante os primeiros tempos do Sacro Império Romano, chegamos ao século XI.  Poderíamos achar que a decadência espiritual do século anterior afundaria a Igreja, mas o que se deu foi justamente ao contrário: sua autoridades espiritual se fez mais e mais presente no mundo, e suas obras a partir desse século foram responsáveis por toda estruturação da sociedade ocidental.
O professor de história medieval da Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO), Paulo André Parente, em uma de suas aulas disse: “a hegemonia espiritual da Igreja Católica no Ocidente durante a Idade Média, se existiu, deu-se tão somente no século XI”.  Entenderam? Mais uma prova de que a propalada “hegemonia” – ou seja, aquele velho papinho de que a Igreja Católica era toda-poderosa e tinha um mega poder na Idade Média – deu-se apenas durante um curto período, não cabendo aos detratores ficarem destilando suas bobagens por aí.  A Igreja de Nosso Senhor Jesus sempre teve que lutar, lutar muito contra as mazelas do mundo.
Então vamos aos Papas do século XI.
papa_silvestre_ii_inventorSilvestre II – Vive la France! Gerbert D’Aurillac foi o primeiro Papa francês da história. Sucedeu Gregório V, sendo muito querido do Imperador Oto III, que foi seu aluno 20 anos antes. Monge beneditino,Silvestre II foi um grande intelectual.Atribui-se a ele a invenção do relógio mecânico, dando prosseguimento aos ideais de São Nicolau.
Esse papa foi um dos principais idealizadores da universalidade da Igreja - ou seja, a grosso modo, podemos dizer que ele desejava que a Igreja fosse mais “católica” do que “romana”.
Bom, a rapaziada em Roma não curtiu muito a ideia de universalidade – afinal, eles temiam perder o seu poder de influência local – e, de forma não muito delicada, retiraram tanto o Papa quanto o Imperador da Cidade Eterna, a qual o pontífice retornou em fevereiro de 1001.
Reparem que esse foi o Papa do milênio, época em que muita pitonisa, assim como aconteceu no ano 2000, previa o fim do mundo. Denunciou a simonia (venda de bens espirituais), o nepotismo, as violações do celibato e possibilitou aos monges a eleição do abade dentro do monastério. Foi sepultado na Basílica de Latrão. Papa de 999 a 1003.
João XVII - Era um passo para frente e outro para trás.  João XVII foi um papa daquele tipo “nada a acrescentar”. Colocado no trono de Pedro por João Crescentii – Capo dos Crescentii, a poderosa família romana – seu papado durou apenas seis meses.
Sobre esse papa pairam mais dúvidas que certezas. Reparem que não falei de nenhum papa João XVI. Isso ocorre porque entre João XV e XVII houve o antipapa João XVI, e João XVII embarcou nessa contagem furada. Em outras palavras, oficialmente, não existe um papa João XVI. A única coisa interessante ocorrida nesse curto período foi o início da evangelização dos eslavos (para quem não sabe: poloneses, sérvios, russos, bogomilos etc.). Papa de maio a novembro de 1003.
papa_joao_XVIIIJoão XVIII – Durante o pontificado de João XVIII, os Crescentii deram mole e Gregório Tusculano – chefe da tenebrosa família Teoficalto – assumiu o poder temporal da cidade. Nos bastidores, se tramava um retorno aos tempos negros de Marózia Teofilacto.
Gregório apoiou o papa João XVIII, mas tencionava colocar no trono de Pedro um de seus filhos – não o fez por serem ainda crianças. Dessa vez, o Espírito Santo deu à Santa Igrejaum grande Papa. João XVIII foi um grande realizador e trouxe a paz em vários territórios sobre influência da Igreja Católica. Era um lutador, e insistiu para espalhar o cristianismo nos lugares onde o paganismo ainda era uma realidade viva.  Canonizou santos mártires poloneses e insistiu no trabalho iniciado por João XVII.
Velho e cansado, abdicou do trono e foi viver seus últimos dias como monge na Basílica de São Paulo Fora-dos-Muros, servindo aos mais humildes. Durante seu pontificado a cristandade uniu-se como a muito não se via.  Embora essa situação tenha esboroado com a morte de João Crescêncio, que era simpático aos bizantinos. Papa de 1004 a 1009.
Sérgio IV – Chamava-se Pietro Boccapecora. Mudou seu nome para Sérgio para não ser confundido com o Santo Apóstolo.
Realizava um bom papado quando, em 1012, durante uma revolta, veio a falecer.Suspeita-se que tenha sido assassinado juntamente com o chefe da família Crescêncio, João II. Foi sepultado na Basílica de São João de Latrão.
Bento VIII – EITA! Olha aí… Outro Papa Teofilacto! Isso mesmo, Bento VIII era Teofilacto, da família ascendente tusculana (se você não conhece a história dos Teoficalto, clique aqui para entender). E, para piorar, Bento VIII inaugurou uma série de três papas leigos, todos Teofilactos. Era um milicão, um tipo de “seu puliça”.

O papa Bento VIII em ação
Apesar do que possa parecer, não foi um mau papa.  Era rígido e defendeu com unhas e dentes as propriedades eclesiásticas e os direitos espirituais da igreja contra abades engraçadinhos que achavam que podiam fazer o que lhes desse na telha.  Chutou de volta os sarracenos para longe das praias italianas.  Era severíssimo no que tange à questão do celibato, inclusive reduzindo à servidão subdiáconos “casadoiros”.
Está sepultado na basílica de São Pedro. Papa de 1012 a 1024.
João XIX – Era irmão do antecessor, ou seja, outro Teofilacto. Quando se lembra de um certo sobrinho neto desse Papa que usava o mesmo nome (João XII), chega a dar arrepios! Passou de leigo a Papa no dia de sua eleição (pra lá de ilegal). Nunca esteve tranquilo, vide o passado da família e a sua eleição.
Chovem acusações contra seu pontificado, principalmente de simonia, mas nada nas fontes leva a crer na veracidade das acusações. Papa de 1024 a 1032.
*****
Já pensou se houvessem quatro papas coexistindo – validamente eleitos – em vez de um só? Impensável, não? Contaremos esta e outras histórias na parte II sobre os papas do século XI. Acompanhem!

A Igreja e a escravidão dos negros – Cinco passos para detonar um professor mentiroso


A Igreja e a escravidão dos negros – Cinco passos para detonar um professor mentiroso

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“Gente, amo os posts de vcs! Gostaria que vcs me esclarecessem sobre a seguinte frase de um prof de História da escola onde estudo:
‘A Igreja permitia a escravidão de negros, pois eles não tinham, na visão deles, alma. Porém não podia escravizar indígenas. E até tem uma Bula Papal sobre isso.’
“Tô até imaginando que seja a maior mentira, mas gostaria de saber mais sobre! Obg desde já!”
Lara, para deixar este professor de cara no chão na frente da turma inteira, há cinco passos, que detalhamos a seguir. Está pronta e animada? Será divertido e didático desmascará-lo e, acima de tudo, é uma grande caridade que você poderá fazer aos seus colegas. Afinal, só a verdade pode nos libertarPara-papa-papapa, papa-papá! Para-papa-papapa, papa-papá! Papará, papará, papara-pá… Tchibuuuuummm! Teremos agora o prazer de detonar as falácias de mais um professor de História vacilão e fanfarrão.
A nossa leitora Lara nos enviou a seguinte mensagem:
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Passo 1 – Peça que seu professor aponte o documento em que a Igreja afirmava que os negros não têm alma
Lara, peça que ele diga o nome da tal Bula Papal que diz que os negros não têm alma. É provável que o seu professor, muito levianamente, cite a bula Dum Diversas, publicada em 1452 pelo Papa Nicolau V.
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O Mercado de Escravos. Pintura de Jean Léone Gérôme, 1866. Um muçulmano verifica os dentes de uma mulher branca.
Antes de falarmos sobre o que diz este documento, imaginemos a seguinte situação: estamos na Idade Média. Os cristãos estão sendo atacados por sarracenos(muçulmanos), que há tempos os matam, saqueiam seus bens e os escravizam. Durante as invasões, mulheres (inclusive crianças) são constantemente estupradas; muitas são capturadas e vendidas para servirem como escravas sexuais nos haréns. E a situação tende a piorar, pois Constantinopla está sob ameaça de ataque. Barra pesada, não?
Vale notar que este problema não era novo, nem pontual: há séculos os muçulmanos promoviam a caça e o tráfico de europeus. Tanto é que, 1198 (mais de 300 anos antes da citada bula), São João da Mata fundou a Ordem dos Trinitários para libertar os prisioneiros e escravos cristãos do domínio dos sarracenos; alguns anos depois, São Pedro Nolasco e São Raimundo de Penafort fundaram também a Ordem dos Mercedários, com o mesmo objetivo.
“O Islã pôs na escravidão mais de um milhão de europeus. Como muçulmanos não podem ser escravizados, era uma cristã branca que era a escrava sexual do sultão turco.”
Bill Warner, diretor do Centro para o Estudo do Islã Político (CSPI)
Diante dessa situação infernal, o que o líder deste povo deve fazer? Aqui se encaixa perfeitamente o conceito de “guerra justa” e o “direito de legítima defesa”, citados no Catecismo da Igreja Católica. Por isso, o Papa autorizou o rei Afonso V de Portugal a prender os sarracenos, que constantemente atacavam e escravizavam os cristãos na Europa:
“(…) nós lhe concedemos, por estes presentes documentos, com nossa Autoridade Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os sarracenos e pagãos e quaisquer outros incrédulos e inimigos de Cristo (…) e reduzir suas pessoas à perpétua escravidão”.
Bula Dum Diversas
Então, os sarracenos e pagãos citados na bula não eram pessoas coitadinhas, que a Igreja “intolerante” mandou escravizar porque não aderiram à fé cristã. Sem o conhecimento do contexto histórico, uma pessoa que leia este trecho da bula logo conclui que a Igreja era a vilã da história, quando, na verdade, era uma vítima acuada tentando se defender.
Repare também, Lara, que esta bula se refere aos sarracenos (árabes), que não eram necessariamente negros. E não há nela qualquer vírgula que sugira, ainda que de leve, que qualquer indivíduo não tenha alma. Bem diferente disso, a bula deixava claro que era preciso promover a conversão dos sarracenos e pagãos escravizados. Acaso a Igreja poderia desejar a conversão de um ser que não tem alma?
O mais triste é saber que a interpretação deturpada da Bula Dum Diversas é divulgada não só por professores mal-intencionados e pelos programas da rede Record, mas também por gente católica. Fiquei muito surpresa ao me deparar com um artigo no site “Catequese Católica” (que possui milhares de seguidores no Facebook) defendendo esta calúnia:
“Os mouros foram assim combatidos ao longo de toda a Idade Média. Eram chamados também de infiéis. Os africanos assumem essa conformação e são vistos como escravos, assim como Cam.”
Fonte: site Catequese Católica
Ora, foram os mouros medievais que sempre perseguiram o povo católico! Toda vez que eles tomaram pau dos cristãos, na grande maioria das vezes, não receberam senão a justa resposta por sua violência. E a barbárie não terminou com o fim da Idade Média: somente entre 1500 e 1800, os árabes capturaram mais de 1 milhão de escravos brancos. Estes dados são frutos de uma pesquisa recente do historiadorRobert Davis, professor de história da Ohio State University.
Uma das vítimas dos muçulmanos foi São Vicente de Paulo: aos 25 anos, em 1605, ele foi capturado por piratas turcos, durante uma viagem de navio. Foi vendido como escravo e trabalhou por dois anos na Tunísia. Por fim, teve a graça de ser libertado por seu senhor que, arrependido de ter abandonado um dia a fé católica, fugiu com ele para a França.
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Cristãos europeus condenados ao trabalho escravo nas galés de senhores árabes
Para saber mais sobre os estudos do professor Robert Davis, acesse:
  • “(…) declaramos, que os ditos Índios, e todas as mais gentes que daqui em diante vierem à noticia dos Cristãos, ainda que estejam fora da Fé de Cristo, não estão privados, nem devem sê-lo, de sua liberdade, nem do domínio de seus bens, e que não devem ser reduzidos à servidão.”
    Bula Veritas Ipsa
    Para aprofundar seus conhecimentos sobre a doutrina da Igreja em relação à escravidão (inclusive dos negros), recomendo a leitura destes artigos:
    Escravos Brancos“, artigo do blog Adversus Haereses
Passo 2 – Cite os documentos que evidenciam a posição da Igreja contra a escravidão
Pra variar, a história real, documentada, é bem diversa dos mitos espalhados nas salas de aula. A verdade é que, desde os primeiros séculos, a Igreja condenou a escravidão de qualquer ser humano. Este ponto da doutrina não poderia jamais excluir os negros, já que existiam diversos homens negros de grande relevância desde as origens do cristianismo, a exemplo de Simão, “o Negro”: nos Atos dos Apóstolos é considerado como profeta e doutor (Atos 13, 1).
Em 1537, o Papa Paulo III publicou uma bula condenando a escravidão não somente dos indígenas, mas de “todas as mais gentes”, mesmo os não-cristãos, ou seja, dos negros também:

Passo 3 – Aponte a delicada situação dos padres no Brasil colonial
É preciso esclarecer que, na época do Brasil-colônia, a Igreja estava sujeita ao poder da Coroa Portuguesa. Bem diferente do que muitos dizem, os padres não tinham poder suficiente para fazer valer as determinações papais que pediam o fim do tráfico negreiro e da escravidão. Se saíssem por aí dando uma de “rebelados contra o sistema”, metendo o dedo na cara dos senhores de escravos, certamente seriam expulsos da colônia.
Dentro desses limites, os sacerdotes ensinavam que os escravos não podiam ser maltratados, e insistiam especialmente para que viessem às missas e recebessem os Sacramentos. Alguns mais ousados, como o Padre Antônio Vieira, condenavam publicamente a exploração de escravos negros (sermão XXVII).
Passo 4 – Pergunte como seria possível batizar e casar criaturas sem alma
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Batismo de um homem negro. Pintura 

de F. J. Stober, 1878.











Lara, peça para o seu professor explicar como os padres poderiam batizar, casar e dar a Comunhão aos negros (o que foi feito maciçamente, desde o início da vinda dos escravos ao Brasil) e, ao mesmo tempo, afirmar que eles não tinham alma. Confuso, não?
É preciso que ele esclareça também como os negros, no período colonial, podem ter recebido a autorização da Igreja para fundar suas próprias irmandades e construir suas próprias igrejas e capelas.
Passo 5 – Dê uma trollada no Iluminismo
Pra arrematar, Lara, dê uma alfinetada no Iluminismo que, certamente, é uma das bases intelectuais do seu professor. Pergunte se acaso ele não estaria confundindo a doutrina Santa Igreja com um dos os seus prováveis mestres queridinhos: Voltaire. Ele, que publicamente defendia os direitos humanos e a liberdade para todos, tinha uma boa vida à custa de altos lucros com o tráfico de escravos negros, o qual financiava.
Ah! Dica final: lembre-se de levar uma máscara de gás, para não se intoxicar com a fumaça… o cérebro do seu professor corre o risco de fundir! Bem, pelo visto, não se perderá grande coisa.
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Negras novas a caminho da igreja para o batismo. Litografia Jean Baptiste Debret, 1834-1839.
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Casamento de negros de uma família rica. Desenho de Debret & Viscondessa de Portes e litografia de Thierry Frères, 1834-1839.
http://ocatequista.com.br/?p=6379